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18 de fev. de 2008

Estamos no Tempo da Quaresma - Tempo de conversão !


Preparação para a Páscoa


"Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração. "


"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3.


Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento.


É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, e deixar que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31)


O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência.
Preparação para a confissão


Preparação remota: Educamo-nos na fé, pelo estudo do Santos Evangelhos, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência.


Preparação imediata: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário... Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça.


Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado.


Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com DOR POR NOSSOS PECADOS, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS.

Confissão é o meio certo de eu receber o perdão de meus pecados. Foi Jesus quem deu aos sacredotes o poder de perdoar os nossos pecados. Jesus falou: "A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados" (Jo 20,19-23).


Só a confissão bem feita é que perdoa os pecados. Para a confissão ser bem feita, eu preciso:

do EXAME para eu achar os meus pecados;

do ARREPENDIMENTO para eu ter mágoa de ter desobedecido a Deus (Lc 18,13; Mt 26,75; Lc 15,21);

do PROPÓSITO e da vontade séria de não querer pecar mais;

da CONFISSÃO para eu contar meus pecados ao padre;

da SATISFAÇÃO para eu rezar aquilo que o padre mandar.

PECADO ESQUECIDO na confissão fica perdoado se eu fiz bem o Exame de Consciência.

PECADO ESCONDIDO na confissão não fica perdoado, eu não posso comungar e tenho de fazer outra confissão. A confissão é nula e comete-se sacrilégio.


Está errado pôr comida limpa em prato sujo. Está errado receber Jesus num coração sujo de pecado grande. Primeiro a gente lava o prato e depois põe a comida. Primeiro eu tenho de lavar minha alma com uma confissão bem feita e depois ir receber a Jesus na Sagrada Hóstia (São Paulo, 1ª Ep. aos Corínthios, cap. 11, 23-29, nos lembra disso).

Reconhecer-se Pecador :

"Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa" (1Jo 1,8-9).

Exame de Consciência para Antes da Confissão

Examinemos cuidadosamente a nossa consciência, sem ansiedade nem escrúpulo, procurando conhecer a espécie e o número dos pecados cometidos.
Sobre a Confissão precedente:
* Quando foi minha última Confissão?
* Esqueci ou escondi alguma falta grave?
* Deixei de cumprir a penitência imposta?

Mandamentos da Lei de Deus:

1° Mandamento:
* Falei com desprezo ou leviandade de Deus, das coisas santas ou das pessoas consagradas a Deus?
* Li escritos, livros e jornais contrários à religião?
* Tive vergonha de minha fé ou omiti os meus deveres por simples respeito humano?
* Faltei com o devido respeito na igreja, comportando-me mal, conversando sem necessidade, rindo, olhando para todos os lados?
* Comunguei sabendo que estava em pecado mortal?
* Murmurei contra a Divina Providência?
* Assisti a alguma sessão espírita ou reunião herética?
* Consultei cartomantes, feiticeiras ou astrólogos?

2° Mandamento:
* Pronunciei o nome de Deus irreverentemente?
* Blasfemei, isto é, disse palavras injuriosas contra Deus ou os Seus Santos?
* Jurei falso ou sem necessidade?
* Fiz promessas ou votos que não cumpri?

3° Mandamento (1° e 2° da Igreja):
* Deixei de assistir a Missa inteira em Domingo ou festa de guarda?
* Cheguei atrasado à Missa?
* Em que ponto?
* Saí da igreja antes do fim da Missa?
* Em que momento?
* Trabalhei em dia de Domingo ou santificado?
* Por quanto tempo?

