tag:blogger.com,1999:blog-323878092024-02-07T23:45:09.498-04:00Espiritualidade CarmelitanaFlos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-83729150329639681412016-05-15T17:29:00.001-04:002016-05-15T17:29:27.778-04:00Santo Tomás de Aquino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br /></div>
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
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<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Primeiros anos</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios. Nasceu em março de 1225 no castelo de Roca-Sica, perto da cidade de Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu pai, conde de Landulfo d’Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino. Aí iria ser educado pelos sábios monges beneditinos, ordem religiosa fundada por Bento de Núrsia exatamente naquele local.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás fez com raro brilhantismo os primeiros estudos. Mais tarde freqüentou a Universidade de Nápoles. Conheceu então os frades dominicanos, seguidores de Domingos de Gusmão, fundador da ordem dita dos pregadores. Tinha dezoito anos e resolveu fazer-se dominicano. Seus pais e irmãos ficaram decepcionados, pois Tomás era genial e tinha uma carreira fulgurante pela frente. Não queriam que ele fosse um frade de uma ordem mendicante.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como a família o importunasse no Convento de Nápoles, Tomás foi transferido para Paris. À força foi de lá retirado e trazido de volta ao castelo paterno. Tudo fizeram para lhe tirar da cabeça a idéia de ser padre. Nada o convencia: nem rogos, nem promessas de uma existência com tudo que uma família rica pode oferecer.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
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<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A tentação e a vitória</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seus irmãos imaginaram armar-lhe uma cilada. Foi um plano realmente diabólico. Introduziram no seu quarto uma mulher bonita, charmosa, jovem, mas sem moral.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pensaram eles que Tomás não resistiria. Entregar-se-ia a ela. Desistiria de sua vocação eclesiástica. A provocação era de baixo nível. Grande a tentação. Ao entrar a moça no quarto, Tomás compreendeu que deveria agir sem demora. O perigo era iminente. Então ele que estava entregue a uma piedosa leitura, imediatamente se levantou. Arrancou um tição da lareira. Com ele na mão, como uma espada de fogo, pôs a mulher em fuga.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A moça gritou e sumiu. Deve ter pensado que estava a lidar com um louco furioso agitando chamas, ameaçando, na aparência, deitar fogo à casa. Tomás, logo que ela saiu foi correndo até à porta, a fechou e a trancou. Num impulso natural esmurrou o tição incandescente na porta e traçou nela com o carvão um grande sinal da cruz. Jogou o que sobrou do carvão no fogo. Sentou-se de novo na sua cadeira e voltou a estudar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Após dois anos, sua mãe Teodora concordou em libertá-lo. Deixou-se seguir para o convento de Nápoles em 1245. Acompanhado pelo Superior Geral, João o Teotônico, Tomás partiu para Paris. Dali foi para Colônia na Alemanha. Foi discípulo de Santo Alberto Magno com o qual logo se afinou culturalmente. Os estudantes de Colônia eram ávidos de discussões filosóficas. Nelas Tomás tomava parte ativamente.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Grande o proveito que tirou das sábias preleções de filosofia e teologia de Alberto Magno, cujos conhecimentos eram enciclopédicos. Com ele Tomás aprendeu que a verdadeira vida de um ser racional é fazer de sua inteligência uma ascensão contínua até chegar aos mais altos conhecimentos inteligíveis, atingindo a ciência da alma e a ciência de Deus. Ótimo discípulo, Tomás se distinguiu entre os colegas, obtendo fama pelo seu talento indiscutível.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
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<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Boi Mudo da Cicília</span></b></div>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b>
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<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás fora dos momentos de debates acadêmicos e das conversações atinentes a assuntos sérios, era calado, reservado. Além disto não apreciava perder tempo com conversas inúteis. Por isto um de seus colegas o chamou de “o boi mudo”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este companheiro, certo dia, levou a Alberto Magno uns apontamentos de Tomás. Foi nesta ocasião que Alberto proferiu a frase que se tornou célebre, pois era uma profecia que se realizou: “Chamais Tomás de “o boi mudo”, mas vos asseguro que seus mugidos ouvir-se-ão por toda a terra”. De fato, até hoje são inúmeros os seguidores de Tomás de Aquino, chamados tomistas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muito provavelmente foi porque deram a ele o apelido de “o boi mudo” que um dia os frades resolveram brincar com Tomás. Este estava, como sempre, andando no claustro, ou seja, no pátio interior do convento, meditando sobre profundos assuntos referentes a Deus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Alguém o chamou, dizendo: “Vem ver um boi voando”! Tomás, imediatamente, o acompanhou e se pôs a olhar para o alto ao som das gostosas gargalhadas de seus confrades. Estes então lhe perguntaram como, sendo tão inteligente, ele podia pensar que um boi estivesse voando. A resposta de Tomás foi uma lição maravilhosa: “Olhei porque deve ser mais fácil um boi voar do que um frade mentir”. Nunca mais brincaram com ele, respeitando seus instantes de funda reflexão.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seus Famosos Escritos</span></b></div>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGDIz8p7d2PhW-CnoFGlf2E7LZjDrHdOcDgI9skIIF6s05MGt-BKqiCdb1YTyZQ_E-HQjfDg0HjMKontEiBqMmDvmNQC7skOaERG04tdgMag2SuV5_kw2wycQ-uefF_CKFsGUh/s1600/San-Tom%25C3%25A1s-de-Aquino-y-her%25C3%25A9ticos-Benozzo-Gozzoli.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGDIz8p7d2PhW-CnoFGlf2E7LZjDrHdOcDgI9skIIF6s05MGt-BKqiCdb1YTyZQ_E-HQjfDg0HjMKontEiBqMmDvmNQC7skOaERG04tdgMag2SuV5_kw2wycQ-uefF_CKFsGUh/s320/San-Tom%25C3%25A1s-de-Aquino-y-her%25C3%25A9ticos-Benozzo-Gozzoli.jpg" width="286" /></a></div>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em 1252 Tomás em Paris ensinava como bacharel. Segundo o método da época, deste modo poderia alcançar o título de mestre e doutor. Escreveu neste período comentários ao livro de Sentenças de Pedro Lombardo, obra composta entre 1150 e 1152. Comentou também o Profeta Isaías e o Evangelho de São Mateus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passados quatro anos era doutor e escrevia a Suma contra os Gentios, na qual faz uma exposição da crença cristã para uso dos missionários. São quatro livros dos quais os três primeiros tratam de verdades acessíveis à razão e o quarto livro das verdades de fé propriamente ditas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em 1268 iniciou a Suma Teológica, sua principal produção. Consta ela de três partes, subdivididas em questões e artigos. As duas primeiras partes datam dos anos de 1266 a 1272. A terceira, iniciada em 1272, ficou incompleta. Foi complementada pelo companheiro e amigo fiel de Tomás, Reginaldo de Piperno. Esta parte se chama</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Suplemento.</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Além destes trabalhos citados, Tomás escreveu inúmerasQuestões como sobre a Verdade, a Alma, o Mal, a Beatitude e vários Opúsculos Filosóficos sobre assuntos diversos comoO Ente a Essência, Sobre as Falácias. Deixou ainda comentários a respeito das obras de Aristóteles e outros escritos filosófico-sociais.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Morte imprevista</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando Tomás de Aquino tinha cinqüenta e três anos, a 7 de março de 1274, foi surpreendido pela morte no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava a caminho de Lião onde, por ordem do Papa Gregório X, iria participar do Concílio de Lião. Ainda no leito de morte encontrou forças para falar aos monges sobre o livro da Bíblia denominado Cântico dos Cânticos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Após seu falecimento ele entrou para a História com o título de Doutor Angélico, dada a culminância espiritual que atingiu e a perfeição de sua existência.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Conta-se que certa ocasião, diante de um Crucifixo, Tomás ouviu de Jesus estas palavras: “Bem escrevestes sobre mim, Tomás, que prêmio quereis”? Respondeu ele: “Nada senão a Ti mesmo, Senhor”. Prestes a morrer pronunciou estas palavras, após receber a Eucaristia: “De ti, Senhor, me veio o preço da redenção da minha alma! Todos os meus estudos, vigílias e trabalhos foram por teu amor”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Conta-se que naquele dia 7 de março de 1274 Alberto Magno que se achava em Colônia, na Alemanha, com lágrimas nos olhos comunicou aos frades: “O irmão Tomás de Aquino, meu filho em Cristo, luz da Igreja, morreu. Deus acaba de me revelar isto”. Teve, portanto, a longa distância a percepção do falecimento de seu discípulo exemplar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O corpo de Tomás de Aquino repousa na Catedral de Tolosa, na França. Foi declarado Santo pelo Papa João XXII que o canonizou em 1323. Paulo V em 1567 o declarou Doutor da Igreja e Leão XIII o proclamou em 1879 padroeiro de todas as escolas católicas. Venera-se sua memória a 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi transladado para Tolosa, em 1369.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ensinamentos de Tomás de Aquino</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino acentuou a diferença entre a Filosofia, que estuda todas as coisas pelas últimas causas através da luz da razão, e a Teologia, ciência de Deus à luz da revelação.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mostrou que o homem é o ponto de convergência de toda a criação e que nele se encerram, de certo modo, todas as coisas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ensinou que há uma união substancial entre a alma e o corpo. Isto é o fundamento maior da dignidade da pessoa humana. Esta é um corpo que está enformado por uma alma ou uma alma a enformar um corpo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Defendeu o livre arbítrio, ou seja, a liberdade da vontade humana para aderir ao bem ou ao mal, donde a responsabilidade moral do homem. Daí a sanção da lei: prêmio para as boas ações e punição para os atos maus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para ele a morte determina para sempre a alma humana quer na desordem e na infelicidade, quer na ordem e na felicidade, como está na Bíblia.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O conhecimento, ensinava Tomás, tem a primazia sobre a ação, pois nada pode ser amado se não for conhecido primeiro.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">São Tomás de Aquino vencendo os herejes</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os cinco caminhos</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por cinco vias Tomás prova magistralmente a existência de Deus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com notável clareza expôs ele a prova tirada do movimento, partindo do pressuposto de que “tudo o que se move é movido por outro”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Raciocina então: “se aquilo pelo qual é movido por sua vez se move, é preciso que também ele seja movido por outra coisa e esta por outra. Mas não é possível continuar ao infinito; do contrário, não haveria primeiro motor e nem mesmo os outros motores moveriam como, por exemplo, o bastão não move se não é movido pela mão.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portanto, é preciso chegar a um primeiro motor que não seja movido por nenhum outro, e por este todos entendem Deus”1.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A segunda via é a da causa primeira universal. Eis o texto de Tomás de Aquino na Suma Teológica: “Constatamos no mundo sensível a existência de causas eficientes. É, entretanto, impossível que uma coisa seja sua própria causa eficiente, porque, se assim fosse, esta coisa existiria antes de existir, o que não tem nenhum sentido.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ora, não é possível proceder até o infinito na série de causas eficientes, porque, em qualquer série de causas ordenadas, a primeira é causa intermediária e esta é causa da última, quer haja uma ou várias causas intermediárias.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com efeito, se suprimirdes a causa, fareis desaparecer o efeito: portanto, se não há causa primeira, não haverá nem última, nem intermediária. Ora, se fosse regredir até o infinito dentro da série de causas eficientes, não haveria causa primeira, e, assim, não haveria também nem efeito, nem causas intermediárias, o que é evidentemente falso. Portanto, é preciso, por necessidade, colocar uma causa primeira que todo o mundo chama Deus”2.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por este texto se percebe a clareza com que Tomás de Aquino expõe o seu raciocínio. Com rara habilidade intelectual ele procura o motivo da existência da causalidade no mundo. Assim se chega infalivelmente a uma causa que produz e não é produzida, ou seja, a causa eficiente primeira que é Deus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em terceiro lugar vem a prova da contingência. Em sentido amplo, contingência significa a possibilidade de um objeto qualquer de não ser, de não existir.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É tudo aquilo que pode ser como não ser. É contingente o fato de cada um de nós existirmos. Poderíamos não ter existido. A contingência metafísica significa que contingente é todo ente ao qual a existência não é essencialmente necessária.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eis como Josef de Vries resume esta prova da existência de Deus proposta por Tomás de Aquino: “a prova cosmológica, baseando-se no nascimento e desaparecimento das coisas, conclui a contingência das mesmas, e partindo da mutabilidade própria também dos elementos constitutivos fundamentais cuja origem não pode ser mostrada experimentalmente, infere sua natureza também contingente, provando dessa maneira que o mundo todo é causado por um Ser Supramundano”3.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este é o Ser Necessário que existe por sua própria natureza e não pode nunca deixar de existir. As criaturas nascem, crescem e morrem, são possíveis, não necessárias, ou seja, existem, mas não necessariamente. Se em algum tempo não tivesse havido nada de existente, teria sido impossível para qualquer coisa começar a existir, e, deste modo, também neste caso nada existiria o que seria um absurdo. Existe, portanto, um Ser Necessário que é Deus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A quarta via para provar a existência do Ser Supremo é tirada dos graus dos seres. Na Suma Teológica assim se expressa Tomás de Aquino:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Verificamos que alguns seres são mais ou menos verdadeiros, mais ou menos bons, etc. ora, diz-se o mais e o menos de coisas diversas segundo a sua aproximação diferente de um máximo. Existe, pois, alguma coisa que é o mais verdadeiro, o melhor, por conseguinte, o mais ser. Ora, o que é o máximo num gênero é a causa de tudo que pertence a este gênero. Existe, portanto, um ser que é para todos os outros causa de ser, de bondade, de perfeição total, e este ser é Deus:”4.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Deus possui o ser de modo absoluto, ao passo que as criaturas têm um grau diverso de ser. Isso significa que tal fato não lhes deriva em virtude de suas respectivas essências, caso em que seriam sumamente perfeitos e não em determinados graus. Ora, se não deriva de suas respectivas essências, isso, é lógico, significa que o receberam de um ser que concede tudo sem receber, que permite a participação sem ser ao mesmo tempo partícipe.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este ser é a fonte de tudo aquilo que existe de algum modo. Ele é a perfeição infinita, absoluta. É um ser perfeito sob todos os aspectos que se possam imaginar. Nele se realizam com perfeição suprema todas as possibilidades do ser.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O quinto caminho apontado por Tomás de Aquino como prova da existência de Deus é o do finalismo, ou seja, do governo do mundo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Jolivet resume esta quinta via deste modo: “No conjunto das coisas naturais verificamos uma ordem regular e estável. Ora, toda ordem exige uma causa inteligente, que adapta os meios aos fins e os elementos ao bem do todo. Portanto, a ordem do mundo é obra de uma Inteligência ordenadora, transcendente a todo o universo”5. Esse Ordenador é Deus.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De fato, quando se analisa o que ocorre no mundo se verifica que tudo age e opera como se tendesse a um fim. Não se trata de uma idéia mecanicista do universo, como se Deus interviesse juntando partes como acontece com o relojoeiro para constituir um relógio. Trata-se de se perceber a finalidade inata em algumas coisas, coisas que mostram em si mesmas um princípio de finalidade e total unidade. As exceções que se podem atribuir ao acaso não invalidam este raciocínio.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que se busca é a causa da regularidade, da ordem e da finalidade visíveis em alguns seres. Esta causa não pode ser identificada com os próprios seres em si. É preciso, pois, remontar a um Ordenador que esteja em condições de dar ser aos seres e, na verdade, daquele modo específico no qual de fato eles operam.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As leis segundo Tomás</span></b><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Segundo Tomás de Aquino, por ser racional, o homem conhece a lei natural, ou seja, está plenamente capacitado para saber que “se deve fazer o bem e evitar o mal”. Trata-se da participação da lei eterna pelo homem dotado de inteligência. A lei eterna outra coisa não é senão o plano racional de Deus, isto é, a ordem existente no universo todo. Por esta lei dirige tudo para o seu fim específico.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Além desta lei eterna e da lei natural, Tomás fala da lei humana, ou seja, jurídica. São normas feitas pelos homens para impedir que se pratique o mal. É a ordem promulgada por quem tem a responsabilidade pela comunidade.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino considera o Estado como uma necessidade natural. É que o homem é um ser social e precisa de orientações para viver em sociedade. Entretanto, Tomás de Aquino deixa claro que as leis humanas não podem contradizer a lei natural.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aliás, no pensamento dele as normas do direito positivo existem para que os que são propensos aos vícios e neles se obstinam sejam persuadidos, a bem da ordem pública, a evitar tais desvios. Insiste Tomás na função pedagógica das leis humanas e nas sanções que podem e devem incluir. O objetivo é a convivência pacífica entre os homens.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino e a Filosofia Grega</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino repensou Aristóteles, o grande filósofo grego do século V antes de Cristo. Deu diretrizes novas ao pensamento de Platão, outro grande filósofo daquele século. Deus é para Tomás o Criador de tudo, noção não atingida pela filosofia grega. O dualismo inexplicável entre o mundo ideal e o mundo fenomenal, entre Deus e a matéria foi inteiramente superado por Tomás de Aquino.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A ética de Aristóteles é sem obrigação e sem sanção, mas não assim a moral exposta pelo Aquinate.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na lógica, parte da filosofia que trata da lei do raciocínio correto, Tomás de Aquino expôs e comentou os ensinamentos de Aristóteles, dado que a lógica aristotélica é perfeita. O filósofo grego foi o pioneiro que investigou cientificamente as leis do pensamento e as formulou com exatidão. Kant, filósofo alemão, afirmou que os filósofos posteriores nada acrescentaram ao que Aristóteles ensinou neste aspecto da filosofia6.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entretanto, a teodicéia de Aristóteles, ou seja, a parte que trata de Deus, é incomparavelmente inferior à de Tomás de Aquino.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como Aristóteles, porém, Tomás de Aquino na política, acertadamente, ensina que a bondade de um governo, sua eficiência, não dependem de sua forma, mas da honestidade, da competência com que se dedica ao bem comum, ao bem estar dos cidadãos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seja monarquia, república ou outra forma qualquer, melhor será, concretamente, a que mais se ajustar às necessidades do povo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Leão XIII e Tomás de Aquino</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Leão XIII que foi considerado o papa dos operários escreveu uma encíclica7, isto é, uma carta circular, solene, sobre a filosofia, em 1879. Neste documento a figura de Tomás de Aquino é objeto de especiais considerações.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diz o texto que Tomás de Aquino foi quem com maior perfeição uniu a inteligência, a razão, à fé. Fala na excelência e perfeição da doutrina tomista. A confirmação desta importância é atestada pelo valor em si do que ele ensinou, pelos aplausos das Academias e Escolas e até pelos que não são católicos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Odilon Moura deste modo resumiu o plano da referida encíclica: “Há necessidade de se instaurar uma Filosofia que harmonize a razão com a fé, para implantação da ordem na sociedade (números 1-20); ora, a Filosofia de Tomás é a que melhor atende aos requisitos para a harmonia entre a razão e a fé (números 21-27); logo, deve ser instaurada a Filosofia de Santo Tomás (números 28-37)”8.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dos trechos mais expressivos da referida encíclica é este: “Entre todos os doutores escolásticos, brilha como astro fulgurante, e como príncipe e mestre de todos Tomás de Aquino, o qual, como observa o Cardeal Caetano, “por ter venerado profundamente os santos doutores que o precederam, herdou, de certo modo, a inteligência de todos”. O termo escolástica empregado acima significa filosofia ensinada nas escolas medievais do Ocidente Europeu.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diz ainda Leão XIII: “Tomás reuniu suas doutrinas, como membros dispersos de um mesmo corpo; reuniu-as, classificou-as com admirável ordem, e de tal modo as enriqueceu, que tem sido considerado, com razão, como o próprio defensor e a honra da Igreja”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este trecho a seguir retrata admiravelmente quem foi Tomás de Aquino: “De espírito dócil e penetrante, de fácil e segura memória, de perfeita pureza de costumes, levado unicamente pelo amor da verdade, cheio de ciência divina e humana, justamente comparado com o sol, aqueceu a terra com a irradiação de suas virtudes e encheu-a com o resplendor de sua doutrina”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sobre seu espírito filosófico Leão XIII atesta: “Não há ponto da filosofia que não tratasse com tanta penetração como solidez. As leis do raciocínio, Deus e as substâncias incorpóreas, o homem e as outras criaturas sensíveis, os atos humanos e seus princípios, são objeto das teses que defende, nas quais nada falta, nem a abundante colheita de investigações nem a harmoniosa coordenação das partes, nem o excelente método de proceder, nem a solidez dos princípios”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem se interessa por obter outras análises de Leão XIII sobre Tomás de Aquino encontra nesta encíclica inúmeras outras considerações que mostram o valor deste filósofo extraordinário.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino hoje</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os discípulos, os seguidores de Tomás de Aquino neste final do século XX são incontáveis.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Filósofos talentosos das mais diversas nações encontram em Tomás de Aquino elementos valiosos para suas pesquisas. Sertillanges, Maritain, Gilson, Garrigou-Lagrange, De Finance, Caturelli são alguns entre muitos que manifestam a presença vigorosa do tomismo em nossos dias.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No Brasil Fernando Arruda Câmara, notável filósofo brasileiro, lançou o livro “Tomismo Hoje”, no qual mostra o grande número de tomistas em nossa pátria, entre os quais, se destaquem Maurílio Teixeira Leite Penido, Leonardo Van Acker, Henrique Cláudio de Lima Vaz, Alexandre Correia.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A reelaboração do tomismo efetuada pelos filósofos de nossos dias tem como característica um estudo direto dos textos de Tomás de Aquino. Além disto se nota uma fidelidade absoluta às teses fundamentais estabelecidas por ele. Percebe-se diálogo aberto com as outras correntes filosóficas atuais. Há ainda uma preocupação dos tomistas de hoje de investigar em profundidade a cultura moderna, contemporânea.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tais discípulos de Tomás de Aquino são chamados neotomistas que tentam responder às profundas perguntas que se colocam ao homem de hoje, cristãos ou não-cristãos. Há sobretudo um apelo à Verdade e ao Amor Criador que precisam penetrar no íntimo da realidade humana.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">À cultura moderna e contemporânea influenciada pela técnica e pela ciência, endeusadas erroneamente, o tomismo traz uma contribuição admirável. Leva o ser racional ao encontro de Deus e dos valores perenes, sem os quais é impossível a verdadeira felicidade. Trata-se de libertar o homem da escravidão do materialismo com todas as suas terríveis conseqüências.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Chesterton, pensador inglês afirmou: “Neste momento atual, tão pouco esperançoso, não há homens tão esperançosos como aqueles que consideram agora Santo Tomás como guia em uma centena de perguntas angustiosas respeitante às artes, à propriedade e à ética econômica. Há inegavelmente um tomismo esperançoso e criador em nossa época”9.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É também deste autor esta frase luminosa: “Que o tomismo seja a filosofia do bom senso, o mesmo bom senso o proclama”10. O erro seria considerar o tomista como quem entende Tomás de Aquino de modo estático, medieval. Nada disto. Através de um estudo maduro, de uma reflexão atenta, o tomista procura pinçar o que está latente nos escritos de Tomás de Aquino.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como observou Dino Staffa: “Nenhuma das maravilhosas conquistas da ciência física são inconciliáveis com a doutrina tomista, senão que a integram e iluminam”11.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há, de fato, uma perfeita harmonia entre os ensinamentos de Tomás de Aquino e as descobertas científicas de hoje.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Jean Ladrière recentemente declarou: “A atualidade do pensamento de Santo Tomás de Aquino é a presença contínua de uma força inspiradora capaz de assumir, em suas figuras cambiantes, o destino da razão, a consciência que ela tomou de suas conquistas como de seus limites, o pressentimento que ela traz consigo daquilo que lhe pode dar absolutamente seu sentido”12.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Wolfgang Kluxen situou, com rara felicidade, a posição do tomismo ao escrever que este “não é a última palavra da razão e isto segundo seus próprios princípios. Basta, porém, que seja uma palavra real, séria, verdadeira; e, como tal, ele permanecerá sempre atual, contemporâneo a todas as épocas”13.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O reencontro da juventude de hoje com Tomás de Aquino significa libertação e renovação cultural forte. Tomás de Aquino é um convite ao afastamento de tudo que degrada o ser humano. Ele inspira segurança para que se ande nos caminhos do bem e dos verdadeiros valores. Enche de esperança o coração juvenil.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">João Paulo II e Tomás de Aquino</span></b><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Realizou-se em Roma em 1990 o nono Congresso Tomista Internacional. João Paulo II, o atual papa, recebeu em audiência os participantes deste Congresso promovido pela Pontifícia Academia de Santo Tomás. Na oportunidade falando aos tomistas ali reunidos o papa recordou que em 1880 havia chamado Tomás de Aquino de “Doutor da Humanidade”. Tal título era baseado no muito que Tomás de Aquino escreveu dignificando a natureza humana com suas colocações filosóficas e teológicas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lembrou o papa os ensinamentos do Aquinate nas obras “Sobre Homem” e “Sobre Deus Criador” nas quais ele ensina que “enquanto o homem é obra das mãos de Deus, traz em si a imagem de Deus e tende, por natureza, a uma semelhança com Deus cada vez mais plena”14.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois de outras profundas considerações João Paulo II assim se expressou: “Deve-se, portanto, desejar e favorecer de todos os modos o estudo constante e aprofundado da doutrina filosófica, ética e política que Santo Tomás deixou em herança às escolas católicas e que a Igreja não hesitou em fazer própria, de modo especial no que diz respeito à capacidade, à perfectibilidade, à vocação, à responsabilidade do homem quer na esfera pessoal quer na social…”</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quanto à atualidade da doutrina tomista assim se expressou o papa: “Santo Tomás não podia certamente prever um mundo cultural e religioso tão vasto e complexo e articulado como nós hoje conhecemos. Nem podia, portanto, ditar soluções concretas para a grande quantidade de problemas específicos que nós hoje devemos enfrentar”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Prossegue, porém, o papa: “Mas dado que seu maior cuidado foi colocar-se e manter-se da parte da verdade universal, objetiva e transcendente […] traçou um método de trabalho missionário que é hoje substancialmente válido também no plano das relações ecumênicas e inter-religiosas, assim como no confronto com todas as culturas antigas e novas”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portanto, a doutrina de Tomás de Aquino é apta para a aproximação dos cristãos entre si e para o entendimento das culturas passadas e recentes.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De fato, o amor à verdade que fulgiu, brilhou, em Tomás de Aquino conduz à sociabilidade é à solidariedade, à liberdade que, segundo João Paulo II, firmado no Aquinate, não pode ser real se não está fundamentada nesta verdade. A crise moral do mundo de hoje lembra no seu discurso o papa “depende do enfraquecimento do sentido da verdade nas inteligências e nas consciências, que perderam a referência à fundação última da verdade mesma”.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É aí, precisamente, que se deve ver a importância capital do contacto com a doutrina de Tomás de Aquino.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino e Francisco de Assis</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dada a popularidade de Francisco de Assis, melhor se pode ter uma idéia de Tomás de Aquino, fazendo-se uma comparação entre ambos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis era magro, de baixa estatura, vibrante, um corisco. Vivia atrás de seus pobres. Era um andarilho de Deus. Caminhava pelas estradas para ajudar os necessitados. Andava modestamente pelas ruas edificando a todos. Tomás de Aquino era corpulento, pesado como um touro. Gordo, vagaroso. Tranqüilo e quieto. Nada sociável, era tímido. Vivia meditando, refletindo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis era irrequieto e para muitos um tanto quanto maluco em suas privações. Tomás de </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aquino era o Homem da Pontualidade, da Regra, do Método.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis desprezou os estudos e nem queria que seus seguidores freqüentassem as universidades. Tomás de Aquino era o intelectual debruçado sobre os livros e sempre a escrever.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis era um poeta ambulante, imerso na beleza das flores, do murmúrio dos rios, do cântico dos pássaros. Tomás de Aquino era um poeta-teólogo, acadêmico, compondo hinos litúrgicos profundos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis queria persuadir pela simplicidade das ações vistas pelos homens para arrastá-los a Deus. Tomás de Aquino desejava persuadir pelas palavras para levar milhares até o Criador.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis pode ser comparado com um manso cordeirinho imerso na natureza. Tomás de Aquino, como foi relatado, foi comparado a um boi, cujos mugidos ecoaram pelos séculos afora.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis era filho de um comerciante da classe média e não estava de acordo com a vida mercantil do pai, pois não amava a agitação do comércio. Seu desapego total às coisas do mundo não se adequava à busca de um lucro material. Tomás de Aquino era de família nobre e poderia ter todo o conforto que o mundo oferece, mas desprezou as glórias mundanas para se entregar inteiramente a seu mundo interior sem o apego a tudo que o luxo pode oferecer.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ambos por caminhos diferentes e numa ótica diversa optaram pela pobreza evangélica. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis o homem menos mundano que andou pelo mundo viveu neste mundo como um pobre caminhante. Tomás de Aquino procurava a solidão como alguém que não fosse deste mundo para andar pelos caminhos do espírito nas regiões de profundas questões intelectuais.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis pode ser chamado o trovador de Deus, mas, por certo, não admitiria o Deus dos trovadores. Tomás de Aquino não reconciliou Cristo com Aristóteles, mas sim reconciliou Aristóteles com Cristo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis é o santo da ecologia. </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino é o santo da filosofia.</span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis mortificava tanto o seu corpo que mereceu ter em si os estigmas, ou seja, as chagas de Cristo. Tomás de Aquino preferia filosofar sobre o corpo, ensinando que o homem não é um homem sem o corpo, tal como o não é sem a alma.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Francisco de Assis tornou-se um santo eminentemente popular. Tomás de Aquino um santo mais venerado pelos intelectuais.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quer Francisco de Assis, quer Tomás de Aquino deixam ambos uma mensagem vibrante para este final de milênio: a felicidade não se encontra fora de cada um, mas lá no íntimo do ser racional. Ambos convidam para esta viagem que muitos não gostam de fazer: entrar no âmago da própria consciência. Lá se descobre Deus, para, em seguida, como fizeram os citados personagens, se abrir para o próximo, para a natureza, para as conquistas da inteligência.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ambos mostram que há caminhos diversos para se atingir o objetivo último do homem nesta busca, nem sempre bem direcionada, da tranqüilidade, da ordem e da paz.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este reencontro com tão ilustres e sábias figuras por certo move a um repensar frutuoso no sentido daquele auto-controle tão necessário seja a quem for.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como mostra Francisco de Assis não é preciso se apartar do mundo e das maravilhas que Deus espalhou por toda parte. Cumpre curtir a vida.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como ensina a vida de Tomás de Aquino não se pode afastar das conquistas do espírito, da inteligência. Tomás, certamente, se vivesse hoje, estaria enfronhado nos progressos humanos. Nas suas reflexões procuraria o sentido, o significado da ciência e da técnica tão avançadas de hoje. Deixou, porém, ele princípios valiosos para que os homens do século atual façam tal análise com pertinência e sabedoria.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma aventura divina</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgOxCplPJjLbPtV3ZIxDTAXNU7ic56VK5MY9OGiCAa2A6qEK-xt52wzor4tTe-X6zIoATFhbzgN2iGKq27SQPvMVUYO9dM9eRumZNVCIRLUTcZR_DbhqiL2rm2H2MAQSCO0_l9/s1600/images+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgOxCplPJjLbPtV3ZIxDTAXNU7ic56VK5MY9OGiCAa2A6qEK-xt52wzor4tTe-X6zIoATFhbzgN2iGKq27SQPvMVUYO9dM9eRumZNVCIRLUTcZR_DbhqiL2rm2H2MAQSCO0_l9/s400/images+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A existência de Tomás de Aquino foi, sem dúvida, uma aventura divina.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando olhamos para o firmamento à noite, imenso veludo cravado de estrelas, percebemos que umas brilham mais do que outras. Tomás de Aquino no firmamento dos grandes homens é estrela de primeira grandeza. Entre os santos que o cristianismo apresenta, nenhum foi mais sábio.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao lado de uma cultura invejável e de uma inteligência admirável Tomás de Aquino deixou o exemplo de uma grande humildade. Honras e dignidades eclesiásticas lhe foram oferecidas, mas ele as recusou. Quis sempre viver na solidão de seu convento onde se refugiava quando não estava a dar aulas ou a pregar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino revela que não basta um saber enciclopédico, mas este deve ser sólido, profundo, alimentado na reflexão contínua.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na doutrina de Tomás de Aquino encanta não apenas a universalidade dos temas que abordou, dos quais tratou, mas a clareza de sua explanação é também digna de nota.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A obra monumental de Tomás de Aquino foi, sem dúvida, aSuma Teológica, a qual se pode comparar às majestosas catedrais do estilo gótico de seu tempo, elevando-se acima de todos os escritos deste gênero.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino ensina como uma vontade determinada, férrea, pode atingir os mais nobres objetivos. A concentração da inteligência nos estudos leva a resultados maravilhosos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Num mundo no qual tudo arrasta o homem para fora de si mesmo, deixando-o entre as ondas revoltas da angústia e da agitação interior, Tomás de Aquino é um convite vivo a instantes de uma salutar entrega ao silêncio em busca daquela serenidade que felicita e engrandece.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tudo que foi relatado dizendo respeito ao tomismo, mostra que se trata de um tomismo atual, perdurável e não um tomismo medieval. Isto mostra que há, de fato, em tudo que Tomás de Aquino escreveu uma tendência universalista.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Oferece, realmente, o conjunto de ensinamentos do grande filósofo de Aquino elementos valiosíssimos para pensar o mundo e o momento atual à luz das verdades perenes. Surgem, realmente, novos pensadores que sob a conduta do Doutor Angélico se consagram a estabelecer a ordem segundo a verdade.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É a verdade que sempre salva e liberta o ser racional, hoje, sobretudo necessitando de um senso crítico apurado. A juventude precisa deste amor à verdade para não se deixar levar pelas armadilhas do erro e da mentira.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O tomismo não quer em absoluto retornar à Idade Média. Trata-se, contudo, de salvar e de assimilar todas as riquezas oferecidas por Tomás de Aquino para valorizar tudo que há de positivo nos tempos modernos. É que o tomismo pretende usar da razão para separar o verdadeiro do falso. Pode purificar certas tendências modernas e integrar tudo que a verdadeira conquista do espírito humano conseguiu após Tomás de Aquino. De fato, o tomismo é uma filosofia essencialmente sintética e assimiladora.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O tomismo é uma sabedoria que nasce de um sistema magnificamente arquitetado por Tomás de Aquino, apta, portanto, para orientar as mentes, libertando-se do erro.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No momento em que se nota no mundo de hoje um surto religioso inegável, a presença de Tomás de Aquino é de fundamental importância. Os cristãos, sobretudo, se empenham em viver o que Jesus ensinou e procuram, sem falso moralismo, uma vida longe de lances desonestos que maculam e escravizam. O exemplo magnífico de Tomás de Aquino que, em plena juventude, venceu espetacularmente a tentação sexual, realmente, arrasta e inspira gestos semelhantes.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com justiça ele foi denominado o Doutor Angélico. Tal elevação de uma existência singular se deveu à sua íntima união com Deus. Hoje grupos juvenis se formam e sem nenhum respeito humano se põem a cantar os louvores divinos e buscam uma perfeição de vida, motivo de fagueiras esperanças. Tudo que Tomás de Aquino realizou ele o consegui indo à fonte suprema do Bem. Neste aspecto há uma sintonia muito grande entre a mentalidade do Aquinate e esta onda religiosa hodierna.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A piedade de Tomás de Aquino era algo viril, pois o conduzia a ações verdadeiramente heróicas. É este o ideal que toma conta de centenas de jovens que não desejam se deixar levar pelas vagas dos vícios, mormente das drogas que matam e rematam tantas vezes a crueldade de espíritos perversos que se enriquecem com as desgraças alheias.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomás de Aquino constitui-se deste modo num apelo vibrante a que prossigam todos nesta caminhada vibrante da afirmação pessoal.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pode-se, portanto, dizer que Tomás de Aquino se torna assim um notável concidadão dos tempos modernos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aos males da inteligência ele propõe o remédio do exercício da razão, capaz de desmascarar as insídias das manipulações dos donos do poder.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aos desastres éticos e morais ele aponta a retidão da vontade firmada na proteção de Deus a levar para longe das servidões dos falsos prazeres.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao desânimo que, por vezes, se instaura em tantos corações ele propõe a experiência de Deus, fonte de toda paz e energia interior.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A uma ciência e a uma tecnologia materialistas ele contrapõe o retorno incondicional a Deus, cuja existência ele soube tão bem provar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A este herói da ordem intelectual se deve acorrer para se buscar nas conquistas do espírito a força capaz de erguer um mundo que se deixou levar pelo endeusamento de falsos ídolos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em nossos dias quando a filosofia voltou a ser novamente prestigiada nos currículos até do segundo grau, o reencontro com Tomás de Aquino só poderá resultar numa maior pujança intelectual e cultural.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por tudo que aqui foi escrito sobre Tomás de Aquino se pode concluir que ele é, de fato, o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios!</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">____________________________</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">NOTAS</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">1 Santo Tomás, Suma Teológica I, q.2, a. 3.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">2 Idem, ibidem.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">3 Joseph de Vries, Deus (Provas da existência de) in: W. Brugger, Dicionário de Filosofia. São Paulo, Herder, 1969, p. 131.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">4 Santo Tomás, idem, ibidem.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">5 Regis Jolivet, Tratado de Filosofia, vol. III, Metafísica, Rio de Janeiro, Agir, 1972, p. 387.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">6 Apud Leonel Franca, Noções de História da Filosofia, Rio de Janeiro, Agir, 1967, p. 55.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">7 Leão XIII, Aeterni Patris, Rio de Janeiro, Presença (Tema Atual no 43).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">8 Odilão Moura in: Leão XIII, op. cit., p. 14.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">9 G.K. Chesterton, S. Tomás de Aquino, Braga, Livraria Cruz, 1957, p. 255.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">10 Idem, ibidem, p. 195.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">11 Dino Staffa, Vitalidad del Tomismo, Salamanca, Imprensa Calatrava, 1963, p. 27.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">12 Jean Ladrière, La situation actuelle de la philosophie et la pensée de Saint Thomas in: Benedetto d’Amore, Tommaso d’Aquino e il Centenario dell’enciclica “Aeterni Patris”, Roma, Società Internazionale Tommaso d’Aquino, 1979, p. 100.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">13 Wolfgang Kluxen, L’originalité de Saint Thomas d’Aquin et le problème d’um thomisme contemporain in: Benedetto d’Amore, op.cit., p. 209.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">14 João Paulo II in: L’Osservatore Romano, Vaticano, Ano XXI, no 43 (1091) 28.10.1990, p. 9.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">* Professor no Seminário de Mariana – MG</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">BIBLIOGRAFIA </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">CAMPOS, Fernando Arruda. Tomismo Hoje, São Paulo, Loyola, 1989. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">CARVALHO, José Geraldo Vidigal de, Temas Filosóficos, Ouro Preto, UFOP, 1982. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">CHESTERTON, G.K. Santo Tomás de Aquino, Braga, Livraria Cruz, 1957. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">GILSON, E. Tomás de Aquino in: História da Filosofia Cristã, Petrópolis, 1982. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">HIRSCHBERGER, J. Tomás de Aquino in: História da Filosofia na Idade Média, São Paulo, Herder, 1966. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">MATOS, Carlos Lopes (Cons) Santo Tomás, Vida e Obras in: OS PENSADORES, S. Paulo, Abril Cultural, 1979. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">PADOVANI, U. e CASTAGNOLA, L. Tomás de Aquino in: História da Filosofia,Melhoramentos, São Paulo, 1970. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">REALE, G. e ANTISERI, D. Tomás de Aquino in: História da Filosofia, vol. I, São Paulo, Paulinas, 1990.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">SERTILLANGES, A. D. Santo Tomás de Aquino, Alcan, Paris, 1925. </span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">TOMÁS DE AQUINO, SUMMA </span>THEOLOGIAE, 3. vols., Taurini-Romae, Marietti, 1950.</span><br />
<ul style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, Georgia, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px;">
</ul>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-84865353503871659662014-06-06T14:54:00.002-04:002014-06-06T14:54:21.907-04:00São João XXIII e sua Devoção a Santa Teresa<div class="text-right" id="main-image-cont" style="margin-bottom: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
<div class="row-fluid" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Lato, Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 16px; text-align: start; width: 599px;">
<div class="span12" style="box-sizing: border-box; float: left; margin-left: 0px; min-height: 26px; width: 599px;">
<h1 style="color: inherit; font-family: inherit; line-height: 28px; margin: 8px 0px; text-align: center; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="font-size: small;">O fascínio de João XXIII por Santa Teresa de Ávila</span></h1>
</div>
</div>