4° Mandamento:
* Deveres dos pais:
* Tenho faltado com a atenção e solicitude devida aos meus filhos?
* Deixei de corrigi-los?
* Corrigi-los em excesso ou injustamente?
* Negligenciei dar a eles uma boa educação cristã, ensinando-os a rezar e conhecer os elementos da religião e mandando-os para uma boa escola?
* Confiei-os a pessoa cuja influência possa ser prejudicial?
* Opus-me injustamente a que seguissem sua vocação?
* Dei a eles mau exemplo?
* Deixei de vigiar suas leituras (maus livros, maus jornais e revistas) ou programas assistidos (contrários à Fé e à Moral)?
* Deixei que frequentassem locais (casas, oficinas, teatros, cinemas, reuniões, festas...) onde corresse perigo sua fé e virtude?
Deveres dos filhos:
* Faltei com o respeito e a veneração devidos aos meus pais e avós?
* Desejei-lhes mal?
* Fui causa de tristeza para eles?
* Quis ameaçá-los?
* Quis bater neles?
* Maltratei meus irmãos e irmãs?
* Tenho ciúmes deles?
* Fiz queixa deles para que fossem castigados?
* Faltei com o respeito a meus pais, por palavras, ares de pouco caso, injúrias ou envergonhando-me deles?
* Desobedeci a eles?
* Deixei-os zangados?
* Deixei de assistir a suas necessidades, de rezar ou mandar rezar em sua intenção, tanto em vida quanto depois da morte?
* Fui respeitoso e obediente com os meus professores?
* Fui educado para com meus empregados?
Deveres dos superiores (patrões, oficiais das Forças Armadas, executivos, etc.):
* Faltei com a justiça, não pagando o salário devido ou castigando injustamente?
* Recusei a meus subalternos a liberdade de cumprirem seus deveres com a Igreja Católica Apostólica Romana?
* Deixei de instruí-los na verdadeira Fé?
* Deixei de vigiar a fé e os costumes de meus subalternos?
* Dei a eles maus exemplos?
* Fui áspero, desconfiado, caprichoso, altivo, desdenhoso?
Deveres dos inferiores (empregados, operários, soldados):
* Faltei com a justiça, não cumprindo as obrigações de meu ofício?
* Faltei com o respeito a meus superiores?
* Causei-lhes dano com críticas injustas?
* Abusei da confiança deles?

5° Mandamento:
* Tive ódio do meu próximo ou desprezei-o?
* Desejei-lhe mal?
* Que mal?
* Fui áspero com os infelizes, os fracos, os pequenos?
* Recusei o perdão das injúrias, dos danos e dos aborrecimentos que me causaram?
* Existe alguém a quem, por ódio ou por rancor, eu recuse a palavra ou o serviço?
* Maltratei alguém ou lhe causei dano na vida ou na saúde?
* Semeei discórdias, espalhando boatos falsos ou verdadeiros?
* Induzi o próximo ao mal?
* De que maneira?
* Escandalizei alguém com maus conselhos e maus exemplos?
* Desviei alguém dos seus deveres?
* Emprestei maus livros, maus jornais ou revistas, más fitas de vídeo, que facilitem e induzam ao pecado?
* Deixei de impedir o mal, podendo fazê-lo?
* Expus a minha vida por imprudência, vaidade ou falta dos devidos cuidados?

6° e 9° Mandamentos:
* Consenti em pensamentos ou desejos contrários à pureza?
* Falei, li, vi ou escutei, de propósito, indecências?
* Cantei ou ouvi cantar músicas obscenas?
* Consenti em olhares ou ações indecentes?
* Usei roupas indecentes?
* Fiz leituras ou assisti a filmes indecentes, levianos ou maus?
* Expus-me a ocasiões das quais deveria fugir?
* Frequentei festas, bailes, espetáculos ou cinemas perigosos ou imorais?
* Pratiquei atos que não devem ser praticados fora do casamento?
* Namorei com alguém, sem vistas ao casamento?
* Cometi atos imorais comigo mesmo ?
* Cometi atos imorais com o próximo ?

7° e 10° Mandamentos:
* Causei dano aos bens do próximo?
* Retive o que não me pertencia ou aproveitei-me disso?
* Deixei de reparar o dano causado aos bens do próximo?
* Negligenciei pagar minhas dívidas?
* Guardei objetos encontrados, sem procurar o legítimo dono?
* Desejei apossar-me injustamente dos bens alheios?

8° Mandamento:
* Suspeitei ou pensei mal do próximo sem motivo?
* Falei mal do próximo, tendo ou não razão, de modo a causar-lhe dano à reputação ou aos bens?
* Induzi os outros à calúnia (dizer que alguém cometeu um mal que na verdade não cometeu) ou à maledicência (dizer que alguém cometeu um mal realmente cometido)?
* Ultrajei o meu próximo com injúrias, ares desdenhosos ou zombarias?
* Menti e com isso causei dano?
* Fui indiscreto, descobrindo coisas que devia calar, lendo ou abusando de cartas dirigidas aos outros?
* Reparei o dano causado?
Mandamentos da Santa Igreja:
* Deixei de me confessar ou de comungar na Páscoa?
* Deixei de jejuar conforme manda a Igreja?

Pecados capitais:

Orgulho:
* Desprezei gravemente meu próximo por orgulho?
* Fiquei ofendido por pouca coisa ou me deixei dominar pelo mau humor?
* Tive pensamentos vaidosos?
* Afastei o próximo, os pobres, os indefesos, falando com eles de cima para baixo e sem consideração?
* Passei tempo demais escolhendo roupas, penteados ou maquiagens?
* Me preocupei demais com o que os outros pensariam de minha aparência?