<div class="row-fluid" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Lato, Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 16px; text-align: start; width: 599px;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwZgkMSN66RrNo2UR4Hef8zAFcmjw4whwSPY35ewya4xTslAx0T9XtvhtcRqmBd6NoMD43lS2ABqNp8bgUpn7mlPsuBzw9-s1Uhwcr6QghawW5HYQ0Z7keu2kfvg64yGSZiry/s1600/sao+joao+XXIII.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwZgkMSN66RrNo2UR4Hef8zAFcmjw4whwSPY35ewya4xTslAx0T9XtvhtcRqmBd6NoMD43lS2ABqNp8bgUpn7mlPsuBzw9-s1Uhwcr6QghawW5HYQ0Z7keu2kfvg64yGSZiry/s1600/sao+joao+XXIII.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #cc0000; font-size: x-large;">A</span></b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">inda como Cardel, Angelo Roncalli gostava de fazer passeios a pé por Roma para visitar doentes e idosos levaram, o que lhe rendeu um apelido carinhoso: Johnnie Walker. Este era um dos elementos em comum que ele tinha com a santa andarilha por excelência,Teresa de Jesus, por quem sentia uma grande devoção e de quem admirou tanto o espírito de oração como seu apostolado renovador.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De fato, em uma das suas viagens à Espanha antes de ser papa, o então cardeal Roncalli visitou Ávila e Alba de Tormes, e isso lhe causou tal impacto, que recordou o fato diversas vezes ao longo do seu pontificado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A personalidade simples de João XXIII gerou inúmeras histórias. O apelido de Johnnie Walker não parecia incomodá-lo, pois ele se manteve fiel a esse costume de sair do Vaticano para levar a cabo sua singular maneira de entender o apostolado – algo que, além isso, compartilhava com quem foi uma das suas referências espirituais, Santa Teresa de Jesus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A devoção teresiana de Angelo Roncalli se nutria de duas fontes: sua admiração pela figura histórica, o espírito de oração e o ardor renovador que caracterizou a mística doutora; e a simplicidade e zelo missionário também de Santa Teresa de Lisieux.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De fato, se durante seus anos como núncio em Paris, ele aproveitou para conhecer pessoalmente o carmelo teresiano de Lisieux, como patriarca de Veneza e só quatro anos antes de ser eleito papa, o cardeal Roncalli aproveitou uma viagem à Espanha para visitar o carmelo de Alba de Tormes – onde se venera o túmulo da santa – e entrar na clausura carmelita do mosteiro da Encarnação, onde Teresa de Ávila passou a maior parte da sua vida e onde teve algumas das suas experiências místicas mais destacadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim, em 25 de julho de 1954, o patriarca de Veneza chegou a Alba de Torme, procedente de Santiago de Compostela, onde recebeu o então bispo de Salamanca, Dom Francisco Barbado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O anfitrião lhe mostrou a catedral, a Casa de las Conchas e outros monumentos, e atendeu ao pedido do cardeal de visitar o carmelo onde se venerava o túmulo da santa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Poucas horas depois, entraram no convento de Alba de Tormes, onde ele assinou o livro de visitas da sacristia com uma ideia teresiana que havia feito sua: “Santa Teresa por amor de Jesus e da Santa Igreja. Padecer ou morrer”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Naquela mesma tarde, ele viajou a Ávila para visitar o mosteiro da Encarnação. Para a sua surpresa, o bispo da diocese, Dom Moro Briz, ainda que estivesse ausente, autorizou-o a entrar na clausura do carmelo, orar nos locais em que Teresa esteve e conhecer a parte do convento que era conservada exatamente como na época da santa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As próprias carmelitas o guiavam: “Aqui foi onde Jesus lhe apareceu”, “Aqui ela viu o Ecce Homo”...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na saída, Roncalli explicou a um dos seus acompanhantes (o historiador Ignacio Tellechea, autor do livro “Esteve entre nós”) o impacto que lhe havia causado o quarto pequeno, fechado e escuro no qual havia acontecido o luminoso episódio da transverberação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Anos mais tarde, e já sendo papa, recordou ambas as visitas em quatro ocasiões, e inclusive, em 1962, concedeu um Ano Santo nas duas localidades, por ocasião do IV centenário teresiano.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De fato, tanto na carta de abertura do Ano Santo, datada de 16 de julho de 1962, como no seu discurso ao Capítulo Geral dos carmelitas descalços, em 29 de abril de 1961, João XXIII resumiu a vida da santa e a história da Ordem com as três chaves que ele mesmo aplicou para convocar o Concílio Vaticano II: gratidão a Deus pelo caminho percorrido; espírito de oração e a habitual amizade com o Doce Hóspede da Alma; e um zelo missionário, que é a chama que arde no coração de Jesus e não deixa de tocar todos os que podem e devem compreender o valor do mandato de Cristo, bem como o apelo do seu humilde vigário: “Ide e anunciai a todos os povos” – um mandato que, como se vê, não passa de moda.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">(Artigo publicado originalmente por <a href="http://www.alfayomega.es/Revista/2014/876/01_enportada6.php">Alfa e Omega</a>)</span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 16px; line-height: 25px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
sources: <strong style="color: #0088cc; text-decoration: none;"><a href="http://www.aleteia.org/pt/sources/alfa-y-omega" style="color: #0088cc; text-decoration: none;">Alfa y Omega</a></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="color: black; font-size: medium; line-height: normal;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">© Public Domain</span></div>
<div style="color: black; font-size: medium; line-height: normal;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">11.04.2014 // <a href="http://www.aleteia.org/pt/religiao/artigo/%2Fpt%2Freligiao%2Fartigo%2Fo-fascinio-de-joao-xxiii-por-santa-teresa-de-avila-6703367086669824?print=1">IMPRIMIR</a></span></div>
<div>
<br /></div>
</div>
</span></div>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-12285433403302866682014-04-27T23:30:00.000-04:002014-04-27T23:30:00.710-04:00Emaús: da decepção à esperança<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/s5PqtC8ZQTc" width="560"></iframe>
</div>
<h1 class="single-title entry-title" style="background-color: white; border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<br /></h1>
<h1 class="single-title entry-title" style="background-color: white; border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<br /></h1>
<h1 class="single-title entry-title" style="background-color: white; border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
Emaús: da decepção à esperança</h1>
<div class="byline" style="background-color: white; border: none; color: #666666; font-family: Cambria, Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 0.85em; font-style: italic; line-height: 24px; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-size: 16px;"><br /></span>
<span style="background-color: transparent; color: #990000; font-size: x-large; text-align: justify;">O</span><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-size: 16px; text-align: justify;">s homens tristes no entardecer </span><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-size: 16px; text-align: justify;">O Evangelho de São Lucas, no seu capítulo 24 (13-35), faz-nos contemplar de perto, de uma maneira muito viva, dois homens que – na tarde do próprio dia da Ressurreição de Jesus – estão voltando para casa, cabisbaixos e decepcionados: os discípulos de Emaús.</span></div>
<div class="entry-content entry" style="background-color: white; border: none; font-family: Cambria, Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 24px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-size: 16px;"><br /></span></div>
<div class="entry-content entry" style="border: none; color: #333333; font-size: 16px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Nesse mesmo dia – diz São Lucas -, dois discípulos caminhavam para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios –cerca de doze quilômetros. Iam falando um com o outro sobre tudo o que se tinha passado . Aquilo que se tinha passado era, nada mais nada menos, a paixão e a morte de Jesus, a “derrota” estrondosa de Cristo às mãos dos seus inimigos, enquanto as multidões, que cinco dias antes, no domingo de Ramos, o haviam aclamado entusiasmadas, vociferavam com ódio: Crucifica-o! Crucifica-o!</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Podemos imaginar, por isso, qual era o seu estado de ânimo. Perdidos, deprimidos, desnorteados, conversavam como quem não acaba de acreditar que tivesse sido possível aquele afundamento dos seus sonhos. Assim andavam quando Jesus aproximou-se e caminhava com eles; mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
São Josemaría Escrivá oferece-nos uma descrição cálida da aparição de Jesus ressuscitado a esses discípulos: “Caminhavam aqueles dois discípulos – escreve – em direção a Emaús. Andavam a passo normal, como tantos outros que transitavam por aquelas paragens. E ali, com naturalidade, aparece-lhes Jesus e caminha com eles, numa conversa que diminui a fadiga. Imagino a cena, bem ao cair da tarde. Sopra uma brisa suave. Em redor, campos semeados de trigo já crescido, e as oliveiras velhas, com os ramos prateados à luz tíbia”. São palavras poéticas que nos ajudam a fazer meditação, sentindo-nos dentro da cena, participando dela “como mais um personagem”.i</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Ouçamos, pois – enquanto os acompanhamos –, as primeiras palavras que o Senhor lhes dirige: De que vínheis falando pelo caminho, e por que estais tristes?. O diálogo que se travou é digno de ser meditado. Primeiro, como pessoas frustradas, os discípulos respondem de mau humor, num tom ríspido: Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu nestes dias?”… É como se dissesse, meio admirado e meio irritado: “Todo o mundo sabe. Onde é que você vive? Só você está por fora?”</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Que ironia! Dirigem-se rudemente a Jesus, lançando-lhe em rosto a sua ignorância a respeito da tragédia… do próprio Jesus! Tudo isso chegaria a ser cômico, se não fosse dramático. Mas nosso Senhor, como em todas as cenas da ressurreição, mostra-se especialmente afável e bem-humorado para com eles. Ousaria dizer que é até propositadamente divertido. Fazendo-se de ingênuo, pergunta-lhes “Que foi? Que houve?…” Assim quer ajudá-los a abrir o coração, como, aliás, Ele deseja fazer conosco sempre que nos vê desanimados ou tristes: “Eu estou aqui – diz-nos -. Fala comigo”.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
E eles abriram-se mesmo. Despejaram o vinagre da sua decepção. Falaram ao caminhante desconhecido sobre um tal Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo, comentando os acontecimentos trágicos da quinta e da sexta-feira santas, e contaram-lhe como tinha acabado pregado na Cruz. Depois, confessaram a sua tremenda frustração: Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel, e agora, além de tudo isso, já é o terceiro dia que estas coisas aconteceram.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b>Um erro de Esperança</b></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Esse era o mal que lhes corroía a alma: Nós esperávamos. Tinham colocado toda a sua esperança no Senhor. Tinham apostado nele. Por isso o haviam seguido, por isso tinham abandonado os seus planos pessoais, o aconchego do lar, tudo, jogando a vida numa só carta: a esperança de que Jesus fosse o poderoso Rei-Messias anunciado pelos Profetas, que triunfaria sobre todos os inimigos e se assentaria no trono do Reino de Israel, restabelecendo-o para sempre. Ninguém lhes tinha contado ainda que, em plena Paixão, Jesus declarara inequivocamente a Pilatos: O meu Reino não é deste mundo…</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
No entanto, eles, quase com certeza, já lhe tinham ouvido dizer: O Reino de Deus está dentro de vós… E também tinham escutado muitas das parábolas do Reino, que falavam, por meio de expressivos simbolismos, não de um reino terreno, político, mas de um Reino de graça, de paz e de amor que cresce dentro dos corações, nas famílias, nas sociedades, como o trigo que germina de noite e de dia; como o grão de mostarda que é pequenino e se torna árvore alta; como o fermento invisível que a mulher põe na massa de farinha e acaba fermentando-a toda… Ou como um Pai que perdoa o filho fugitivo, e um Pastor que procura a ovelha perdida e que é, ao mesmo tempo, o Rei-Deus que nos convida a participar do seu banquete de amor eterno…</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Poderíamos definir com exatidão o engano dos discípulos de Emaús – igual ao de muitos atuais discípulos de Cristo – como um grande “erro de esperança”. Aí esteve a sua falha. Tinham esperança, sim, mas era uma “esperança equivocada”, não era a virtude cristã da esperança. Em conseqüência, estavam irremediavelmente fadados à decepção e ao fracasso, como quem dispara uma flecha para o alvo errado, ou dirige um veículo fora da estrada, que, quanto mais rápido vai, mais perto está do desastre.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Assim são muitas mulheres e muitos homens de hoje. O seu mal é a visão deturpada da esperança: esperam o que não devem, e esperam mal. Os exemplos são inúmeros: falsas esperanças amorosas, falsas esperanças profissionais, falsas esperanças de glória e triunfo, falsa confiança nas riquezas…</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Onde está o erro? A resposta é simples. Espera mal quem espera qualquer coisa diferente da Vontade de Deus a seu respeito, qualquer coisa – por grande e empolgante que seja – que esteja fora dos planos que Deus preparou e deseja para ele. Então, acontece a essas pessoas o que Jesus dizia aos fariseus: Frustraram o desígnio de Deus a seu respeito (Lc 10,30). A vida deles tornou-se um plano divino traído, frustrado, que Deus não pode reconhecer como seu, e tem que lhes dizer: Não vos conheço (Mt 25,12).</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É importante perceber que as pessoas não ficam frustradas “principalmente” por não terem alcançado os seus desejos, os seus sonhos. Na realidade, muitas das piores frustrações são as daqueles que alcançaram mesmo esses desejos e sonhos (“Já estou na faculdade, já tenho emprego, já me casei, já sou rico”), mas depois percebem que nada disso os preenche, não lhes traz a felicidade. Homens e mulheres ficam frustrados “principalmente” porque – sem sequer darem por isso – não atingem o ideal para o qual foram criadas por Deus, ou seja, por não terem sido fiéis à sua vocação de filhos de Deus, e por isso – desculpem a expressão rude – a vida delas, em vez de alcançar o desenvolvimento e maturidade de um filho que cresce, foi como um aborto. Fora do que Deus espera de nós, tudo é um triste aborto provocado… por nós!</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Pensemos, por exemplo, nos casamentos fracassados. A maioria deles afundou-se porque marido e mulher “esperaram mal”. O que é que espera a maioria dos noivos, quando vão para o casamento? Sem dúvida, amar e ser felizes. Mas amar, como? Serem felizes, como? Muitos só pensam em “receber” do outro muito carinho, paciência, compreensão, todo o aconchego para se “sentirem bem” realizando os seus próprios gostos e caprichos, os seus prazeres, e até as suas manias. Poucos pensam em dar e dar-se generosamente para o bem do outro e dos filhos, em construir uma família com abnegação generosa e desprendimento alegre, felizes por fazerem felizes os demais. Ou seja, não pensam no verdadeiro amor, no autêntico amor-doação, no único que pode trazer a felicidade.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Por isso, quando chega a hora da verdade e aparecem as dificuldades inevitáveis – essas com as quais Deus conta para nos purificar e amadurecer –, não compreendem que essas dificuldades são apelos para se darem mais, para amarem mais, para dialogarem mais, e não para irritações, más caras, resmungos e gritos; que é a hora da compreensão, e não a da imposição; que é a hora de escutar com humildade, e não de “ter razão”…. Infelizmente, não entendem nada disso. E, então, tudo vai por água abaixo. Não foram ao casamento preparados para o verdadeiro amor, mas para “consumir” satisfações (como “consomem” os outros prazeres da vida). É natural que acabem dizendo, como os discípulos de Emaús: “Nós esperávamos outra coisa”…</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É preciso abrir os olhos da alma, com a ajuda de Deus, e compreender que a vida não é uma laranja para chupar e cuspir, que os outros não são cana de açúcar para tirar o caldo e jogar fora o bagaço, que Deus não é um “seguro protetor de egoísmos”, e que os outros não são “bens desfrutáveis”. Viver e ser feliz é coisa infinitamente maior do que “usufruir”!</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b>A virtude da Esperança</b></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Qual é, então, a verdadeira esperança cristã? É a confiança firme, nascida da fé viva que nos diz que viveremos envoltos no amor de Deus aqui na terra – em todas as circunstâncias e vicissitudes de cada dia – e, depois, eternamente no Céu. Tudo o que conduz a isso é bom. Tudo o que afasta disso é mau. Tudo o que conduz a isso acaba em felicidade – já aqui na terra -, e tudo o que afasta disso acaba em tristeza, e até – Deus não o permita – pode acabar em tormento eterno.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É muito claro o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a esperança: “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças próprias, mas no socorro da graça do Espírito Santo… A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todos os homens; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo o esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade do amor” (nn. 1817 e 1818). São textos preciosos, que daria para meditar durante horas.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b>A grande Lição dos Discípulos de Emaús</b></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Voltando para a cena dos discípulos de Emaús, vale a pena prestar atenção ao que Cristo lhes disse, quando terminaram o seu desabafo de desiludidos. Nosso Senhor começou a falar-lhes de modo claro, incisivo, sem rebuços, com palavras que tiveram o efeito de lancetar-lhes o tumor de ceticismo que lhes corroía o coração: Ó gente insensata e lenta de coração para acreditar em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que o Cristo sofresse estas coisas e assim entrasse na sua glória?” E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras”, ou seja, as inúmeras profecias que falavam da sua Paixão. Jesus desvendou-lhes, assim, com um jato de luz divina, o plano da Trindade para a salvação do mundo, uma salvação que havia de ser realizada pelo máximo ato de Amor imaginável: a entrega do Filho de Deus na Cruz para a redenção dos nossos pecados.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Foi na Cruz, com efeito, onde o Filho de Deus – Deus feito Homem, encarnado por nós – atingiu o limite máximo do Amor, e com esse amor ilimitado, envolveu, compensou, purificou e superou todos os nossos desamores, todos os nossos pecados. Como fruto deste seu sacrifício, derramou sobre nós a graça do Espírito Santo – o fogo do Amor divino em pessoa –, e abriu-nos de par em par as portas do Céu.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Quer dizer que o que Cléofas e o companheiro lamentavam como uma desgraça (a paixão e morte de Cristo), foi, na realidade, a maior maravilha de toda a história da humanidade, o maior bem do mundo, o maior motivo de alegria de todos os séculos! Insensatos! – disse-lhes Jesus. Sim, insensatos os que não vêem isso e vão atrás de sombras e aparências falsas!</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Enquanto Jesus ia falando pelo caminho, os corações dos dois caminhantes foram mudando. Um calor novo os invadiu, uma faísca de esperança se acendeu neles. Aproximaram-se da aldeia para onde iam, e Jesus fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e o dia declina”..</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É uma bela oração para nós fazermos, quando começarmos a sentir a proximidade de Jesus: “Fica conosco! Não nos deixes, queremos estar contigo, queremos ter-te como amigo, queremos abrir-te a alma. Fica!” E, além do mais, bem que percebemos que já se nos faz tarde, que a vida passa, que a vida acaba, sim, já é tarde e o dia declina. Olha, Senhor, que gastamos boa parte deste “dia”, que é a vida, entre falsas esperanças e verdadeiras frustrações. Precisamos de Ti. Por favor, fica, que só em Ti se acha a esperança…</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b>Com Cristo, o coração arde</b></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Então – continua a contar São Lucas –, entrou com eles, e aconteceu que, estando sentados à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram…, mas ele desapareceu. Diziam então um ao outro: “Não é verdade que o nosso coração ardia dentro de nós enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Tudo, nessa belíssima cena dos discípulos de Emaús, é espelho e modelo para nós. Bem dizia São Josemaría Escrivá: “Caminho de Emaús, caminho da vida”… Quando nos entristecer a falta de sentido de tantas coisas, e sobretudo, quando nos acabrunharem as decepções que parecem amontoar-se e afogar a esperança, façamos como os discípulos de Emaús:</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Primeiro, abramos a alma a Deus (às vezes, a melhor maneira de abri-la é fazer uma confissão muito sincera).</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Depois, escutemos as suas palavras, meditemos a Sagrada Escritura – especialmente os Evangelhos – com calma, com carinho, deixando que as Palavras de Deus penetrem na alma como a chuva na terra. Elas nos mostrarão que o que nos parece ruim muitas vezes é bom, que a Cruz – que julgamos ser uma porta que se nos fecha e nos deixa num beco sem saída – na realidade é uma porta que se abre, para que entremos num mundo melhor, de mais amor, de mais bondade, de mais pureza, de mais virtude.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Em terceiro lugar, acolhamos Jesus em casa, na casa da nossa alma, recebendo-o sempre dignamente na Eucaristia, na Comunhão, que é a união com Deus mais íntima que a criatura humana pode ter nesta terra: Jesus em nós, Jesus alimento nosso, Jesus sangue do nosso sangue e vida da nossa vida!</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
E por fim, a alegria. O coração desanimado, que estiolava e murchava, agora arde dentro de nós, e inflama-nos com uma nova esperança. Vemos um novo sentido para a vida, iluminada pela fé e o amor de Cristo, e temos necessidade de correr ao encontro dos outros, para contagiá-los com a nossa esperança, como fizeram os discípulos de Emaús depois que Jesus os deixou.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b>Lição de fé, lição de amor, lição de esperança. </b></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Vêm a calhar palavras com<b> </b><span style="background-color: transparent;">que São Josemaria começava uma homilia sobre a esperança: “Há já bastantes anos, com a força de uma convicção que crescia de dia para dia, escrevi: Espera tudo de Jesus; tu nada tens, nada vales, nada podes. Ele agirá, se nele te abandonares. Passou o tempo, e essa minha convicção tornou-se ainda mais vigorosa, mais funda. Tenho visto, em muitas vidas, que a esperança em Deus acende maravilhosas fogueiras de amor, com um fogo que mantém palpitante o coração, sem desânimos, sem decaimentos, embora ao longo do caminho se sofra, e às vezes se sofra deveras”ii.</span></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Isto foi o que aconteceu com os discípulos de Emaús. Com o coração inflamado pela esperança, desfizeram o caminho dos desertores, voltaram a reunir-se com os Apóstolos e as santas mulheres no Cenáculo e participaram da alegria que – no meio ainda de sombras e hesitações – começava a alastrar-se entre eles e que anunciava, mesmo que muitos ainda não o percebessem plenamente e estivessem ainda atingidos pelo temor, um futuro de esperança pelos séculos dos séculos, até ao fim do mundo: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente!…” Esta é a grande verdade! A esperança cristã acabava de nascer com a ressurreição de Cristo, e já não morreria nunca mais.</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
(Adaptação de um capítulo do livro de F.Faus: Cristo, minha esperança)</div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: transparent;">São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 313</span></div>
<div style="background-color: transparent; border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
2 Amigos de Deus, n. 205</div>
</div>
</div>
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<div style="text-align: center;">
<b>Leia Também - Santos Carmelitas Abril </b></div>
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<br />Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-88022730656100632282014-04-27T08:56:00.000-04:002014-04-27T08:56:04.142-04:00<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/s5PqtC8ZQTc" width="560"></iframe>
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<h1 class="single-title entry-title" style="border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</h1>
<h1 class="single-title entry-title" style="border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</h1>
<h1 class="single-title entry-title" style="border: none; color: #444444; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 21px; font-weight: normal; line-height: 24px; margin: 0px 0px 3px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.padrefaus.org/archives/271" rel="bookmark" style="background-color: white; border: none; color: #3c738c; cursor: pointer; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" title="Emaús: da decepção à esperança">Emaús: da decepção à esperança</a></h1>
<div class="byline" style="border: none; color: #666666; font-family: Cambria, Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 0.85em; font-style: italic; line-height: 24px; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><span class="text" style="border: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">By</span> <span class="author vcard" style="border: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a class="url fn n" href="http://www.padrefaus.org/archives/author/admin" style="border: none; color: #232c36; cursor: pointer; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" title="Pe. Faus">Pe. Faus</a></span> <span class="text" style="border: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">on</span> <abbr class="published" style="border: none; cursor: help; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="Tuesday, May 26th, 2009, 8:18 pm">May 26, 2009</abbr></span></div>
<div class="entry-content entry" style="border: none; color: #333333; font-size: 16px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dois homens tristes no entardecer</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Evangelho de São Lucas, no seu capítulo 24 (13-35), faz-nos contemplar de perto, de uma maneira muito viva, dois homens que – na tarde do próprio dia da Ressurreição de Jesus – estão voltando para casa, cabisbaixos e decepcionados: os discípulos de Emaús.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nesse mesmo dia – diz São Lucas -, dois discípulos caminhavam para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios –cerca de doze quilômetros. Iam falando um com o outro sobre tudo o que se tinha passado . Aquilo que se tinha passado era, nada mais nada menos, a paixão e a morte de Jesus, a “derrota” estrondosa de Cristo às mãos dos seus inimigos, enquanto as multidões, que cinco dias antes, no domingo de Ramos, o haviam aclamado entusiasmadas, vociferavam com ódio: Crucifica-o! Crucifica-o!</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Podemos imaginar, por isso, qual era o seu estado de ânimo. Perdidos, deprimidos, desnorteados, conversavam como quem não acaba de acreditar que tivesse sido possível aquele afundamento dos seus sonhos. Assim andavam quando Jesus aproximou-se e caminhava com eles; mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">São Josemaría Escrivá oferece-nos uma descrição cálida da aparição de Jesus ressuscitado a esses discípulos: “Caminhavam aqueles dois discípulos – escreve – em direção a Emaús. Andavam a passo normal, como tantos outros que transitavam por aquelas paragens. E ali, com naturalidade, aparece-lhes Jesus e caminha com eles, numa conversa que diminui a fadiga. Imagino a cena, bem ao cair da tarde. Sopra uma brisa suave. Em redor, campos semeados de trigo já crescido, e as oliveiras velhas, com os ramos prateados à luz tíbia”. São palavras poéticas que nos ajudam a fazer meditação, sentindo-nos dentro da cena, participando dela “como mais um personagem”.i</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ouçamos, pois – enquanto os acompanhamos –, as primeiras palavras que o Senhor lhes dirige: De que vínheis falando pelo caminho, e por que estais tristes?. O diálogo que se travou é digno de ser meditado. Primeiro, como pessoas frustradas, os discípulos respondem de mau humor, num tom ríspido: Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu nestes dias?”… É como se dissesse, meio admirado e meio irritado: “Todo o mundo sabe. Onde é que você vive? Só você está por fora?”</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Que ironia! Dirigem-se rudemente a Jesus, lançando-lhe em rosto a sua ignorância a respeito da tragédia… do próprio Jesus! Tudo isso chegaria a ser cômico, se não fosse dramático. Mas nosso Senhor, como em todas as cenas da ressurreição, mostra-se especialmente afável e bem-humorado para com eles. Ousaria dizer que é até propositadamente divertido. Fazendo-se de ingênuo, pergunta-lhes “Que foi? Que houve?…” Assim quer ajudá-los a abrir o coração, como, aliás, Ele deseja fazer conosco sempre que nos vê desanimados ou tristes: “Eu estou aqui – diz-nos -. Fala comigo”.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E eles abriram-se mesmo. Despejaram o vinagre da sua decepção. Falaram ao caminhante desconhecido sobre um tal Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo, comentando os acontecimentos trágicos da quinta e da sexta-feira santas, e contaram-lhe como tinha acabado pregado na Cruz. Depois, confessaram a sua tremenda frustração: Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel, e agora, além de tudo isso, já é o terceiro dia que estas coisas aconteceram.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um erro de esperança</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esse era o mal que lhes corroía a alma: Nós esperávamos. Tinham colocado toda a sua esperança no Senhor. Tinham apostado nele. Por isso o haviam seguido, por isso tinham abandonado os seus planos pessoais, o aconchego do lar, tudo, jogando a vida numa só carta: a esperança de que Jesus fosse o poderoso Rei-Messias anunciado pelos Profetas, que triunfaria sobre todos os inimigos e se assentaria no trono do Reino de Israel, restabelecendo-o para sempre. Ninguém lhes tinha contado ainda que, em plena Paixão, Jesus declarara inequivocamente a Pilatos: O meu Reino não é deste mundo…</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No entanto, eles, quase com certeza, já lhe tinham ouvido dizer: O Reino de Deus está dentro de vós… E também tinham escutado muitas das parábolas do Reino, que falavam, por meio de expressivos simbolismos, não de um reino terreno, político, mas de um Reino de graça, de paz e de amor que cresce dentro dos corações, nas famílias, nas sociedades, como o trigo que germina de noite e de dia; como o grão de mostarda que é pequenino e se torna árvore alta; como o fermento invisível que a mulher põe na massa de farinha e acaba fermentando-a toda… Ou como um Pai que perdoa o filho fugitivo, e um Pastor que procura a ovelha perdida e que é, ao mesmo tempo, o Rei-Deus que nos convida a participar do seu banquete de amor eterno…</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Poderíamos definir com exatidão o engano dos discípulos de Emaús – igual ao de muitos atuais discípulos de Cristo – como um grande “erro de esperança”. Aí esteve a sua falha. Tinham esperança, sim, mas era uma “esperança equivocada”, não era a virtude cristã da esperança. Em conseqüência, estavam irremediavelmente fadados à decepção e ao fracasso, como quem dispara uma flecha para o alvo errado, ou dirige um veículo fora da estrada, que, quanto mais rápido vai, mais perto está do desastre.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim são muitas mulheres e muitos homens de hoje. O seu mal é a visão deturpada da esperança: esperam o que não devem, e esperam mal. Os exemplos são inúmeros: falsas esperanças amorosas, falsas esperanças profissionais, falsas esperanças de glória e triunfo, falsa confiança nas riquezas…</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Onde está o erro? A resposta é simples. Espera mal quem espera qualquer coisa diferente da Vontade de Deus a seu respeito, qualquer coisa – por grande e empolgante que seja – que esteja fora dos planos que Deus preparou e deseja para ele. Então, acontece a essas pessoas o que Jesus dizia aos fariseus: Frustraram o desígnio de Deus a seu respeito (Lc 10,30). A vida deles tornou-se um plano divino traído, frustrado, que Deus não pode reconhecer como seu, e tem que lhes dizer: Não vos conheço (Mt 25,12).</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É importante perceber que as pessoas não ficam frustradas “principalmente” por não terem alcançado os seus desejos, os seus sonhos. Na realidade, muitas das piores frustrações são as daqueles que alcançaram mesmo esses desejos e sonhos (“Já estou na faculdade, já tenho emprego, já me casei, já sou rico”), mas depois percebem que nada disso os preenche, não lhes traz a felicidade. Homens e mulheres ficam frustrados “principalmente” porque – sem sequer darem por isso – não atingem o ideal para o qual foram criadas por Deus, ou seja, por não terem sido fiéis à sua vocação de filhos de Deus, e por isso – desculpem a expressão rude – a vida delas, em vez de alcançar o desenvolvimento e maturidade de um filho que cresce, foi como um aborto. Fora do que Deus espera de nós, tudo é um triste aborto provocado… por nós!</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pensemos, por exemplo, nos casamentos fracassados. A maioria deles afundou-se porque marido e mulher “esperaram mal”. O que é que espera a maioria dos noivos, quando vão para o casamento? Sem dúvida, amar e ser felizes. Mas amar, como? Serem felizes, como? Muitos só pensam em “receber” do outro muito carinho, paciência, compreensão, todo o aconchego para se “sentirem bem” realizando os seus próprios gostos e caprichos, os seus prazeres, e até as suas manias. Poucos pensam em dar e dar-se generosamente para o bem do outro e dos filhos, em construir uma família com abnegação generosa e desprendimento alegre, felizes por fazerem felizes os demais. Ou seja, não pensam no verdadeiro amor, no autêntico amor-doação, no único que pode trazer a felicidade.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por isso, quando chega a hora da verdade e aparecem as dificuldades inevitáveis – essas com as quais Deus conta para nos purificar e amadurecer –, não compreendem que essas dificuldades são apelos para se darem mais, para amarem mais, para dialogarem mais, e não para irritações, más caras, resmungos e gritos; que é a hora da compreensão, e não a da imposição; que é a hora de escutar com humildade, e não de “ter razão”…. Infelizmente, não entendem nada disso. E, então, tudo vai por água abaixo. Não foram ao casamento preparados para o verdadeiro amor, mas para “consumir” satisfações (como “consomem” os outros prazeres da vida). É natural que acabem dizendo, como os discípulos de Emaús: “Nós esperávamos outra coisa”…</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É preciso abrir os olhos da alma, com a ajuda de Deus, e compreender que a vida não é uma laranja para chupar e cuspir, que os outros não são cana de açúcar para tirar o caldo e jogar fora o bagaço, que Deus não é um “seguro protetor de egoísmos”, e que os outros não são “bens desfrutáveis”. Viver e ser feliz é coisa infinitamente maior do que “usufruir”!</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A virtude da esperança</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Qual é, então, a verdadeira esperança cristã? É a confiança firme, nascida da fé viva que nos diz que viveremos envoltos no amor de Deus aqui na terra – em todas as circunstâncias e vicissitudes de cada dia – e, depois, eternamente no Céu. Tudo o que conduz a isso é bom. Tudo o que afasta disso é mau. Tudo o que conduz a isso acaba em felicidade – já aqui na terra -, e tudo o que afasta disso acaba em tristeza, e até – Deus não o permita – pode acabar em tormento eterno.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É muito claro o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a esperança: “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças próprias, mas no socorro da graça do Espírito Santo… A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todos os homens; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo o esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade do amor” (nn. 1817 e 1818). São textos preciosos, que daria para meditar durante horas.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A grande lição dos discípulos de Emaús</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Voltando para a cena dos discípulos de Emaús, vale a pena prestar atenção ao que Cristo lhes disse, quando terminaram o seu desabafo de desiludidos. Nosso Senhor começou a falar-lhes de modo claro, incisivo, sem rebuços, com palavras que tiveram o efeito de lancetar-lhes o tumor de ceticismo que lhes corroía o coração: Ó gente insensata e lenta de coração para acreditar em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que o Cristo sofresse estas coisas e assim entrasse na sua glória?” E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras”, ou seja, as inúmeras profecias que falavam da sua Paixão. Jesus desvendou-lhes, assim, com um jato de luz divina, o plano da Trindade para a salvação do mundo, uma salvação que havia de ser realizada pelo máximo ato de Amor imaginável: a entrega do Filho de Deus na Cruz para a redenção dos nossos pecados.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi na Cruz, com efeito, onde o Filho de Deus – Deus feito Homem, encarnado por nós – atingiu o limite máximo do Amor, e com esse amor ilimitado, envolveu, compensou, purificou e superou todos os nossos desamores, todos os nossos pecados. Como fruto deste seu sacrifício, derramou sobre nós a graça do Espírito Santo – o fogo do Amor divino em pessoa –, e abriu-nos de par em par as portas do Céu.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quer dizer que o que Cléofas e o companheiro lamentavam como uma desgraça (a paixão e morte de Cristo), foi, na realidade, a maior maravilha de toda a história da humanidade, o maior bem do mundo, o maior motivo de alegria de todos os séculos! Insensatos! – disse-lhes Jesus. Sim, insensatos os que não vêem isso e vão atrás de sombras e aparências falsas!</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enquanto Jesus ia falando pelo caminho, os corações dos dois caminhantes foram mudando. Um calor novo os invadiu, uma faísca de esperança se acendeu neles. Aproximaram-se da aldeia para onde iam, e Jesus fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e o dia declina”..</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É uma bela oração para nós fazermos, quando começarmos a sentir a proximidade de Jesus: “Fica conosco! Não nos deixes, queremos estar contigo, queremos ter-te como amigo, queremos abrir-te a alma. Fica!” E, além do mais, bem que percebemos que já se nos faz tarde, que a vida passa, que a vida acaba, sim, já é tarde e o dia declina. Olha, Senhor, que gastamos boa parte deste “dia”, que é a vida, entre falsas esperanças e verdadeiras frustrações. Precisamos de Ti. Por favor, fica, que só em Ti se acha a esperança…</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com Cristo, o coração arde</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Então – continua a contar São Lucas –, entrou com eles, e aconteceu que, estando sentados à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram…, mas ele desapareceu. Diziam então um ao outro: “Não é verdade que o nosso coração ardia dentro de nós enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tudo, nessa belíssima cena dos discípulos de Emaús, é espelho e modelo para nós. Bem dizia São Josemaría Escrivá: “Caminho de Emaús, caminho da vida”… Quando nos entristecer a falta de sentido de tantas coisas, e sobretudo, quando nos acabrunharem as decepções que parecem amontoar-se e afogar a esperança, façamos como os discípulos de Emaús:</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Primeiro, abramos a alma a Deus (às vezes, a melhor maneira de abri-la é fazer uma confissão muito sincera).</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Depois, escutemos as suas palavras, meditemos a Sagrada Escritura – especialmente os Evangelhos – com calma, com carinho, deixando que as Palavras de Deus penetrem na alma como a chuva na terra. Elas nos mostrarão que o que nos parece ruim muitas vezes é bom, que a Cruz – que julgamos ser uma porta que se nos fecha e nos deixa num beco sem saída – na realidade é uma porta que se abre, para que entremos num mundo melhor, de mais amor, de mais bondade, de mais pureza, de mais virtude.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em terceiro lugar, acolhamos Jesus em casa, na casa da nossa alma, recebendo-o sempre dignamente na Eucaristia, na Comunhão, que é a união com Deus mais íntima que a criatura humana pode ter nesta terra: Jesus em nós, Jesus alimento nosso, Jesus sangue do nosso sangue e vida da nossa vida!</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E por fim, a alegria. O coração desanimado, que estiolava e murchava, agora arde dentro de nós, e inflama-nos com uma nova esperança. Vemos um novo sentido para a vida, iluminada pela fé e o amor de Cristo, e temos necessidade de correr ao encontro dos outros, para contagiá-los com a nossa esperança, como fizeram os discípulos de Emaús depois que Jesus os deixou.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lição de fé, lição de amor, lição de esperança. Vêm a calhar palavras com</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">que São Josemaria começava uma homilia sobre a esperança: “Há já bastantes anos, com a força de uma convicção que crescia de dia para dia, escrevi: Espera tudo de Jesus; tu nada tens, nada vales, nada podes. Ele agirá, se nele te abandonares. Passou o tempo, e essa minha convicção tornou-se ainda mais vigorosa, mais funda. Tenho visto, em muitas vidas, que a esperança em Deus acende maravilhosas fogueiras de amor, com um fogo que mantém palpitante o coração, sem desânimos, sem decaimentos, embora ao longo do caminho se sofra, e às vezes se sofra deveras”ii.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Isto foi o que aconteceu com os discípulos de Emaús. Com o coração inflamado pela esperança, desfizeram o caminho dos desertores, voltaram a reunir-se com os Apóstolos e as santas mulheres no Cenáculo e participaram da alegria que – no meio ainda de sombras e hesitações – começava a alastrar-se entre eles e que anunciava, mesmo que muitos ainda não o percebessem plenamente e estivessem ainda atingidos pelo temor, um futuro de esperança pelos séculos dos séculos, até ao fim do mundo: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente!…” Esta é a grande verdade! A esperança cristã acabava de nascer com a ressurreição de Cristo, e já não morreria nunca mais.</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">(Adaptação de um capítulo do livro de F.Faus: Cristo, minha esperança)</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">——</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">1 São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 313</span></div>
<div style="border: none; margin-bottom: 21px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2 Amigos de Deus, n. 205</span></div>
</div>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-61002465277438756112014-04-13T16:18:00.001-04:002014-04-13T16:18:04.962-04:00Meditação - Quarta Feira da Semana Santa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-fIB-PZPPBgY2g1mHCl2B4Di9qDYrFUlpSZGFOL6WSh46_Rf2gxQ78hzVBiTAkmNykmGQkzUSVQnogl2XbAPIBSDek7j4kb_uxGi12IddzXuZ_0gnUt4edBVlKUgx_bjvFIuA/s1600/semanasanta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-fIB-PZPPBgY2g1mHCl2B4Di9qDYrFUlpSZGFOL6WSh46_Rf2gxQ78hzVBiTAkmNykmGQkzUSVQnogl2XbAPIBSDek7j4kb_uxGi12IddzXuZ_0gnUt4edBVlKUgx_bjvFIuA/s1600/semanasanta.jpg" /></a></div>
<br /><div style="text-align: center;">
A MEDITAÇÃO DA PAIXÃO DE CRISTO </div>
<div>
<div style="text-align: center;">
INFLAMA-NOS NO FOGO DO AMOR DIVINO</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><span style="color: #a64d79; font-size: x-large;">"à vista de Jesus Crucificado, desaparecem de nossa alma todos os desejos de honras mundanas e bens terrenos."</span><br /><br /><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quem poderá amar outra coisa fora de Jesus, vendo como Ele morre com tantas dores e tão desprezado, para alcançar o nosso amor? Um devoto eremita pediu certa vez ao Senhor que lhe dissesse o que deveria fazer para amá-lO perfeitamente. O Senhor revelou-Lhe então que, para se chegar ao amor perfeito de Deus, nada há mais próprio do que a meditação freqüente de Sua Paixão. Oh! Se todos os homens meditassem na Paixão e Morte de Jesus Cristo, não existiria mais nem um só que não amasse esse Deus amoroso. “Cristo morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que morreu por eles”, diz São Paulo (II Cor 5, 15).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A maior parte dos homens, porém, vive só para o pecado e para o demônio, e não para Jesus Cristo, apesar de um Deus ter morrido por eles. [entretanto, já] Platão dizia que o amor inspira amor, e Sêneca repetia amiúdo: “Se quiseres ser amado, ama”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ora, Jesus Cristo, morrendo por nós, nos amou quase que até à loucura, como nota São Gregório (Hom. 6 in evang.). Como é, pois, possível que, apesar de tantas provas de amor, não pôde ganhar os nossos corações? Como é possível que Ele não consiga ser correspondido por nós, depois de tanto nos ter amado? Todos os Santos aprenderam a arte de amar a Deus através da meditação do Crucificado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Todas as vezes que São João do Alverne contemplava o Seu Salvador coberto de Chagas, não podia reprimir suas lágrimas. Jacopone de Todi, ao ouvir ler a Paixão de Cristo, não só derramava lágrimas, mas também rompia em altos soluços, subjugado pelo amor que lhe acendia a recordação de seu amado Salvador. Numa palavra, que cristão, meditando amiúdo a Paixão de Jesus Cristo, poderá viver sem amar a seu Salvador?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As Chagas de Jesus Cristo, diz São Boaventura, são outras tantas Chagas de Amor, são setas e chamas, que ferem os corações mais duros e as almas mais frias. O Beato Henrique Suso, para imprimir mais profundamente em seu coração o amor a seu Salvador Crucificado, tomou certa vez um ferro cortante e com ele feriu-se no peito, escrevendo ali o Santíssimo Nome de seu amado Senhor e, escorrendo sangue, dirigiu-se à igreja, prostrou-se aos pés do Crucifixo e disse-Lhe: Senhor, ó único amor de meu coração, eu quereria imprimir-Vos mais profundamente ainda em meu coração; mas isso me é impossível; Vós, porém, que tudo podeis, supri o que me falta em forças e imprimi Vosso adorável Nome tão profundamente em meu coração, que nem Vosso Nome, nem Vosso Amor possa jamais ser nele apagado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Imitemos a esposa dos Cânticos, que diz: “Assentei-me à sombra daquele a quem eu desejava” (Cant 2, 3). Detenhamo-nos muitas vezes aos pés de nosso amável Redentor; imaginemo-lo morrendo na Cruz; meditemos Sua Paixão e o amor que nos mostrou lutando com a morte nesse leito de dores. Oh! Pudéssemos todos dizer de nós mesmos: Descansaremos sempre à sombra da Cruz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Que doce paz não desfrutam as almas que amam a Deus no meio do reboliço do mundo, das tentações do demônio, do temor dos juízos de Deus, quando a sós, aos pés de seu amante Salvador, meditam em silêncio como Ele luta na Cruz com a morte e como Seu Sangue divino corre de todos os Seus membros rasgados pelos açoites, espinhos e cravos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em verdade, à vista de Jesus Crucificado, desaparecem de nossa alma todos os desejos de honras mundanas e bens terrenos. Então sopra da Cruz uma aragem suave e celestial, que nos desprende brandamente das coisas terrenas e acende em nós um santo desejo de padecer e morrer por amor dAquele que quis padecer, por amor de nós, tantos tormentos e a mesma morte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fonte: Santo Afonso Maria de Ligório</span></div>