Avareza:
* Tenho muito apego ao dinheiro?
* Deixei de dar uma esmola que eu tinha condições de dar?

Inveja:
* Fiquei feliz com a desgraça dos outros?
* Fiquei triste ao ver o bem que acontece aos outros?
* Invejei o meu próximo?

Gula:
* Comi ou bebi mais que a minha fome real?

Cólera:
* Fui impaciente ou violento?
* Encolerizei-me?
* Guardo rancor?

Preguiça:
* Deixei de cumprir os meus deveres religiosos?
* Deixei de cumprir as minhas obrigações de estudo ou trabalho?
* Deixei de ajudar a quem me pediu, por preguiça apenas?
* Tenho sido vadio ou desocupado?

Obras de Misericórdia


-Corporais: caridade com doentes/famintos/sedentos/presos/nus/forasteiros Enterrar os mortos. Vejo estes como irmãos pelos quais me entrego?.


-Espirituais: dar bom conselho/ corrigir/ perdoar (guardo algum ressentimento?)/ consolar/ sofrer com paciência as moléstias do próximo/ rezar pelos vivos e os mortos.

-Estou atento à dor alheia?; Faço a acepção de pessoas segundo sua aparência? -Vivo em simplicidade?; -Imito a Cristo que foi pobre?, sou livre de apegos materiais?-Isto se reflete em minha atitude nas compras?; deixo-me levar por desejos?; quais?-Coopero com as obras da Igreja com verdadeiro sacrifício e amor, tenho caridade com os pobres doando ou ajudando-os em suas necessidades ?

-Me esforço de todo coração para que Cristo seja conhecido e amado por todos?-Estou em comunhão com o espírito missionário da Igreja?-Levo a minhas amizades ao Senhor ou deixo que elas me arrastem ao mundo?


Bem-aventuranças (Mateus 5, 1-2)
-Fui pobre de espírito, livre de apegos?,-Fui manso, paciente, edificando com os meios Santos?-Chorei diante dos pecados que ofendem a Deus?-Ttive fome e sede de justiça?-Fui misericordioso?-Fui limpo de coração, puro de pensamento?-Trabalho pela paz, em minha pessoa, lar, grupo, mundo?-Sofro com alegria ao ser perseguido por causa da justiça (como reajo diante das critica "injustas" ou incompreensões?

Ato de Contrição:

Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas e porque Vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de Vos Ter ofendido e merecido o Inferno; e proponho firmemente, ajudado com os auxílios de Vossa Divina Graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender; e espero alcançar o perdão de minhas culpas por Vossa infinita misericórdia. Amém.

Fontes :
1 - Aci Digital



Jejum não dói!

“Penitência! Penitência! Se não fizerdes penitência, todos vós perecereis”. Assim pregou o Divino Mestre, e a Igreja o repete aos fiéis, agora, no tempo santo da Quaresma. Na quarta-feira de cinzas, o sacerdote, deitando sobre nossas cabeças o pó, lembra-nos o que somos e o que seremos. “Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris. Lembra-te, homem, que és pó e em pó te hás de tornar”.

É o pensamento da morte eficaz para nos ajudar a fazer penitência. Que valemos? Que somos? Oh! Se soubéssemos meditar tão grande verdade, não seríamos tão insensatos!
O pensamento da morte converteu Santa Margarida de Cortona, São Francisco Borja e os fez grandes heróis da santidade.