</div>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-70574179337164327822014-04-13T15:43:00.001-04:002014-04-13T15:43:19.969-04:00Meditação - Terça Feira da Semana Santa<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKAeAWnYGIBvCB-ZfEreWs5WCn8HvQE8KgI-VLTa_2QuQovv_inAox7fvnnmrURyMWsPkDSFJtGFHSvHxmP2o3DlJnN8OIiKWGPDx_ciaktghFvtETZ0eilbNdvXx3fAE4jZ6O/s1600/1-cristo-no-deserto-rpt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKAeAWnYGIBvCB-ZfEreWs5WCn8HvQE8KgI-VLTa_2QuQovv_inAox7fvnnmrURyMWsPkDSFJtGFHSvHxmP2o3DlJnN8OIiKWGPDx_ciaktghFvtETZ0eilbNdvXx3fAE4jZ6O/s1600/1-cristo-no-deserto-rpt.jpg" height="121" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">1. "O Espírito conduziu Jesus ao deserto"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<h3 style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.95px; line-height: 20px; margin: 8px 0px 5px; text-align: start; text-rendering: optimizelegibility;">
Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap</h3>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O primeiro tema é o do deserto. Jesus acabou de receber, no Jordão, a investidura messiânica para evangelizar os pobres, curar os quebrantados de coração e pregar o reino (cf. Lc 4, 18s). Mas não se apressa para realizar nenhuma dessas coisas. Pelo contrário, obedecendo a um impulso do Espírito Santo, se retira no deserto onde permanece quarenta dias. O deserto em questão é o deserto da Judéia, que se estende a partir de fora das muralhas de Jerusalém até Jericó, no Vale do Jordão. A tradição identifica o lugar com o assim chamado Monte da Quarentena situado em frente ao Vale do Jordão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ao longo da história tem havido multidões de homens e mulheres que escolheram imitar este Jesus que se retira ao deserto. No Oriente, a começar por Santo Antônio Abade, retiravam-se nos desertos do Egito ou da Palestina; no ocidente, onde não existiam desertos de areia, se retiravam em lugares solitários, montanhas e vales remotos. Mas o convite a seguir Jesus no deserto não é dirigido somente aos monges e aos eremitas. De forma diferente, é dirigido a todos. Os monges e os eremitas escolheram um espaço de deserto, nós temos que escolher pelo menos um tempo de deserto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Quaresma é uma oportunidade que a Igreja oferece a todos, sem distinção, para viver um tempo de deserto sem ter que, por isso, abandonar as atividades diárias. Santo Agostinho lançou este triste apelo:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Retorneis para dentro do vosso coração! Onde quereis ir longe de vós? Retorneis da vagabundagem que vos levou para fora do caminho; retorneis ao Senhor. Ele está pronto. Primeiro retorne ao teu coração, tu que te tornaste estranho a ti mesmo, por força de vagabundar fora: não conheces a ti mesmo, e procuras aquele que te criou! Volta, retorna ao coração, separa-te do corpo... regresse ao coração: lá examina o que talvez percebas de Deus, porque ali se encontra a imagem de Deus; na interioridade do homem habita Cristo[1]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Reentreis no próprio coração! Mas o que é e o que representa o coração, que tanto se fala na Bíblia e na linguagem humana? Fora do contexto da fisiologia humana, onde não é mais do que um órgão do corpo, embora vital, o coração é o lugar metafísico mais profundo de uma pessoa; é o íntimo de todo homem, onde cada um vive o seu ser pessoa, ou seja, o seu subsistir em si, em relação a Deus, do qual tem origem e no qual encontra o seu fim, aos outros homens e à criação inteira. Até mesmo na linguagem comum, o coração designa a parte essencial de uma realidade. "Ir ao coração de um problema” quer dizer ir à parte essencial dele, da qual depende a explicação de todas as outras partes do problema.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Assim, o coração de uma pessoa mostra o lugar espiritual onde é possível contemplar a pessoa na sua realidade mais profunda e verdadeira, sem véus e sem fixar-se nos seus aspectos marginais. É no coração que acontece o juízo de cada pessoa, sobre o que traz dentro de si e que é a fonte da sua bondade e da sua maldade. Conhecer o coração de uma pessoa quer dizer ter penetrado no santuário íntimo da sua personalidade, pelo qual se conhece aquela pessoa pelo que realmente ela é e vale.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Retornar ao coração, portanto, significa retornar ao que há de mais pessoal e interior em nós. Infelizmente, a interioridade é um valor em crise. Algumas causas desta crise são antigas e inerentes à nossa própria natureza. A nossa “composição”, ou seja, o sermos constituídos de carne e espírito, faz com que sejamos como um plano inclinado, porém, inclinado, para o exterior, o visível e a multiplicidade. Como o universo, depois da explosão inicial (o famoso Big Bang), também nós estamos em fase de expansão e distanciamento do centro. Estamos perpetuamente “de saída”, por meio daquelas cinco portas ou janelas que são os nossos sentidos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Santa Teresa de Ávila escreveu um trabalho intitulado O castelo interior que é certamente um dos frutos mais maduros da doutrina cristã da interioridade. Mas existe, infelizmente, também um "castelo exterior", e hoje constatamos que também é possível estar trancados neste castelo. Trancados fora de casa, incapazes de reentrar. Prisioneiros da exterioridade! Quantos de nós deveríamos fazer própria a amarga constatação que Agostinho fazia sobre a sua vida antes da conversão: “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei. Sim, porque tu estavas dentro de mim e eu fora. Ali te buscava. Deformado, me jogava nas belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, e não estava contigo. Mantinham-me distante de ti as tuas criaturas, inexistentes se não existissem em ti[2]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aquilo que se faz no exterior é exposto ao perigo quase inevitável da hipocrisia. O olhar de outras pessoas tem o poder de desviar a nossa intenção, como certos campos magnéticos fazem desviar as ondas. A ação perde a sua autenticidade e a sua recompensa. O parecer toma a dianteira do ser. É por isso que Jesus nos convida a jejuar e dar esmolas e orar ao Pai “no segredo” (cf. Mt 6, 1-4).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A interioridade é o caminho para uma vida autêntica. Fala-se tanto hoje de autenticidade e se faz disso o critério de vitória ou não da vida. Mas onde está, para o cristão, a autenticidade? Quando é que uma pessoa é realmente ela mesma? Somente quando acolhe, como medida, Deus. “Fala-se tanto – escreve o filósofo Kierkegaard - de vidas desperdiçadas. Mas desperdiçada é somente a vida daquele homem que nunca se deu conta, porque nunca teve, no sentido mais profundo, a impressão de que existe um Deus e que ele, justo ele, o seu eu, está diante deste Deus[3]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De um retorno à interioridade têm necessidade especialmente as pessoas consagradas ao serviço de Deus. Em um discurso dado aos superiores de uma congregação religiosa contemplativa, Paulo VI disse:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Hoje estamos vivendo num mundo que parece tomado por uma febre que se infiltra até no santuário e na solidão. Barulhos e estrondos invadiram todas as coisas. As pessoas não conseguem mais recolher-se. Vítimas de milhares de distrações, elas dissipam normalmente as suas energias atrás das várias formas da cultura moderna. Jornais, revistas, livros invadem a intimidade das nossas casas e dos nossos corações. É mais difícil do que antes encontrar uma oportunidade para aquele recolhimento no qual a alma consegue estar plenamente ocupada em Deus”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas procuremos também ver como fazer, concretamente, para reencontrar e conservar o hábito da interioridade. Moisés era um homem muito ativo. Mas está escrito que ele tinha mandado construir uma tenda portátil e em cada etapa do êxodo fixava a tenda fora do acampamento e regularmente entrava nela para consultar o Senhor. Ali, o Senhor falava com Moisés “cara a cara, como um homem fala com outro” (Ex 33, 11).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas até isso nem sempre é possível fazer. Nem sempre é possível retirar-se a uma capela ou a um lugar solitário para reencontrar o contato com Deus. Por isso, São Francisco de Assis sugere outra solução mais ao alcance das mãos. Enviando os seus freis pelos caminhos do mundo, dizia: Nós temos um eremitério sempre conosco onde quer que estejamos e toda vez que o queiramos podemos, como eremitas, reentrar neste eremitério. “Irmão corpo é o eremitério e a alma o eremita que ali habita dentro para orar a Deus e meditar”. É como ter um deserto sempre “em casa” ou melhor “dentro de casa”, onde é possível retirar-se com o pensamento em cada momento, até mesmo andando pelo caminho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Concluímos esta primeira parte da nossa meditação escutando, como dirigidas a nós, a exortação que Santo Anselmo de Aosta dirigiu ao leitor em uma sua famosa obra:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Ânimo, mísero mortal, fuja por um curto período das tuas ocupações, deixa um pouco os teus pensamentos tumultuados. Afasta nesse momento os graves problemas e coloca de lado as tuas extenuantes atividades. Espera um pouco Deus e descansa nele. Entra no íntimo da tua alma, exclua tudo, exceto Deus e o que te ajude a procura-lo, e, fechada a porta, diga a Deus: Busco o teu rosto. O teu rosto eu procuro, Senhor[4]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">2. Os jejuns agradáveis a Deus</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O segundo grande tema presente na narração de Jesus no deserto é o jejum. “Por quarenta dias e quarenta noites esteve jejuando. Depois teve fome” (Mt 4, 1b). O que significa para nós, hoje, imitar o jejum de Jesus? Antes, com a palavra jejum se entendia somente o limitar-se nos alimentos e nas bebidas e o abster-se das carnes. Este jejum alimentar conserva ainda a sua validez e é altamente recomendado, quando, é claro, a sua motivação é religiosa e não apenas higiênica ou estética, mas não é mais o único e nem sequer o mais necessário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A forma mais necessária e significativa de jejum chama-se hoje sobriedade. Privar-se voluntariamente de pequenos ou grandes confortos, do que é inútil e às vezes também prejudicial à saúde. Este jejum é solidariedade com a pobreza de tantos. Quem não lembra as palavras de Isaías que a liturgia nos faz ouvir no começo de toda Quaresma?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">em repartir o teu pão com o faminto,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">em recolheres em tua casa os pobres desabrigados,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">em vestires aquele que vês nu</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">e em não te esconderes daquele que é tua carne?” (Is 58, 6-7).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tal jejum também é uma resposta a uma mentalidade consumista. Em um mundo, que fez do conforto supérfluo e inútil um dos fins da própria atividade, renunciar ao supérfluo, saber privar-se de algo, deixar de recorrer sempre à solução mais cômoda, do escolher a coisa mais fácil, o objeto de maior luxo, viver, em suma, com sobriedade, é mais eficaz do que impor-se penitências artificiais. É, acima de tudo, justiça para com as gerações que virão depois da nossa, que não devem ser obrigadas a viver das cinzas do que nós consumimos e desperdiçamos. A sobriedade também tem um valor ecológico, de respeito pela criação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mais necessário do que o jejum de alimentos é hoje também o jejum das imagens. Vivemos em uma civilização da imagem; viramos devoradores de imagens. Por meio da televisão, a imprensa, a publicidade, deixamos entrar, em jorros, imagens dentro de nós. Muitas delas não são saudáveis, transmitem violência e maldade, não fazem mais que incitarem os piores instintos que nós trazemos dentro. São embaladas expressamente para seduzir. Mas talvez o pior é que dão uma ideia falsa e irreal da vida, com todas as consequências que se derivam no impacto depois com a realidade, especialmente para os jovens. Pretende-se inconscientemente que a vida ofereça tudo o que a publicidade apresenta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se não criamos um filtro, uma barreira, transformamos, em um curto espaço de tempo, a nossa fantasia e a nossa imaginação em um depósito de lixo. As imagens ruins não morrem quando chegam ao nosso interior, mas fermentam. São transformadas em impulsos para a imitação, condicionam terrivelmente a nossa liberdade. Um filósofo materialista, Feuerbach, disse: "O homem é o que ele come"; hoje, talvez, devêssemos dizer: "O homem é o que ele olha”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Outro destes jejuns alternativos, que podemos fazer durante a Quaresma, é aquele das palavras más. São Paulo recomenda: “Não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para edificação, que comunique graça aos que a ouvirem” (Efésios 4, 29).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Palavras inconvenientes não são só os palavrões; são também as palavras cortantes, negativas que iluminam sistematicamente o lado fraco do irmão, palavras que semeiam discórdia e desconfianças. Na vida de uma família ou de uma comunidade, estas palavras têm o poder de fechar cada um em si mesmo, de congelar, criando amargura e ressentimento. Literalmente, "mortificam", ou seja, causam a morte. São Tiago dizia que a língua está cheia de veneno mortal; com ela podemos abençoar a Deus ou amaldiçoa-lo, ressuscitar um irmão ou mata-lo (cf. Tg 3, 1-12). Uma palavra pode ser pior do que um soco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No Evangelho de Mateus aparece uma palavra de Jesus que abalou os leitores do Evangelho de todos os tempos: “Eu vos digo que toda palavra sem fundamento que os homens disserem, darão contas no Dia do Julgamento” (Mt 12, 36). Jesus certamente não pretende condenar toda palavra inútil no sentido de não “estritamente necessária". Tomado no sentido passivo, o termo argon (a = sem, ergon = obra) usado no Evangelho indica a palavra privada de fundamento, portanto, a calúnia; tomado em sentido ativo, significa a palavra que não fundamenta nada, que não serve nem mesmo para a necessária descontração. São Paulo recomendava ao discípulo Timóteo: “Evita o palavreado vão e ímpio, já que os que o praticam progredirão na impiedade” (2 Tm 2,16). Uma recomendação que o Papa Francisco nos repetiu mais de uma vez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A palavra inútil (argon) é o oposto da palavra de Deus, que é de fato definida, pelo contrário,energes, (1Tess 2,13; Hb 4,12), ou seja, eficaz, criativa, cheia de energia e útil a tudo. Neste sentido, o que os homens terão de dar conta no dia do juízo é, em primeiro lugar, a palavra vazia, sem fé e sem unção, pronunciada por quem deveria, pelo contrário, pronunciar as palavras de Deus que são “espírito e vida”, especialmente no momento em que exercita o ministério da Palavra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">3. Tentado por Satanás</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Passemos ao terceiro elemento da narração evangélica no qual queremos refletir: a luta de Jesus contra o demônio, as tentações. Em primeiro lugar uma pergunta: existe o demônio? Ou seja, a palavra demônio indica realmente alguma realidade pessoal, dotada de inteligência e vontade, ou é simplesmente um símbolo, um modo de dizer para indicar a soma do mal moral no mundo, o inconsciente coletivo, a alienação coletiva e assim por diante?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A principal evidência da existência do demônio nos Evangelhos não está nos vários episódios de libertação de possessos, porque na interpretação destes fatos pode ter influenciado as crenças antigas sobre a origem de certas doenças. Jesus é tentado no deserto pelo demônio, esta é a prova. A prova é também os muitos santos que lutaram na vida contra o príncipe das trevas. Eles não são uns “Dom Quixote” que lutaram contra moinhos de vento. Pelo contrário, eram homens muito concretos e com a psicologia muito saudável. São Francisco de Assis uma vez confidenciou a um companheiro: "Se os freis soubessem quantas ou quais tribulações eu recebo dos demônios, não haveria um só que não iria começar a chorar por mim[5]".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se para muitos é um absurdo crer no demônio é porque se baseiam em livros, passam a vida nas bibliotecas ou em escrivaninhas, enquanto o demônio não está interessado nos livros, mas nas pessoas, especialmente, é claro, nos santos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que pode saber sobre Satanás quem nunca teve que lidar com a realidade de satanás, mas somente com a sua ideia, ou seja, com as tradições culturais, religiosas, etnológicas sobre Satanás? Esses costumam tratar este assunto com grande confiança e superioridade, descartando tudo como "obscurantismo medieval". Mas é uma falsa segurança. Como alguém que se gabasse de não ter nenhum medo do leão, aduzindo como prova o fato de que já o viu tantas vezes pintado ou fotografado e nunca se assustou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É completamente normal e coerente que não acredite no diabo, quem não crê em Deus. Seria realmente trágico se alguém que não crê em Deus, cresse no diabo! No entanto, pensando bem, é o que acontece em nossa sociedade. O demônio, o satanismo e outros fenômenos conexos são hoje de grande atualidade. O nosso mundo tecnológico e industrializado está cheio de magos, feiticeiros de cidade, ocultismo, espiritismo, adivinhadores de horóscopos, vendedores de feitiços, de amuletos, bem como de verdadeiras seitas satânicas. Expulso pela porta, o diabo voltou pela janela. Ou seja, expulso pela fé, voltou com a superstição.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A coisa mais importante que a fé cristã tem a dizer-nos, no entanto, não é que o demônio existe, mas que Cristo venceu o demônio. Cristo e o demônio não são para o cristão dois princípios iguais e contrários, como em certas religiões dualísticas. Jesus é o único Senhor; Satanás não é nada mais do que uma criatura “apodrecida”. Se lhe foi concedido ter poder sobre os homens, é para que os homens possam ter a possibilidade de fazer livremente uma escolha de campo e também para que “não se encham de soberba” (cf. 2 Cor 12,7), achando-se auto-suficientes e sem a necessidade de algum redentor. "O velho Satanás é louco” diz um canto espiritual negro. “Deu um tiro para destruir a minha alma, mas errou a mira e destruiu, em vez disso, o meu pecado”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com Cristo não temos nada a temer. Nada e ninguém pode nos prejudicar, se nós mesmos não o quisermos. Satanás, dizia um antigo padre da Igreja, depois da vinda de Cristo, é como um cão amarrado no quintal: pode latir e atacar o quanto quiser; mas, se não somos nós que chegamos perto, não pode morder. Jesus no deserto se libertou de Satanás para libertar-nos de Satanás!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os Evangelhos nos falam de três tentações: "Se tu és o Filho de Deus, diga para essas pedras se transformarem em pão”; “Se eres o Filho de Deus, atira-te para baixo”; “Todas estas coisas eu te darei, se, prostrando-te, me adorares”. Elas têm um objetivo único e comum a todas: desviar Jesus da sua missão, desvia-lo do objetivo pelo qual veio à terra; substituir o plano do Pai por outro diferente. No batismo, o Pai tinha apontado a Cristo o caminho do Servo obediente que salva com a humildade e o sofrimento; Satanás propõe um caminho de glória e de triunfo, o caminho que todos então esperavam do Messias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ainda hoje, todo o esforço do diabo é de desviar o homem do objetivo pelo qual veio ao mundo que é o de conhecer, amar e servir a Deus nesta vida para gozá-lo depois na outra. Distraí-lo, ou seja, atraí-lo para outro lugar, para outra direção. Satanás, porém, é também astuto; não aparece pessoalmente com chifres e cheiro de enxofre (seria muito fácil reconhece-lo); serve-se das coisas boas levando-as ao excesso, absolutizando-as e transformando-as em ídolos. O dinheiro é uma coisa boa, como o é o prazer, o sexo, o comer, o beber. Mas se eles se transformam na coisa mais importante da vida, o fim, não mais meios, então se tornam destrutivos para a alma e muitas vezes também para o corpo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um exemplo particularmente relevante para o tema é o divertimento, a distração. O descanso é uma dimensão nobre do ser humano; Deus mesmo recomendou o repouso. O mal é fazer do jogo o objetivo da vida, viver a semana como espera do sábado à noite ou do jogo no estádio no domingo, por não mencionar outros passatempos muito menos inocentes. Neste caso, a diversão muda de significado e, mais do que servir para o crescimento humano e aliviar o estreasse e o cansaço, aumenta-os.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um hino litúrgico da Quaresma exorta a usar com mais moderação, neste tempo, as “palavras, alimentos, bebidas, sono e diversões”. Este é um tempo para redescobrir por que viemos ao mundo, de onde viemos, aonde iremos, que rota estamos seguindo. Senão, pode acontecer conosco o que aconteceu com o Titanic ou, mais próximo de nós no tempo e no espaço, com a Costa Concordia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">4. Por que Jesus foi para o deserto</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tentei destacar os ensinamentos e exemplos que nos chegam de Jesus para este tempo da Quaresma, mas tenho que dizer que até agora não falei do mais importante de todos. Por que Jesus, depois do seu batismo, foi para o deserto? Para ser tentado por Satanás? Não, nem sequer pensava nisso; ninguém vai de propósito buscar tentações e ele mesmo nos ensinou a rezar para não sermos levados à tentação. As tentações foram uma iniciativa do demônio, permitidas pelo Pai, para a glória do seu Filho e como ensinamento para nós.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Foi ao deserto para jejuar? Também, mas não principalmente para isso. Foi para rezar! Sempre quando Jesus se retirava em lugares desertos era para orar ao seu Pai. Foi para sintonizar-se, como homem, com a vontade divina, para aprofundar a missão que a voz do Pai, no batismo, lhe tinha feito vislumbrar: a missão do Servo obediente chamado a redimir o mundo com o sofrimento e a humilhação. Foi em definitiva para orar, para estar em intimidade com o seu Pai. E isso é também o objetivo principal da nossa Quaresma. Foi ao deserto pelo mesmo motivo pelo qual, segundo Lucas, um dia, mais tarde, subiu ao Monte Tabor, ou seja, para orar (Lc 9, 28).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não se vai ao deserto somente para deixar algo – o barulho, o mundo, as ocupações -; vai-se principalmente para encontrar algo, ou melhor, Alguém. Não se vai somente para reencontrar a si mesmo, para colocar-se em contato com o próprio eu profundo, como em tantas formas de meditações não cristãs. Estar a sós consigo mesmo pode significar encontrar-se com a pior das companhias. O crente vai ao deserto, desce ao próprio coração, para renovar o seu contato com Deus, porque sabe que "no homem interior habita a Verdade".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É o segredo da felicidade e da paz nesta vida. O que mais deseja um apaixonado do que estar a sós, em intimidade, com a pessoa amada? Deus é apaixonado por nós e deseja que nós nos apaixonemos por ele. Falando do seu povo como de uma esposa, Deus disse: “A conduzirei ao deserto e falarei ao seu coração” (Os 2,16). Sabe-se qual é o efeito do enamoramento: todas as coisas e todas as outras pessoas ficam pra trás, em segundo plano. Há uma presença que preenche tudo e faz todo resto “secundário”. Não isola dos outros, que, de fato, torna ainda mais atento e disponível para com os outros, mas como de reflexo, por redundância do amor. Oh, se nós homens e mulheres de Igreja descobríssemos o quanto está perto de nós, ao alcance das mãos, a felicidade e a paz que buscamos neste mundo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Jesus está esperando por nós no deserto: não o deixemos sozinho em todo esse tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[Traduzido do original italiano por Thácio Siqueira]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[1] S. Agostinho, In Ioh. Ev., 18, 10 (CCL 36, p. 186). [Trad.Livre]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[2] S. Agostinho, Confessioni, X, 27. [Trad.Livre]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[3] S. Kierkegaard, La malattia mortale, II, in Opere, edição de C. Fabro, Florência 1972, p. 663. [Trad.Livre]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[4] S. Anselmo, Proslogion, 1, (Opera omnia, 1, Edimburgo 1946, p.97). [Trad.Livre]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[5] Cf. Speculum perfectionis, 99 (FF 1798).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(14 de Março de 2014) © Innovative Media Inc</span></div>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-78557066233631036112014-04-13T15:11:00.000-04:002014-04-13T15:11:51.137-04:00Meditação - Segunda Feira da Semana Santa<div class="post-content" style="padding-bottom: 20px;">
<div style="font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<span style="color: #cc0000; font-size: large;">São Gregório Magno e o </span></div>
<div style="font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<span style="color: #cc0000; font-size: large;">E entendimento espiritual das Escrituras</span></div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<br /></div>
<h2 style="color: #545454; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19.5px; line-height: 26px; margin: 8px 0px 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap</h2>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<br /></div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVSLqUpWYiydBlWwnCrgrazKqZKF2PEN3ImhpKpF443EdaRqY-1URLcPZwGHxEs1r3-a81DlbTki5CRVqxeiDnZF5iUnItD3UWDLlDgRmxRKS7vu1koVa_lRrNh5g7axgDPSrD/s1600/gregoriomagno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVSLqUpWYiydBlWwnCrgrazKqZKF2PEN3ImhpKpF443EdaRqY-1URLcPZwGHxEs1r3-a81DlbTki5CRVqxeiDnZF5iUnItD3UWDLlDgRmxRKS7vu1koVa_lRrNh5g7axgDPSrD/s1600/gregoriomagno.jpg" /></a></div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em um esforço por colocar-nos na escola dos Padres para dar um novo impulso e profundidade à nossa fé, não pode faltar uma reflexão sobre o modo em que eles liam a Palavra de Deus. Será o Papa São Gregório Magno a guiar-nos à “inteligência espiritual” e a um renovado amor pelas Escrituras.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aconteceu no mundo moderno, em relação à Escritura, a mesma coisa que aconteceu com a pessoa de Jesus. A busca do exclusivo sentido histórico e literal da Bíblia que dominou nos últimos dois séculos partia dos mesmos pressupostos e levou aos mesmos resultados da pesquisa sobre o Jesus histórico diferente do Cristo da fé. Jesus era reduzido a um homem extraordinário, um grande reformador religioso, mas nada mais; a Escritura era reduzida a um livro excelente, até mesmo o mais interessante do mundo, mas um livro como os outros, que devia ser estudado com os meios com os quais se estudam todas as grandes obras da antiguidade. Hoje se está indo inclusive além. Um certo ateísmo militante maximalista, anti-judaico e anti-cristão, tem a Bíblia, especialmente o Antigo Testamento, como um livro "cheio de abominações", que deve ser retirado das mãos dos homens de hoje.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse assalto às Escrituras, a Igreja opõe a sua doutrina e a sua experiência. Na Dei Verbum, o Vaticano II reafirmou a perene validade das Escrituras, como palavra de Deus à humanidade; a liturgia da Igreja a coloca em um lugar de honra em cada celebração sua; tantos estudiosos, na crítica mais atual, unem também a fé mais convicta no valor transcendente da palavra inspirada. A prova talvez mais convincente é, no entanto , a da experiência . O argumento que, como vimos, levou à afirmação da divindade de Cristo em Nicéia, em 325 e pelo Espírito Santo em Constantinopla no 381, se aplica plenamente também à Escritura: nela experimentamos a presença do Espírito Santo, Cristo ainda nos fala, o seu efeito em nós é diferente do de qualquer outra palavra; portanto não pode ser simples palavra humana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">1. O velho se torna novo</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O propósito da nossa reflexão é ver como os Padres nos podem ajudar a reencontrar aquela virgindade de escuta, aquele frescor e liberdade ao aproximar-se da Bíblia que permitem experimentar a força divina que emana dela. O Padre e Doutor da Igreja que escolhemos como guia, eu disse, é São Gregório Magno, mas para poder compreender a sua importância neste campo temos que voltar para as fontes do rio do qual ele próprio faz parte e traçar, pelo menos no geral, o seu percurso antes de chegar até ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na leitura da Bíblia, os Padres só fazem continuar na mesma linha começada por Jesus e pelos apóstolos, e só esse dado nos deveria fazer mais cautelosos ao julgá-los. Uma rejeição radical da exegese dos Padres significaria uma rejeição da exegese do próprio Jesus e dos apóstolos. Jesus, aos discípulos de Emaús, explica tudo aquilo que se referia a ele nas Escrituras; afirma que as Escrituras falam dele, que Abraão viu o seu dia; muitos gestos e palavras de Jesus se dão “para que sejam cumpridas as Escrituras”; os primeiros dois apóstolos dizem dele: “Achamos aquele de quem Moisés e os profetas escreveram" (Jo 1 , 45).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas todos estes eram resultados parciais. Ainda não aconteceu o transfert total. Isso se realiza na cruz e está contido na palavra de Jesus moribundo: “Tudo está consumado”. Também no Antigo Testamento, houve novidades, retomadas, transposições; por exemplo, o retorno da Babilônia era visto como uma renovação do milagre do Êxodo. Eram saltos quantitativos. Agora acontece um salto qualitativo, uma mudança de sinal: personagens, eventos, instituições, leis, templo, sacrifícios, sacerdócio, tudo de repente aparece em uma outra luz. Como quando em uma sala iluminada pela luz fraca de uma vela, se acende de repente uma forte luz de néon. Cristo que é "luz do mundo" é também luz das Escrituras. Quando se lê que Jesus ressuscitado "abre a mente dos discípulos para compreender as Escrituras" (Lc 24, 45), refere-se a esta nova inteligência, trabalhada pelo Espírito Santo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Cordeiro quebra os selos e o livro da história sagrada pode finalmente ser aberto e lido (cf. Ap 5). Tudo permanece, mas nada é como antes. É um instante que unifica – e ao mesmo tempo distingue – os dois Testamentos e as duas alianças: “Clara e brilhante, aqui está a grande página que separa os dois Testamentos! Todas as portas são abertas ao mesmo tempo, toda a oposição se dissipa, todas as contradições são resolvidas"[1]. O exemplo mais claro para compreender o que acontece neste momento é a consagração na Missa, e, de fato, esta só é o memorial da outra. Aparentemente nada mudou no pão e no vinho sobre o altar, no entanto, sabemos que, após a consagração, eles já são algo completamente diferente e nós os tratamos de maneira muito diferente de antes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os apóstolos continuam esta leitura, aplicando-a à Igreja, assim como à vida de Jesus. Tudo o que estava escrito no Êxodo era escrito para a Igreja (1 Cor 10, 11); a rocha que se seguia e tirava a sede dos judeus no deserto anunciava Cristo e o maná, o pão descido do céu; os profetas falaram dele (1 Pd 1, 10 ss), o que se diz do Servo Sofredor de Isaías foi cumprido em Cristo, e assim por diante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Passando do Novo Testamento ao tempo da Igreja, notamos dois usos diferentes dessa nova compreensão das Escrituras: um de tipo apologético e outro de tipo teológico e espiritual; o primeiro, usado no diálogo com os de fora, o segundo para a edificação da comunidade. Contra os judeus e os hereges que compartilham a Escritura compõem-se os assim chamados “testemunhos”, ou seja, coleções de frases ou passagens bíblicas a serem usadas para provar a fé em Cristo. Sobre isso se baseia, por exemplo, o Diálogo com Trifon judeu de São Justino, e tantos outros escritos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O uso teológico e eclesial da leitura espiritual começa com Orígenes, tido justamente como o fundador da exegese cristã. A riqueza e beleza das suas intuições sobre o sentido espiritual das Escrituras e das suas aplicações práticas é inesgotável. Elas farão escola seja no oriente que no ocidente, onde começa a ser conhecido ao mesmo tempo que Ambrósio. Junto com a sua riqueza e genialidade, a exegese de Orígenes introduz, porém, na tradição exegética da Igreja também um elemento negativo devido ao seu entusiasmo pelo espiritualismo de caráter platônico. Tomemos a sua seguinte afirmação de método:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Não se deve acreditar que os fatos históricos sejam figuras de outros fatos históricos e as coisas corpóreas de outras coisas corpóreas, mas, pelo contrário, que as coisas corpóreas são figuras de coisas espirituais e os fatos históricos de realidades inteligíveis[2]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desta forma, à correspondência horizontal e histórica, própria do Novo Testamento, pela qual um personagem, um fato, ou uma palavra do Antigo Testamento é visto como profecia e figura (typos) do que acontece em Cristo ou na Igreja, se substitui a perspectiva vertical, platônica, pela qual um fato histórico e visível, seja do Antigo como do Novo Testamento, se torna símbolo de uma ideia universal e eterna. A relação entre profecia e realização tende a se transformar na relação entre a história e o espírito[3].</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">2. As Escrituras, pedras quadrangulares</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por meio de Ambrósio e outros que traduziram as suas obras para o latim, o método e os conteúdos de Orígenes, entram plenamente nas veias da cristandade latina e continuarão a fluir por toda a idade média. Qual foi, então, na explicação da Escritura, a contribuição dos latinos? Podemos resumir a resposta em uma só palavra que é a que melhor expressa o seu gênio próprio: organização!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Àquele de Orígenes se acrescenta, é verdade, a contribuição não menos criativa e audaz de um outro gênio, aquela de Agostinho que enriquecerá de intuições e aplicações novas e ousadas a leitura da Bíblia. Mas não é nesta linha que se coloca a contribuição mais significativa dos Padres latinos, ou seja, na descoberta de significados novos e escondidos na Palavra de Deus, mas na sistematização do imenso material exegético que tinha se acumulado na Igreja, no traçar uma espécie de mapa para orientar-se na sua utilização.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse esforço organizativo – começado com Agostinho – foi levado à sua forma definitiva por Gregório Magno e consiste na doutrina do quádruplo sentido da Escritura. Neste campo, ele é considerado "um dos principais iniciadores e um dos maiores patronos da doutrina medieval dos quatro sentidos", a ponto de se poder falar da Idade Média como da “época gregoriana[4]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A doutrina dos quatro sentidos da Escritura é uma grade, uma forma de organizar as explicações de um texto bíblico ou de uma realidade da história da salvação, distinguindo nelas quatro campos ou níveis diferentes de aplicação: 1. O nível literal e histórico; 2. O nível alegórico (hoje prefere-se chamar tipológico) relacionado à fé em Cristo; 3. O nível moral, ou seja, em relação ao atuar do cristão; 4. O nível escatológico, que se refere ao cumprimento final no céu. Gregório escreve:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"As palavras da Sagrada Escritura são pedras quadrangulares [...]. Em todo acontecimento do passado que narram [sentido literal], em cada coisa futura que anunciam [sentido anagógico], em cada dever moral que pregam [sentido moral], em cada realidade espiritual que proclamam [sentido alegórico ou cristológico], de cada lado se mantém de pé e são irrepreensíveis[5]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na Idade Média foi composto um famoso dístico que resumiu esta doutrina: Littera gesta docet / Moralis, quid agas; quo tendas anagogia. “A letra te ensina o que aconteceu; o que se deve acreditar a alegoria. / A moral, o que fazer; onde tender, a anagogia”. A aplicação talvez mais clara deste esquema se tem com relação à Páscoa. De acordo com a letra ou a história, a Páscoa é o rito que os judeus cumpriram no Egito; de acordo com a alegoria, referindo-se à fé, ela indica a imolação de Cristo verdadeiro cordeiro pascal; de acordo com a moral, indica a transição dos vícios para a virtude, do pecado à santidade; de acordo com a anagogia ou a escatologia, indica a transição das coisas terrenas às coisas celestiais, ou também a Páscoa eterna que se celebrará no céu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não se trata de um esquema rígido e mecânico, mas flexível e passível de infinitas variações, começando com a ordem em que são listados os vários sentidos. Eis um texto de Gregório no qual se vê a liberdade com que ele mesmo usa o esquema do quádruplo sentido e como sabe, com ele, tirar várias harmonias da Escritura. Comentando a imagem de Ezequiel 2, 10, sobre o rolo “escrito dentro e fora” (“intus et foris”, de acordo com a Vulgata) diz:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"O rolo da Palavra de Deus está escrito dentro, por meio da alegoria; fora, por meio da história. Dentro por meio da inteligência espiritual; fora por meio do simples sentido literal, adequado aos espíritos ainda fracos. Dentro porque promete os bens invisíveis; fora, porque estabelece a ordem das coisas visíveis com a retidão dos seus preceitos. Dentro, porque dá a segurança dos bens celestiais; fora, porque ensina como usar os bens terrenos, ou como escapar das suas atrações[6]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">3. Por que ainda precisamos dos Padres para ler a Bíblia</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que podemos tirar deste modo assim tão livre e corajoso de colocar-se diante da Palavra de Deus? Mesmo um admirador da exegese patrística e medieval como o padre de Lubac admite que não podemos nem retornar a ele, nem imitá-lo mecanicamente no nosso tempo[7]. Seria uma operação artificial, fadada ao fracasso porque não temos os pressupostos dos quais eles partiram, o universo espiritual no qual eles se moviam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gregório Magno e os Padres no geral estavam certos sobre o ponto fundamental que é ler as Escrituras em referência a Cristo e à Igreja. Antes deles já o faziam, o vimos, Jesus e os apóstolos. A parte já superada das suas exegeses está no ter acreditado que podiam aplicar este critério a cada palavra particular da Bíblia, de modo muitas vezes imaginativo, levando ao simbolismo (por exemplo aquele dos números) a excessos que hoje nos fazem rir às vezes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Podemos ter certeza, observa de Lubac, que, se estivessem vivos hoje, eles seriam os mais entusiastas na utilização dos recursos críticos colocados à disposição pelo progresso dos estudos. Orígenes realizou um trabalho hercúleo no seu tempo deste ponto de vista, obtendo e comparando um com o outro e com o texto hebraico as várias traduções gregas existentes da Bíblia (a Exapla) e Agostinho não hesitava em corrigir algumas de suas explicações à luz da nova versão da Bíblia que Jerônimo estava fazendo[8].</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que então permanece válido da herança dos Padres neste campo? Talvez aqui, mais do que em qualquer outro lugar, eles têm uma palavra decisiva a dizer para a Igreja de hoje que temos de tentar descobrir. O que caracteriza a leitura da Bíblia dos Padres, além das suas elaboradas alegorias e ousadas aplicações, além da mesma doutrina dos quatro sentidos da Escritura? De cima para baixo e cada ponto seu é uma leitura de fé: partia da fé e levava à fé. Todas as suas distinções entre leitura histórica, alegórica, moral e escatológica se resumem hoje a uma só distinção: aquela entre uma leitura de fé da Escritura e uma leitura privada de fé, ou ao menos privada de uma certa qualidade de fé.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Vamos deixar de lado os estudiosos da Bíblia não crentes que lembrei no início, para os quais ela é só um livro interessante, mas só humano. A diferença que eu gostaria de evidenciar é mais sutil e passa entre os mesmos crentes. É a distinção entre uma leitura pessoal e uma leitura impessoal da palavra de Deus. E tento explicar o que entendo. Os Padres se aproximavam da palavra de Deus com uma pergunta constante: o que ela diz, agora e aqui, à Igreja e a mim pessoalmente? Estavam convencidos de que ela sempre traz novas luzes e novos compromissos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Toda a Escritura, está escrito, é inspirada por Deus " (2 Tm 3, 16). A expressão que se traduz como “inspirado por Deus”, ou “divinamente inspirada”, na língua original, é uma palavra única, theopneustos, que contém os dois vocábulos de Deus (Theos) e de Espírito (Pneuma). Tais palavras tem dois significados fundamentais. O significado mais conhecido é aquele passivo, revelado em todas as traduções modernas: a Escritura é “inspirada por Deus”. Um outro passo do Novo Testamento explica assim este significado: “Movidos pelo Espírito Santo falam aqueles homens (os profetas) de parte de Deus” (2 Pd 1, 21). É, em definitiva, a doutrina clássica da inspiração divina da Escritura, aquela que proclamamos como artigo de fé no Credo, quando dizemos que o Espírito Santo é aquele “que falou pelos profetas”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Da inspiração bíblica se ilumina, normalmente, quase apenas um efeito: a infalibilidade bíblica, ou seja, o fato de que a Bíblia não contém nenhum erro (se entendemos “erro”, corretamente, como ausência de uma verdade possível humanamente, em um determinado contexto cultural e, portanto, exigível pelo escritor). Mas a inspiração bíblica fundamenta muito mais do que a simples infalibilidade da Palavra de Deus (que é uma coisa negativa); fundamenta, positivamente, a sua inexauribilidade, a sua força e vitalidade divina. A Escritura, dizia Santo Ambrósio, é theopneustos não só porque é “inspirada por Deus”, mas também porque é “inspirante Deus”, porque inspira a Deus[9]! Agora inspira a Deus!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Com o que podemos comparar as palavras da Sagrada Escritura - escreve São Gregório – se não com uma pederneira, na qual se esconde o fogo? Ela é fria quando se segura com a mão, mas atingida pelo ferro, solta faíscas e gera fogo[10]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Escritura não contêm só o pensamento de Deus fixado uma vez por todas; contém também o coração de Deus e a sua vontade viva que lhe indica o que quer de você em um certo momento, e talvez só de você. A constituição conciliar Dei Verbum recolhe também esta linha da tradição quando diz que “as sagradas Escrituras inspiradas por Deus [inspiração passiva!] e redigidas uma vez por todas, comunicam imutavelmente a palavra do mesmo Deus e fazem ressoar nas palavras dos profetas e dos Apóstolos a voz do Espírito Santo [inspiração ativa!][11]". Portanto, não se trata só de ler a palavra de Deus, mas também de fazer-se ler por esta; não somente de perscrutar as Escrituras, mas de deixar-se perscrutar pelas Escrituras. Trata-se de não aproximar-se dela como os bombeiros entravam uma vez entre as chamas, ou seja, com ternos de amianto que os faziam passar incólumes entre o fogo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Retomando a imagem de São Tiago, muitos Padres, entre os quais o nosso Gregório Magno, comparavam a Escritura a um espelho[12]. O que dizer de alguém que passasse todo o tempo examinando a forma e o material de que é feito o espelho, a época em que remonta e tantos outros detalhes, mas não se olhasse nunca no espelho? Assim faria aquele que passasse o tempo resolvendo todos os problemas críticos que a Escritura coloca, as fontes, os gêneros literários etc, mas não se olhasse nunca no espelho, ou melhor, nunca permite que o espelho o olhe e o perscrute a fundo, até o ponto onde se dividem as juntas das medulas. A coisa mais importante, sobre a Escritura, não é resolver os seus pontos obscuros, mas colocar em prática os claros! Ela, diz ainda o nosso Gregório, “se compreende fazendo-a[13]”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Uma forte fé na palavra de Deus não é apenas essencial para a vida espiritual do cristão, mas também para todas as formas de evangelização. Há duas maneiras de preparar um sermão ou qualquer proclamação da fé, oral ou escrita. Eu posso, antes de sentar-me à mesa e escolher eu mesmo a palavra a ser anunciada e o tema a ser desenvolvido, baseando-me nos meus próprios conhecimentos, nas minhas preferencias, etc., e depois, uma vez preparado o discurso, colocar-me de joelhos para pedir apressadamente a Deus que abençoe o que escrevi e dê eficácia às minhas palavras. É já uma coisa boa, mas não é o caminho profético. Devemos seguir a ordem inversa: primeiro de joelhos, depois à mesa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temos que começar da certeza da fé que, em todas as circunstâncias, o Senhor Ressuscitado tem no coração uma palavra sua que deseja fazer chegar ao seu povo. E ele não a deixa de revelar ao seu ministro, se humildemente e com insistência ele a pede. No começo se trata de um movimento quase imperceptível do coração: uma pequena luz que se acende na mente, uma palavra da Bíblia que começa a atrair a atenção e que ilumina uma situação. Verdadeiramente, "a menor de todas as sementes", mas depois você percebe que dentro estava tudo; havia um trovão capaz de derrubar os cedros do Líbano. Depois você se coloca à mesa, abre os seus livros, consulta as suas anotações, consulta os Padres da Igreja, os mestres, os poetas... Mas já é outra coisa. Não é mais a Palavra de Deus à serviço da sua cultura, mas a sua cultura à serviço da Palavra de Deus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Orígenes descreve bem o processo que leva a esta descoberta. Antes de encontrar na Escritura o alimento – dizia – era preciso suportar uma certa “pobreza" dos sentidos; a alma é cercada pela escuridão em todos os lados, só se encontra em ruas sem saída. Até que, de repente, depois de trabalhosa pesquisa e oração, eis que ressoa a voz do Verbo e imediatamente algo se ilumina; aquele que ela procurava lhe vai ao encontro "pulando sobre as montanhas e saltando pelas colinas" (cf. Ct 2 , 8), ou seja, abrindo-lhe a mente para receber uma palavra sua forte e luminosa[14]. Grande é a alegria que acompanha este momento. Ela fazia dizer a Jeremias: “Quando as tuas palavras vieram a mim, as devorei com avidez; a tua palavra foi a alegria e o gozo do meu coração” (Jer 15, 16).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Normalmente, a resposta de Deus vem na forma de uma palavra da Escritura que, no entanto, naquele momento revela a sua importância extraordinária para a situação e para o problema a ser tratado, como se tivesse sido escrita especificamente para ele. Ao fazer isso, ele fala, de fato, "como com palavras de Deus” (cf. 1 Pd 4, 11). Este método vale sempre: para os grandes documentos, como para a lição que o mestre deu aos seus noviços, para a douta conferência como para a humilde homilia dominical.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Todos nós tivemos a experiência do que pode fazer uma única palavra de Deus profundamente acreditada e vivida primeiramente por aquele que a pronuncia e às vezes até mesmo sem o seu conhecimento; muitas vezes deve-se constatar que, entre tantas outras palavras, aquela foi a que tocou o coração e levou mais de um ouvinte ao confessionário. A experiência humana, as imagens, as histórias vividas, nada de tudo isso está excluído da pregação evangélica, mas deve ser submetida à palavra de Deus que deve estar por acima de tudo. Foi o que nos recordou o Santo Padre nas páginas dedicadas à homilia da “Evangelii gaudium” e é quase presunçoso de minha parte pensar que eu poderia acrescentar algo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gostaria de terminar esta meditação com um pensamento de gratidão para com os irmãos judeus, até mesmo como uma felicitação pela próxima visita do Santo Padre a Israel. Se nos divide deles a interpretação que lhe damos, nos une o comum amor pelas Escrituras. No museu de Tel Aviv tem uma pintura de Reuben Rubin onde se veem dois rabinos que apertam, um no peito e outro na bochecha, os rolos da palavra de Deus, e os beijam como se beija a própria esposa. Com os irmãos hebreus é possível algo de análogo àquilo que é o ecumenismo espiritual entre cristãos, ou seja, um colocar juntos, em um clima de diálogo e de estima recíproca, aquilo que nos une, sem ignorar ou esconder o que nos separa. Não podemos nos esquecer que recebemos deles as duas coisas mais preciosas que temos na vida: Jesus e as Escrituras.</span></div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