Duas vezes a Liturgia da Igreja nos convida à meditação da morte — na quarta-feira de Cinzas e em Finados.
O mundo ri-se da penitência, porque não a compreende. É insensato, não pensa e despreza o que é eterno. O homem animal, diz São Paulo, não percebe as coisas do espírito e de Deus. É de se estranhar que despreze e odeie a penitência?
Para a conquista do céu não há outro meio a nós, pobres pecadores. Há só dois caminhos para a salvação eterna. Inocência ou penitência. Somos inocentes? Então? Resta-nos a tábua da penitência para que nos salvemos neste naufrágio de tantas e tamanhas misérias e pecados.
A Igreja reserva-nos o tempo da Quaresma para a reparação de nossos pecados na oração e no jejum. Jejum não mata a ninguém. Estas meninas de regime para emagrecimento elegante jejuam rigorosamente por vaidade, por tolice mundana. E por amor de Deus, e para a salvação? Não admitem uma simples abstinência de carne.
Ai de vós! Diz lá o Evangelho que perecereis. Omnes vos similiter peribitis. Todos perecereis. E a vossa perdição será eterna. Cuidado! O jejum é penitência eficaz, abranda as revoltas da carne, purifica nossa alma, enche-nos de graças. Na Quaresma se há de jejuar. É preceito da Igreja.
Sem penitência o pecador não se salva. E não é tão grande penitência o jejum preceituado pela Igreja! Um leve sacrifício para reparação de enormes pecados!
Muita gente delicada e mole se horroriza com o jejum. É a legião dos inimigos da cruz de Jesus Cristo no expressivo dizer de São Paulo. E quando não insultam a Igreja e combatem o jejum, certos cristãos, de idéias pagãs e gozadores da vida, arranjam a desculpa de que é prejudicial à saúde.
Está o cemitério povoado de gulosos e dos que passaram para a eternidade após os excessos de banquetes e bebedeiras. Pouca gente morre de fome, e muita de indigestão. Que o digam os médicos e os coveiros. Vida de jejuns e penitências levam os monges, e morrem velhinhos e de cabelos brancos.
Os cartuxos, por exemplo, não comem carne nem quando enfermos. Durante oito meses do ano comem uma só vez ao dia. Toda sexta-feira jejuam a pão e água. Apesar disto gozam ótima saúde. E dizem os médicos, e está provado com fatos: “Na Cartuxa as enfermidades são raras e a longevidade freqüente”. Urbano V quis mitigar os rigores da Regra cartuxa, por julgá-la excessiva em austeridades e talvez insuportável. Os monges pediram a Sua Santidade que não suavizasse a velha regra de São Bruno. E para provar que não prejudicavam a saúde, nem abreviavam a vida os jejuns de Cartuxa, mandaram a Roma uma comissão de vinte e sete cartuxos, dos quais o mais jovem contava apenas... oitenta e oito anos... Diante disto, o Papa cedeu.
Ó delicados cristãos, inimigos da cruz e do jejum; não haverá perigo: o jejum da Quaresma não vos matará! O jejum é medicinal, evita muita moléstia, descansa o estômago, faz bem à alma.
Não vos assuste a ligeira penitência da Quaresma. Outrora, nos tempos de mais heroísmo e de fé, jejuava-se na Quaresma a pão e água nas sextas-feiras.
Hoje está o jejum mitigado e tão suave! Pois, ainda assim, não o querem fazer! Ressoe aos vossos ouvidos delicados a voz do Evangelho: Se não fizerdes penitência... perecereis. E... todos... todos...
Do livro Variações do ‘Meu Cantinho’
Monsenhor Ascânio Brandãopágs. 212-214 - Ed. Vozes, 1951


O Valor da Santa Missa

Autor: Pe. Martinho de Cochem - (Rito Tridentino)

Fonte: Agnus Dei

Entre todos os mistérios do Senhor, a meditação que nos é mais útil e merece de nossa parte mais reconhecimento e veneração, é a Paixão dolorosa, pela qual fomos resgatados. Os santos Padres dizem, a este respeito, coisas sublimes e garantem, da parte de Deus, grande recompensa às almas que nela meditam com fervor.

Há muitos modos para bem honrar a Paixão: contudo, nenhum parece mais perfeito do que a piedosa assistência à santa Missa, visto que a Paixão e a Morte do Salvador se renovam no altar. Com efeito, na Missa, tudo recorda, tudo simboliza a Paixão.

A Cruz encima o altar. Por toda a parte, vê-se o sinal da Cruz; é marcado cinco vezes sobre a pedra sagrada. Impresso sobre a Hóstia. Desenhado no missal, na página que precede o cânon. Bordado sobre o amicto, o manípulo, a estola, a casula.Gravado na patena, no pé do cálice.O sacerdote o faz dezesseis vezes sobre si mesmo, e vinte e nove vezes, sobre a oferenda. Quantos indícios do renovamento do Sacrifício da Cruz! §1.

De que maneira Jesus Cristo renova sua Paixão? Embora Nosso Senhor tenha dito na última Ceia: "Fazei isto em memória de mim", contudo o Sacrifício da Missa não é uma simples memória, porém a renovação da Paixão. A Igreja ensina: "Se alguém disser que o Sacrifício da Missa é apenas a lembrança do Sacrifício consumado na Cruz, seja anatematizado". E noutra parte: "No divino Sacrifício está presente e imolado, de modo incruento, o mesmo Cristo que se ofereceu uma vez, de modo cruento, sobre o altar da Cruz".