Também neste ano, a Páscoa hebraica cai na mesma semana que a cristã. Desejamos a nós mesmos e a eles, Feliz Páscoa, Santo e Feliz Pesach.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
[Tradução Thácio Siqueira/ZENIT]</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[1]</a> Paul Claudel, <em>L’épée et le miroir: Les sept douleurs de la Sainte Vierge</em> , Paris: Gallimard, 1939), 74-75.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[2]</a> Orígenes, <em>Comentário a João</em>, 10, 110 (GCS, Origenes vol. 4, p. 189)</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[3]</a> Cf. H. de Lubac, <em>Histoire et Esprit. L’intelligence de l’Ecriture d’après Origène</em>, Aubier, Paris 1950.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[4]</a> H. de Lubac, <em>Exegèse Mèdiévale. Les quatre sens de l’Ecriture</em>, Aubier, Paris 1959, vol. I,1, p. 189 ; vol. I,2, p. 537).</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[5]</a> Gregorio Magno, Homilias sobre Ezequiel, II, IX, 8.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[6]</a> Gregorio Magno,<em>Homilias sobre Ez</em>. I, IX, 30.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[7]</a> H. de Lubac, <em>História e Espírito</em>, cit. , pp. 629 ss.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[8]</a> O faz por exemplo a propósito do significado da palavra “páscoa”, em <em>Enarrationes in Psalmos</em> 120,6 (CC 40, p. 1791).</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[9]</a> Ambrosio, <em>De Spiritu Sancto</em>, III, 112.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[10]</a> Gregorio Magno, <em>Homilias sobre Ezequiel</em>, II,10,1.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[11]</a> <em>Dei Verbum</em>, n. 21.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[12]</a> Gregorio Magno, <em>Moralia</em>, I, 2, 1 (PL 75, 553D).</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[13]</a> Ib. I, 10,31.</div>
<div style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin-bottom: 8px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" style="color: rgba(172, 106, 15, 0.933333);">[14]</a> Cf Origene, <em>In Mt Ser.</em>, 38 (GCS, 1933, p. 7); <em>In Cant.</em>,3 (GCS, 1925, p. 202).</div>
</div>
<div class="copyright-block" style="color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px;">
(11 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.</div>
Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-30913280970661861942013-10-19T12:21:00.001-04:002013-10-19T12:21:43.677-04:00Alma Carmelitana<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIG21qvprOJlQhjmeDhVpS1OIbFdd_-mh-9DR-528z2zBexoKcF_VdyY-B7xSUrr9gKCUVjRrylGHFgr32tzTWE5mycVAA9hnadn4VGOZFbJU5G7XbDwO-i6wyHp7DYGxcmn2k/s1600/espiritualidade2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIG21qvprOJlQhjmeDhVpS1OIbFdd_-mh-9DR-528z2zBexoKcF_VdyY-B7xSUrr9gKCUVjRrylGHFgr32tzTWE5mycVAA9hnadn4VGOZFbJU5G7XbDwO-i6wyHp7DYGxcmn2k/s320/espiritualidade2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /><div style="text-align: justify;">
<br />Chega-se ao silêncio de todo o nosso ser, silêncio que evita o barulho, o desgaste físico e mental, não de um dia para o outro, mas lentamente. È caminho. Não devemos forçar o passo, porque cansaremos com facilidade e nunca chegaremos à meta. Mas “devagar se vai ao longe”. Toda a nossa vida interior é silêncio, e Deus, nos recorda, João da Cruz, pronunciou uma única palavra, que é seu Filho, seu Cristo. Ele a pronunciou em silêncio e é em silêncio que ela deve ser ouvida. A mística Maria Amada de Jesus, carmelita descalça, nasceu na Normandia, em 1839 e faleceu em 1874. Fez-se carmelita em 1859, teve noites escuras duras e terríveis. Escreveu os DOZE DEGRAUS DO SILÊNCIO, que vamos comentar um pouco. São caminhos que podem curar nossas feridas, as doenças abertas pelo BARULHO. (Comentário de Frei Patrício, Ocd.) <br /><br /> PRIMEIRO DEGRAU DO SILÊNCIO: Falar pouco com as criaturas e muito com Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
È o segredo para começar a cura pelo silêncio: Redescobrir Deus como amigo, como médico, como aquele que vem em nosso socorro, nos ESCUTA a cada momento e nos convida a entrar em comunhão com Ele. O falar muito com as criaturas nos leva a uma hiperagitação. O silêncio da Prudência e da Sabedoria é o silêncio que devemos ter nas conversações, nos encontros. Não é raro que falemos mais forte com “nossos silêncios” que com as palavras. Há silêncios que apavoram, gritam e condenam o palavreado vazio de tantas pessoas. <br /><br /> SEGUNDO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio no trabalho, silêncio nos movimentos. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Vimos que o silêncio não é, de forma alguma, mutismo, alienação, afastamento dos outros, porque não somos capazes de dialogar ou de entrar em comunhão. É uma atitude interior que nos leva saber fazer tudo com amor e com recolhimento. Por que deixar que a agitação e o barulho entrem em nós e coloquem nossa morada interior numa confusão insuportável? Os mestres da vida interior nos ensinam que tudo deve ser feito com calma, com silêncio, evitando qualquer barulho que possa perturbar a nós mesmos e aos outros. << SILÊNCIO no andar, SILÊNCIO dos olhos, dos ouvidos, da voz. SILÊNCIO de todo o exterior, preparando a alma a unir-se a Deus. >> <br /><br /> TERCEIRO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio da imaginação. </div>
<div style="text-align: justify;">
\</div>
<div style="text-align: justify;">
A imaginação é boa, é um dom de Deus e devemos aproveitá-la na nossa oração e na nossa memória, para reviver momentos de ação de graças, de alegria e também de dor, de pecado para purificar-nos cada vez mais e estarmos prontos para receber a graça da fonte de Deus que jorra em nós. Porém, a imaginação, pode tornar-se uma fera violenta, que, como tempestade, nos leva longe e sempre fora da nossa casa interior, quando nos faz perder o contato com a vida de cada dia, isso se faz terrível e doloroso. Aí adoecemos na alma, nos tornamos tristes, preocupados. <br /><br /> QUARTO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio da memória. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Nada de mais belo que a nossa memória. Jesus nos mandou celebrar Sua Memória, torná-Lo Presente, Vivo e Real no Sacramento da Eucaristia. A memória não é o reviver da imaginação, mas o recordar e, com força da vontade, tornar presente. É uma mística Eucarística que vivemos no nosso dia-a-dia. É necessário silenciar a memória para que possamos não nos deixar alienar da nossa realidade cotidiana. Esvaziar-nos de nós mesmos. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> A MEMÓRIA DEVE SER RECONHECIMENTO, AÇÃO DE GRAÇAS por tantas Misericórdias que Deus tem feito em nós. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Vale a pena meditar com o canto da memória agradável e vivo do MAGNIFICAT, por exemplo. Recomendação: Não se deixe influenciar pelas suas memórias, ou se condicionar por elas. Não podemos viver de saudosismo, é necessário viver de vida, de esperança e de amor. Nossa memória deve ser vivida, atualizada, e o é assim no Mistério da Eucaristia de Cristo, que nos dá nova força para caminharmos para nosso futuro. <br /><br /> QUINTO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio com as criaturas.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Falamos demais. Isso prejudica a saúde física, psíquica, espiritual. Não importa do que falamos. O que importa é falar e falar muito. Parece ser um impulso incontrolável. Temos uma tendência de fazer monólogos longos, que nunca irão preencher e curar as doenças terríveis da solidão humana. É necessário sim, ter uma lembrança das criaturas de Deus. Sua Criação traz em si mesma a figura do Criador, do Senhor. A Natureza nos fala e nós podemos falar com Ela. Como não lembrar a voz das Criaturas do Cântico de Daniel (Dn 3)? <br /><br /> SEXTO DEGRAU DO SILÊNCIO: O Silêncio do Coração. <br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Somos levados a avançar para as águas mais profundas do silêncio. É necessário entrar agora no silêncio do coração. Silenciando tudo o que está fora de nós e dentro de nós. Nada pode perturbar nossa paz interior; nem as criaturas, nem a memória, nem a imaginação. Tudo é paz. Deixemos, neste caso, tomar-nos pela mão da Virgem Maria e por Cristo Jesus, onde tudo é silêncio. <br /><br /> SÉTIMO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio da natureza. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> Silenciar a natureza humana que vive revoltada com o mínimo vento de dor, de contrariedade, é uma obra lenta, fruto de paciência e de tempo. Não devemos nos revoltar nem achar que tudo isso se dá à toque de caixa. Temos de saber que sem um grande esforço nunca ficaremos curados de nossas feridas físicas e espirituais. Devemos silenciar o orgulho, o amor-próprio ferido, nos afastar das situações que podem nos levar a críticas inúteis e desfavoráveis aos outros e a nós mesmos. <br /> “De toda palavra ciosa que pronunciarmos, daremos conta a Deus”. Devemos saber dominar o desejo de vingança, muitas vezes travestido de justiça, de zelo e de verdade. <br /><br /> OITAVO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio do espírito. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> É um ponto muito importante para não adoecer: ... de orgulho, de superioridade, de “ insubstitutividade”, de “ tudo eu faço e sou melhor”- doença terrível, dentro e fora da Igreja. <br /> O silêncio do espírito nos leva a agir somente pela Glória de Deus, pois para quem busca a viver a santidade não pode existir duplicidade de vida. Está comprovado que a “ambiguidade de vida” é fonte de sofrimento e doenças físicas e psíquicas. Como pode viver tranquilo e com saúde quem trai os amigos, a esposa, o esposo, ou vive com constante medo do que faz, ou ainda, aqueles que não cumprem com os seus compromissos ou com a palavra dada? É o silêncio do espírito que devemos procurar na paz da nossa consciência mais íntima e profunda do ser. <br /><br /> NONO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio do julgamento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> Não julgar é também um mandamento de Jesus: “não julgueis e não sereis julgados”. Para que deixar a ânsia e a angústia de julgar entrar em nosso coração? Silenciar o julgamento não é renunciar a emitir nossas opiniões. Estas devem ser conformes à verdade e nada mais. Não devemos impor nosso ponto de vista. Quantas vezes a imposição da nossa maneira de pensar e de julgar, nos levam ao isolamento, à marginalização ou ao sofrimento físico e espiritual. <br /><br /> DÉCIMO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio da vontade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> É o silêncio nas angústias do coração e nas dores d´alma. É o silêncio de uma alma favorecida por Deus e que, sentindo-se repelida, não pronuncia estas palavras como: “Por quê? Até quando?”. É o silêncio do abandono... Silêncio ante a severidade do olhar de Deus... Silêncio sob o peso da Mão Divina. Silêncio cuja única queixa é a do amor. É o silêncio da Crucifixão. É o silêncio dos mártires. É o silêncio da agonia de Jesus. Enquanto essa vontade humilde e livre - verdadeiro holocausto de amor - procura aniquilar-se para glorificar o Nome de Deus, Deus a transforma em sua vontade. <br /><br /> DÉCIMO PRIMEIRO DEGRAU DO SILÊNCIO: Silêncio consigo mesmo. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> Uma das piores doenças é “monologar consigo mesmo”, falar e, falar consigo mesmo dos próprios problemas, dificuldades, dramas, traumas e doenças. Torna-se um círculo vicioso a partir do qual não conseguimos ver a vida com os olhos límpidos e transparentes. Para que ruminar o dia todo e a noite inteira as situações conflitantes da vida? Não é melhor dar a volta por cima e lançar-se nos braços de Deus, e rezar com calma o Salmo 130? Este Salmo é do silêncio interior, fruto de ascese e de oferta de si mesmo a Deus. <br /><br /> DÉCIMO SEGUNDO DEGRAU DO SILÊNCIO: O Silêncio com Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> O silêncio com Deus consiste em ter a certeza no nosso coração do amor do Senhor, de não duvidar Dele, mesmo que nada sintamos. É deixar-se amar por Ele. É talvez o silêncio mais doloroso do ser humano, que em determinados momentos se sente abandonado por todos e até mesmo por Deus. É o grito que surge dentro de nós: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Sl 21)”. Esse grito não é falta de fé. Ele é à força da natureza que se rebela diante da dor, da solidão, da doença. Mas Deus sempre vem em nosso socorro. Confirmamos esta experiência com os textos: <br /> Dt 6, 4-5/Is 43, 1-5. “O Barulho Adoece e o Silêncio Cura” </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
( Frei Patrício )</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
fonte http://almacarmelita.blogspot.com.br<span style="color: white;">/2013/10/a-escada-do-silencio-fr-patricio-de.html</span></div>
<br />
<a href="https://www.facebook.com/espiritualidadecarmelita">Espiritualidade Carmelitana no Face Book
</a>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-26862945876020388442012-08-13T22:32:00.000-04:002012-08-13T22:33:14.945-04:00Santa Edith Stein - 70 Anos Depois<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdj_kZXVKwj85M3kOdgui9EWH2Eb6Zh1DnTAoPFuWajqqN3vum6N9alPKrQBbYfqIiTEAfXSOkV-TdFDEHXTlIlMHwMwTPIQGrZXPZIisW2QVVI1w6Koe26SdhwrB2s6diRplg2w/s1600/EDITH%252520STEIN%252520SCHILDERIJ%2525203%252520jpeg.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdj_kZXVKwj85M3kOdgui9EWH2Eb6Zh1DnTAoPFuWajqqN3vum6N9alPKrQBbYfqIiTEAfXSOkV-TdFDEHXTlIlMHwMwTPIQGrZXPZIisW2QVVI1w6Koe26SdhwrB2s6diRplg2w/s1600/EDITH%252520STEIN%252520SCHILDERIJ%2525203%252520jpeg.jpg" /></a><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao
celebramos os 70 anos do martírio de Edith Stein nos vem ao coração
vários pontos a serem partilhados, que, por certo, nos colocam numa
situação um tanto delicada. Antes de tudo, o que a impulsionava era sua
sede de Verdade, e nesta busca da Verdade ela encontrou um meio que é o
ser humano. Todo seu labor científico e espiritual foi em vista da
integralidade do ser humano. Edith Stein foi uma mulher profundamente
apaixonada pelo vivente, e, integrada no seu contexto histórico social,
soube, com ousadia, dar respostas, com sua vida atuante, aos
questionamentos do seu tempo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Stein
tornou-se uma das primeiras mulheres a entrar numa Universidade, coisa
não permitida para as mulheres do seu período na Alemanha. Trabalhou com
afinco pelo direito do voto eleitoral para as mulheres; deixou de lado
seu estudo de doutorado e foi para o hospital de campo de batalha na
Primeira Guerra Mundial; e passou pela experiência agnóstica, tão comum
nos dias de hoje, dentre outros episódios que podemos destacar de sua
biografia. De maneira que, com toda propriedade, podemos dizer que Edith
Stein é uma mulher do nosso tempo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao
distanciarmos setenta anos de sua “vitória sobre a morte”, podemos
olhar para nós carmelitas, seus coirmãos, e nos perguntarmos que tipo de
resposta estou eu dando aos inúmeros questionamentos do homem de hoje?<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;"> </span></b>Contemplando
o modelo de santidade proposto pela Igreja na pessoa de Edith Stein,
também nós temos o amor e ardor pela verdade? Também nós vivemos com
intensidade nosso carisma, nossa vocação de sermos missionários da
profunda amizade e intimidade com Deus, como tantos outros que nos
precederam e doaram sua existência para arrebatarem a palma da vitória?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mais
do que nunca a humanidade espera ansiosamente a manifestação dos filhos
de Deus, de carmelitas que uma vez tocados pelo Inefável, sejam
atuantes no seu raio de ação e onde a Igreja precisar. Em meio às
celebrações dos 500 anos do nascimento de Nossa Santa Madre, comemorar
os 70 anos do martírio de Edith Stein é também a ela estender a
afirmação: “morreu filha da Igreja”. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmIAMKtHhQs3aejFgDgdsXRCFPjKBFHXEd3-I-3x5pnRnwYzyMISDhmZM71LejVd0iYMQy6Hk8yBEJLAlvVOlIdiDyefcBJkRHFeUTCeKbJBmL-LZVFFasdyL0lJtHuOtxYCBaZQ/s1600/item.jpg" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
certo que o novo nos traz receio, mas o que seria da Igreja sem a
parresia paulina? A Igreja hoje nos convoca a uma Nova Evangelização. E
nós carmelitas, que resposta daremos? Do ardor em comunicar a “posse” do
Amado. Do ardor que contagia a tantos outros pela subida do Monte.
Seremos, a exemplo de Edith Stein, “pietas” das dores dos homens e
mulheres de hoje, que clamam do alto de suas angústias, fome, depressão,
guerra, solidão etc. O Cristo desfigurado está diante de nós... Que ao
celebramos a festa da vida também tenhamos nós conseguido arrebatar
nossa palma. E com infinita alegria possamos ouvir: “Vinde, Vinde!
Benditos de meu Pai, pois estava... “</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Santa
Teresa Benedita da Cruz, intercedei por nós para que, com coragem e
destemor, possamos ousar em sair de nossas pseudo estabilidades e
seguranças. Dai-nos olhos para ver o novo e atingi-lo como meta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dai-nos
o ardor pela humanidade. Fazei que nós, com nossa vida, contribuamos
para a salvação do gênero humano. Por fim, intercedei por nós, para que
possamos ser de fato carmelitas! Amém. </span></div>
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">________________________</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></span></div>
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">*<b>Moisés Rocha Farias</b> <span style="color: #222222;">(Moisés da Cruz, OCDS) <a href="mailto:moisesdacruz@hotmail.com" target="_blank"><span style="color: #1155cc;">moisesdacruz@hotmail.com</span></a> Bacharel em<span style="background: white;"> </span>Filosofia. Membro do Grupo de Pesquisa: Um olhar interdisciplinar sobre a subjetividade<span style="background: white;"> </span>humana, ligado ao CNPQ. Membro fundador do Grupo de Trabalho Edith Stein<span style="background: white;"> </span><a href="http://gtedithstein.blogspot.com.br/"><span style="color: blue;">http://gtedithstein.blogspot.com.br/</span></a>.
Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior. Mestrando em
Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Conselheiro da
Comunidade<span style="background: white;"> </span>São José de Santa Teresa, da OCDS de Fortaleza-CE. </span></span></span></div>
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">
</span>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-36627895903233914562012-08-13T22:29:00.001-04:002012-08-13T22:29:35.417-04:00Santa Edith Stein - 70 Anos Depois<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdj_kZXVKwj85M3kOdgui9EWH2Eb6Zh1DnTAoPFuWajqqN3vum6N9alPKrQBbYfqIiTEAfXSOkV-TdFDEHXTlIlMHwMwTPIQGrZXPZIisW2QVVI1w6Koe26SdhwrB2s6diRplg2w/s1600/EDITH%252520STEIN%252520SCHILDERIJ%2525203%252520jpeg.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdj_kZXVKwj85M3kOdgui9EWH2Eb6Zh1DnTAoPFuWajqqN3vum6N9alPKrQBbYfqIiTEAfXSOkV-TdFDEHXTlIlMHwMwTPIQGrZXPZIisW2QVVI1w6Koe26SdhwrB2s6diRplg2w/s1600/EDITH%252520STEIN%252520SCHILDERIJ%2525203%252520jpeg.jpg" /></a><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao
celebramos os 70 anos do martírio de Edith Stein nos vem ao coração
vários pontos a serem partilhados, que, por certo, nos colocam numa
situação um tanto delicada. Antes de tudo, o que a impulsionava era sua
sede de Verdade, e nesta busca da Verdade ela encontrou um meio que é o
ser humano. Todo seu labor científico e espiritual foi em vista da
integralidade do ser humano. Edith Stein foi uma mulher profundamente
apaixonada pelo vivente, e, integrada no seu contexto histórico social,
soube, com ousadia, dar respostas, com sua vida atuante, aos
questionamentos do seu tempo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg54LfREi-4Bl2983IyXzhMsGMxMsFnFyHLxbISMwvY1NBo0nGpwX_FrRtaouZmOzNjfUpVOZXie86-vSLT4LIHFGUhamr58XDM5ghgtYcv2D0qZp6UgE6sKsIAPs5C244HqNeOwA/s1600/edith_stein2_release.jpg" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Stein
tornou-se uma das primeiras mulheres a entrar numa Universidade, coisa
não permitida para as mulheres do seu período na Alemanha. Trabalhou com
afinco pelo direito do voto eleitoral para as mulheres; deixou de lado
seu estudo de doutorado e foi para o hospital de campo de batalha na
Primeira Guerra Mundial; e passou pela experiência agnóstica, tão comum
nos dias de hoje, dentre outros episódios que podemos destacar de sua
biografia. De maneira que, com toda propriedade, podemos dizer que Edith
Stein é uma mulher do nosso tempo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao
distanciarmos setenta anos de sua “vitória sobre a morte”, podemos
olhar para nós carmelitas, seus coirmãos, e nos perguntarmos que tipo de
resposta estou eu dando aos inúmeros questionamentos do homem de hoje?<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;"> </span></b>Contemplando
o modelo de santidade proposto pela Igreja na pessoa de Edith Stein,
também nós temos o amor e ardor pela verdade? Também nós vivemos com
intensidade nosso carisma, nossa vocação de sermos missionários da
profunda amizade e intimidade com Deus, como tantos outros que nos
precederam e doaram sua existência para arrebatarem a palma da vitória?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mais
do que nunca a humanidade espera ansiosamente a manifestação dos filhos
de Deus, de carmelitas que uma vez tocados pelo Inefável, sejam
atuantes no seu raio de ação e onde a Igreja precisar. Em meio às
celebrações dos 500 anos do nascimento de Nossa Santa Madre, comemorar
os 70 anos do martírio de Edith Stein é também a ela estender a
afirmação: “morreu filha da Igreja”. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmIAMKtHhQs3aejFgDgdsXRCFPjKBFHXEd3-I-3x5pnRnwYzyMISDhmZM71LejVd0iYMQy6Hk8yBEJLAlvVOlIdiDyefcBJkRHFeUTCeKbJBmL-LZVFFasdyL0lJtHuOtxYCBaZQ/s1600/item.jpg" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
certo que o novo nos traz receio, mas o que seria da Igreja sem a
parresia paulina? A Igreja hoje nos convoca a uma Nova Evangelização. E
nós carmelitas, que resposta daremos? Do ardor em comunicar a “posse” do
Amado. Do ardor que contagia a tantos outros pela subida do Monte.