Este testemunho, por si, deveria bastar, pois que somos obrigados a crer tudo o que a Santa Igreja nos ensina. Entretanto, a Igreja explica-se da forma seguinte:"A vítima que se oferece pelo ministério do sacerdote, é a mesma que foi oferecida na Cruz; somente difere a forma de oferece-la". Sobre a Cruz, Jesus Cristo foi imolado, de modo cruento, pelas mãos sacrílegas dos carrascos; no altar, imola-se pelo ministério dos sacerdotes, de modo místico. A Igreja emprega muitas vezes, no missal, a palavra "imolar".

Santo Agostinho serve-se dela igualmente:"Jesus Cristo foi imolado, uma vez, de maneira cruenta, sobre a Cruz; é agora imolado cada dia, sacramentalmente, pela salvação do povo" (Epist. Ad Bonifac).

Esta expressão é notável e acha-se, mais de cem vezes, na Escritura Sagrada para designar a oblação dos animais. Se a Igreja se serve dela a respeito da santa Missa, é para indicar que o Santo Sacrifício não consiste somente na pronunciação das palavras da consagração nem na elevação das espécies sacramentais, mas na imolação verdadeira, embora mística, do divino Cordeiro. "A Paixão de Cristo é o próprio sacrifício que oferecemos" diz São Cipriano (Epist. Ad Caeciliam). Em outros termos: "Quando celebramos a santa Missa, renovamos todas as cenas da Paixão de Cristo".

São Gregório é ainda mais explícito: "Aquele que ressuscitou dentre os mortos, diz ele, não morre mais; entretanto, sofre ainda por nós, de maneira misteriosa, no santo Sancrifício da Missa" (Homilia 137). Teodoreto não é menos claro: "Não oferecemos outro sacrifício senão o que foi oferecido sobre a Cruz" (In cap. 8 Hebr.).



Vida de Oração

Senhor, ensina-nos a orar! (Lc 11,1)

Um mestre convence mais pela vida do que pelas palavras.Os discípulos de Jesus estavam convencidos que valia a pena orar como o seu Mestre.


Foi na mais bela oração do cristianismo - o Pai Nosso - que muitos místicos e mestres de oração beberam a essência desta arte incomparável que se chama ORAÇÃO. Arte que não depende da habilidade humana, mas do auxílio sobrenatural do Espírito Santo que ora em nós com gemidos inefáveis: "Abbá, ó Pai".


Santa Teresa de Jesus, considerada uma grande mestra de oração, disse um dia às suas carmelitas que lhe pediram que as ensinasse a orar: "Chegai-vos para junto deste Mestre,
muito determinadas a aprender o que vos ensina e Ele fará com que sejais boas discípulas.

Olhai as palavras que diz aquela boca divina: logo à primeira (Pai nosso)
entendereis o amor que nos tem." (CP 26,11)


Noutro texto, para mostrar que nenhuma limitação poderá impedi-las de orar, Santa Teresa sintetizou numa pequena frase imortal um tratado de oração:

"Orar não consiste em pensar muito, mas sim em amar muito."

"Falar do Carmelo é falar de "oração", e oração silenciosa, em solidão com Deus só. Para que esta vida de oração e contemplação do Deus vivo seja possível e plena, Santa Teresa organizou a vida das carmelitas firmada em alguns pontos essenciais. No seu livro "Caminho de Perfeição" a Santa apresenta a humildade, o esquecimento de si ou desapego como elementos básicos para uma vida de oração. Formando pequenas comunidades orantes, onde todas "devem se amar, se querer, se ajudar", Teresa apresentou à Igreja de seu tempo e de todos os tempos uma forma de vida contemplativa capaz de renovar o interior e assim renovar toda a Igreja.

" O carmelita secular deve ser um apaixonado por Deus, desejoso de buscar o seu rosto e contemplá-lo no silêncio da oração; alimentar sua vida espiritual na fonte genuína da Palavra de Deus, que, segundo a Regra, deve ser meditada dia e noite. Um conhecedor profundo dos escritos dos místicos do Carmelo para poder difundir, com conhecimento, amor e competência, a espiritualidade carmelitana."

" O carmelita descalço secular é aquele que, como Elias, “revoltado com as novas idolatrias”, destrói os ídolos e toma o caminho do deserto, até chegar à montanha de Deus, o Horeb, para buscar ao Senhor. (Frei Patrício Schiadini - " O mundo é meu Carmelo - Ed Loyola)