Seremos, a exemplo de Edith Stein, “pietas” das dores dos homens e
mulheres de hoje, que clamam do alto de suas angústias, fome, depressão,
guerra, solidão etc. O Cristo desfigurado está diante de nós... Que ao
celebramos a festa da vida também tenhamos nós conseguido arrebatar
nossa palma. E com infinita alegria possamos ouvir: “Vinde, Vinde!
Benditos de meu Pai, pois estava... “</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Santa
Teresa Benedita da Cruz, intercedei por nós para que, com coragem e
destemor, possamos ousar em sair de nossas pseudo estabilidades e
seguranças. Dai-nos olhos para ver o novo e atingi-lo como meta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dai-nos
o ardor pela humanidade. Fazei que nós, com nossa vida, contribuamos
para a salvação do gênero humano. Por fim, intercedei por nós, para que
possamos ser de fato carmelitas! Amém. </span></div>
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">________________________</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></span></div>
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">*<b>Moisés Rocha Farias</b> <span style="color: #222222;">(Moisés da Cruz, OCDS) <a href="mailto:moisesdacruz@hotmail.com" target="_blank"><span style="color: #1155cc;">moisesdacruz@hotmail.com</span></a> Bacharel em<span style="background: white;"> </span>Filosofia. Membro do Grupo de Pesquisa: Um olhar interdisciplinar sobre a subjetividade<span style="background: white;"> </span>humana, ligado ao CNPQ. Membro fundador do Grupo de Trabalho Edith Stein<span style="background: white;"> </span><a href="http://gtedithstein.blogspot.com.br/"><span style="color: blue;">http://gtedithstein.blogspot.com.br/</span></a>.
Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior. Mestrando em
Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Conselheiro da
Comunidade<span style="background: white;"> </span>São José de Santa Teresa, da OCDS de Fortaleza-CE. </span></span></div>
</span>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-70579141884540586072012-03-17T09:59:00.000-04:002012-03-17T09:59:21.881-04:00Espiritualidade Carmelitana - Quem foi João D'avila ? - 17 de Março de 2012<h1 class="title" id="page-title"><span></span> </h1><div class="region region-content"><div class="block block-system" id="block-system-main"><div class="content"><div class="node node-blog node-promoted node-full clearfix" id="node-178"><div class="meta submitted"> <span> <span rel="sioc:has_creator"></span></span> </div><div class="content clearfix"><div class="field field-name-field-image-blog field-type-image field-label-hidden"><div class="field-items"><div class="field-item even"> <div style="text-align: center;"><a href="http://www.meditationsfromcarmel.com/sites/default/files/blog_images/Saint_John_of_%25C3%2581vila.png"><img alt="fonte wikipedia" src="http://www.meditationsfromcarmel.com/sites/default/files/styles/blog_image/public/blog_images/Saint_John_of_%25C3%2581vila.png" /></a></div></div></div></div><div class="field field-name-body field-type-text-with-summary field-label-hidden"><div class="field-items"><div class="field-item even"><br />
<br />
<span><strong><em>Autor : Mary Kay Daniels, OCDS</em></strong></span> <br />
<br />
<span> <span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No epílogo </span><u style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">da vida santa,</u><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> a Madre Teresa escreveu: "Peço a vossa Reverendíssima (Garcia Toledo, OP) para corrigi-lo (o livro) e, após transcrito, levá-lo ao Padre Mestre de Avila, .... urgentemente . Desejo que ele dê sua opinião sobre sobre este livro, que desde o início foi minha intenção: registrar uns escritos. Se lhe parecer que estou no bom caminho, serei muito consolada; então nada mais seria melhor para mim do que fazer do que o que está ao meu alcance. "</span></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> (Parágrafo 2)</span> <br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> Foi importante para Teresa receber de João de Ávila aprovação de seu trabalho uma vez que, na época, ela considerou que ele fosse a pessoa mais qualificada na Espanha para julgar questões espirituais.</span> <span> Em um dado momento do ano de 1568, Teresa fez, com dificuldade, que os manuscritos d "Livro da Vida<u></u> fossem entregues nas mãos do Padre Mestre de Ávila.</span> <span> Depois de estudá-lo, o mesmo voltou para Santa Madre com uma carta de aprovação e louvor, datado 12 de setembro de 1568.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> São João da Cruz respondeu à Santa Madre o seguinte:</span> </div><blockquote style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> <span> Que a graça ea paz de Jesus Cristo, nosso Senhor esteja sempre contigo.</span> <span> Concordei em ler a sua obra, que foi me foi enviada, não tanto porque me considerava auto-competente para julgar tais assuntos, mas porque pensei que, pela graça de Deus, seus ensinos poderiam me beneficiar.</span> <span> Embora, não tive tempo livre para estudá-lo tanto quanto merece, graças a Deus, tive grande consolação, e será minha culpa se ele não aproveitar a minha alma ...</span> <br />
<br />
<span> Não é um bom livro para todos lerem, a linguagem precisa ser corrigida em alguns lugares e ser mais clara em outros.</span> <span> Há coisas em que ele, embora útil á sua própria vida espiritual, não serviria na prática para todo mundo, porém útil para alguns mestres designados por Deus para guiar as almas ao longo de caminhos extraordinários, não são destinados para os outros.</span> <span> Tenho observado a maioria dessas passagens, e as colocarei em ordem, o mais rápido possível, enviando-as de para vós, sem falta.</span> <span> Se soubesses o estado enfermo da minha saúde, e como eu estou constantemente empregado em tantas funções essenciais, tenho certeza, que ficará inclinada a ter piedade mim, porque me acusam de negligência.</span> <br />
<br />
<span> No geral, o seu ensinamento sobre oração está correto, podendo confiar, com segurança nessas orações e praticá-las; os arroubos também provam ser verdadeiros.</span> <span> O que dizes sobre a revelação de Deus à alma, sem o uso da imaginação, quer seja por meio interior ou meios externos, é seguro, e não encontro nenhuma falta alguma nele ... Devemos pedir a Deus para não nos deixe guiarmos pelas nossas visões, mas não adiar a revelação Dele mesmo e Seus santos, até chegarmos ao céu, e devemos pedir-Lhe que nos guie, enquanto estamos na terra, pelo caminho comum, pelo qual Ele leva seus amigos fiéis ...</span> <br />
<br />
<span> ... Está escrito que, Deus é amor ‖ - e se Ele é amor, precisa ser infinito amor e infinita bondade, e não é de se admirar que esse amor e bondade deve conceder às vezes, em certas almas, uma afeição que confunde aqueles que não têm entendimento.</span> <span> Embora muitos sabem disso pela fé, contudo, a menos que tenham experimentado por si próprios, eles não podem compreender este afeto, e ternura extrema, meio pelo qual Deus elege para tratar algumas de suas criaturas ...</span> <br />
<br />
<span> ... Apesar de ter certeza de que os favores vem de Deus, não deixe que sua mente habite neles com complacência, pois a santidade não consiste em tais coisas, mas de um amor humilde de Deus e ao próximo.</span> <span>Pensa em todas as outras formas de práticas de humildade, e virtudes, por amor de Nosso Senhor ...</span> <br />
<br />
<span> ... As coisas de tratas em seu livro acontecem a muitas almas nestes tempos, e não há dúvida de que elas procedem de Deus, cujo braço não é encurtado de modo que Ele não pode fazer agora o que Ele fez em épocas passadas: Ele escolhe nos vasos mais fracos o melhor para manifestar a Sua glória.</span> <span>Podereis seguir neste caminho/ Contudo, devereis estar atenta aos êxtases e orar pedindo orientação.</span> <span> Graças a Deus, que lhe condeceu um amor por Ele, o conhecimento de si mesma, é uma atração para penitência e para a cruz ......</span></blockquote><br />
<blockquote style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span>Eu não posso crer que eu escrevi isso por vontade própria, pois não a tenho, mas é o resultado de suas orações.</span> <span> Peço-lhe por amor de Jesus Cristo, nosso Salvador, que ore por mim a Ele: Ele sabe que do preciso urgentemente, e tenho certeza de que isso seja suficiente para fazer vos fazer aceitar o meu pedido.</span> <span> Peço-lhe agora deixe-me concluir, porque eu sou obrigado a escrever outra carta.</span> <span> Que Jesus seja glorificado por todos e em todos!</span> </blockquote><br />
<br />
<blockquote style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span> O vosso servo por amor a Cristo, Juan de Ávila. ‖ (Trechos da carta de São João Ávila de Santa Madre Teresa datada de 12 de setembro de 1568. Ela recebeu 31 de outubro de 1568.)</span> </blockquote><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> Então, quem era esse servo do Senhor a quem a Santa Mãe gostava tanto do, que a opinião não confessor outra é sobre <u>a vida</u> importava tanto quanto o seu?</span> <span> Foi São João de Ávila carmelita?</span> <span> O que podemos aprender com ele hoje?</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> São João de Ávila (1499-1569) foi declarado o padroeiro dos padres diocesanos da Espanha em 2 de julho de 1946, e foi canonizado pelo Papa Paulo VI em 31 de maio de 1970.</span> <span> </span></div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span>Ele nasceu o único filho de seus pais, na província de Toledo na Festa da Epifania, em 1499 em Almodovar del Campo, Espanha.</span> <span>Estudou Direito na Universidade de Salamanca (1513-1517), voltou para a casa dos pais onde viveu em reclusão durante alguns anos, depois estudou na Universidade de Alcala, conhecida por estudos humanísticos, também na Espanha (1520-1526).</span> <span>Foi ordenado sacerdote em 1526, tempo em que não havia seminários .</span> <span> Após sua ordenação, foi para Sevilha para se preparar para uma viagem ao novo mundo, com fins missionários.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span>São João da Cruz evangelhisou e pregou em Sevilha, e impressionou o sacerdote, com quem viveu e trabalhou, o Padre Fernando Contreras, que incentivou o Arcebispo de Sevilha a enviar João da Cruz para as Missões no sul da Espanha, desde o fim do domínio muçulmano, havendo uma necessidade substancial de evangelização.</span> <span> João da Cruz tornou-se popularmente conhecido como o "Apóstolo da Andaluzia."</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> Em 1531, a Inquisição mandou João de Ávila para a prisão por sua ortodoxia.</span> <span> Dois anos depois, em 1533, o inquisidor absolveu João de todas as acusações e permitiu-lhe retomar o seu ministério sacerdotal.</span> <span> Enquanto permanceu encarcerado, João da Cruz iniciou sua obra principal, "Audi, filia", um guia para a vida espiritual, escrito por um jovem que estava vivendo uma vida consagrada sob sua direção.</span> <span> Nessa época mergulhou profundamente no estudo das cartas de São Paulo.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
C<span>onforme coonstatou o Abade R.R. Gasquet, OSB, que escreveu o prefácio de Cartas do Bem-aventurado João de Ávila, (Stanbrook Abbey, Worcester, Burns & Oates LTD: 1924) João da Cruz foi reconhecido em toda parte como um servo especial de Deus, um verdadeiro diretor de almas desejando trilhar nos caminhos mais altos de perfeição.</span> <span> Ele também pregou com poder excepcional.</span> <span> São Francisco de Sales em seu Tratado do Amor de Deus se referiu a ele como "o pregador culto e santo da Andaluzia" St. Francisco de Borgia o define como o "Grande Mestre".</span> <span> Santa Madre Teresa se referia a ele como "Padre Mestre Avila" São João de Ávila tinha era 16 anos mais velho que a Santa Madre Teresa.</span> <span> Ele não era somente um carmelita. João da Cruz foi considerado como uma pessoa que profundamente embrenhada na oração e cujo trabalho foi excelente, especialmente durante os anos de meados do seu ministério, quando ele estabeleceu escolas em todos os níveis, incluindo escolas de doutrina para adultos e crianças, e colégios que eram o equivalente das nossas universidades e escolas secundárias.</span> <span> </span></div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span>O maior interesse de João da Cruz era foco para o ministério sacerdotal.</span> <span> Ele mesmo foi diretor espiritual de muitos sacerdotes, escrevendo-lhes sobre a sua vida e o ministério sacerdotal, realizando conferências sobre a sua vocação.</span> <span> João da Cruz estava convencido de que a reforma do clero em todos os níveis era a chave para a reforma da igreja.</span> <span> Ele escreveu dois importantes documentos para seus colegas da hierarquia de que estavam participando do Concílio de Trento, o "Memorial" ou "Memorando" (1551) intitulado "Reforma do Estado Eclesiástico," e "Causas Remédios das Heresias "(1561).</span> <span> Escreveu também um terceiro documento, em 1563, um tratado "sobre o sacerdócio, ‖ para conferências sacerdotais. Estas obras forneceram uma visão geral de sua teologia do sacerdócio e da sua visão para a sua reforma.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> João da Cruz definiu o sacerdócio em termos de sua relação com a Eucaristia.</span> <span>Uma vez que o padre "oferece pão a Deus", como aquele que celebra Santa Missa, o sacerdote deve participar da santidade do Senhor.</span> <span> João da Cruz acredita que o sacerdócio é um dom de Deus à Igreja e que ninguém se atreve a assumir o cargo em si mesmo, mas deve recebê-lo como um chamado de Deus, verificado pela Igreja através do bispo.</span> <span> João de Ávila quis remediar duas causas principais que poderiam estar corrompendo o sacerdócio na época: a aceitação de candidatos inadequados para o ministério sacerdotal e má formação.</span> <span> Ele enfatizou a importância da formação diligente e educação em um ambiente de oração, a virtude ea comunidade fraterna.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> Em muitas de suas idéias apresentadas João da Cruz, em seus memorandos ao Concílio de Trento, e seus outros escritos sobre o sacerdócio, são vividas na Igreja de hoje, tais como a existência de seminários, a sua insistência de que a santidade de vida é inerentemente necessário para o estado de santa do sacerdócio e, especialmente, João de Ávila dá uma orientação para cada pessoa interessada em reformar a Igreja, vindo a reforma em primeiro lugar, e a sua própria vida para viver em conformidade com Cristo.</span> <span> Em seu guia para a vida espiritual, "Audi, filia", ele advertiu que a ânsia de reformar a Igreja não é garantia de um chamado divino para realizá-lo, mas que cada pessoa é chamada por Deus para a reforma de sua própria vida.</span> <span> Sua reforma do sacerdócio foi precedida pela reforma da Santa Madre da Ordem Carmelita.</span> </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
<span> João tornou-se mal começo em 1551, e foi gradualmente forçada a renunciar ao seu trabalho missionário.</span> <span> Como sua saúde continuou a deteriorar-se, passou os últimos anos de sua vida em semi-aposentadoria em Montilla, continuando a ministra e escrever muitas cartas para as pessoas de várias profissões, vocações e situações pastorais.</span> <span> São João de Ávila morreu em 10 de maio de 1569.</span> </div></div><div class="field-item even"><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> <a class="l" href="http://www.meditationsfromcarmel.com/"><em>fonte : Meditations from Carmel</em> | Lift your soul in prayer</a></div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </div></div></div></div></div></div></div></div></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-44713041577856132122011-03-21T07:37:00.002-04:002011-03-22T12:29:58.723-04:00Vida em Cristo Crucificado do Beato Angelo Paolo O.Carm<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #990000;"><span style="font-size: large;">"O</span><strong> </strong>mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor é o mistério central da nossa fé e o eixo em volta do qual gira toda a história da salvação. A cruz é, ao mesmo tempo, pergunta e resposta, escuridão e luz, símbolo de morte e tortura, símbolo de vida para o crente. O mistério da cruz prolonga-se na nossa vida de uma forma particularmente intensa no mistério dos crucificados: as vítimas do pecado em todas suas formas, as vítimas do mal, da violência e da injustiça."</span></div><span style="color: #990000;"><strong></strong></span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRzU8avN_tHnH1Phs1UyKBx4WH0GH_v9PGWyWuqUv_stkz4xpwcqMHeK4G6LEj_-caAop0kWVJosWfET2R3wJOb3Nlbfpm21iU7UuB7yEyYAyodPNdSGGDfd3dUIZfknxNs34D/s1600/paoli-05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRzU8avN_tHnH1Phs1UyKBx4WH0GH_v9PGWyWuqUv_stkz4xpwcqMHeK4G6LEj_-caAop0kWVJosWfET2R3wJOb3Nlbfpm21iU7UuB7yEyYAyodPNdSGGDfd3dUIZfknxNs34D/s200/paoli-05.jpg" width="144" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">"O Carmelo teve ao longo dos séculos uma profunda e íntima devoção pela cruz. Basta recordar, entre muitos outros: S. João da Cruz, que evoca a morte do Pastorinho-amante, Cristo, “numa árvore onde abriu os seus belos braços” (P 10); Santa Teresa de Jesus que, chamando atrevidamente a cruz de “bem-vinda” (P 7), nos convidava a fixar os olhos no crucificado para que tudo “nos pareça pouco” (7M 4,8); João de S. Sansão e Santa Maria Madalena de’ Pazzi que descobriram que a cruz é a melhor atalaia para contemplar o céu; Francisco da Cruz, carmelita castelhano dos s. XVI-XVII que foi em peregrinação a Jerusalém, carregado com uma pesada cruz pesada de madeira; Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, que se consome no desejo de ir para terras de missão para aí plantar a “cruz gloriosa” (Ms B, IX, 3rº); Edith Stein, que mergulha na profundidade insondável da Ciência da cruz; ou o Beato Tito Brandsma, pregando sobre uma gaveta sebenta, na Sexta-feira Santa de 1942 no campo de concentração de Amersfoort, tendo escrito, pouco antes, na prisão de Scheveningen, o seu célebre poema Perante um quadro de Jesus na minha cela, onde confessa: “a Cruz é a minha alegria, não a minha dor”. A esta lista seria necessário acrescentar, sem dúvida alguma, a figura do frade pobre Ângelo Paoli, também ele apaixonado pela cruz de Cristo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Beato Ângelo Paoli viveu esta devoção profundamente e difundiu‑a pastoralmente ao longo de toda a sua vida. Já entre os pastores das montanhas próximas da sua aldeia, quando, ainda jovem frade, por lá esteve convalescente ao longo de vários meses, difundira aquela devoção, convidando-os a erigir cruzes no alto das montanhas e pregando‑lhes com grande afeto. Mais tarde, pároco de Corniola, também propagou esta devoção, e, já em Roma, é muito célebre o facto de ter erguido várias cruzes em lugares emblemáticos da cidade, tais como o Monte Testaccio ou o Coliseu. Aproveitando a proximidade do nosso convento de S. Martinho aos Montes, o P. Ângelo visitava a Igreja da Santa Cruz de Jerusalém e, de regresso da mesma, detinha-se a cuidar dos doentes do hospital de S. João de Latrão, levando-lhes comida, socorrendo-os nas suas necessidades mais básicas e animando-os continuamente, chegando mesmo a distraí-los com teatros improvisados ou músicas. O P. Ângelo morreu, beijando devotamente crucifixo. A iconografia insistiu frequentemente neste ponto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Carmelo dos nossos dias encontra no testemunho do novo Beato uma esplêndida fonte de inspiração, e, mais ainda, um apelo provocador. A nossa vocação contemplativa faz-nos penetrar na espessura das noites escuras mais dolorosas e sangrentas da nossa regeneração, onde vislumbramos a presença misteriosa do Senhor da vida. Não só isto, mas o novo Beato também soube “descobrir” ao longo da sua vida novas formas de pobreza: pobrezas escondidas ou pobrezas ignoradas, perante as quais a sociedade do seu tempo mostrava pouca ou nenhuma sensibilidade. O P. Ângelo teve a sensibilidade suficiente para perceber o sofrimento das jovens que, por falta de dinheiro, vinham a desembocar numa vida celibatária praticamente sinónima de miséria; o sofrimento dos que abandonavam os hospitais, uns, convalescentes, outros, fisicamente recuperados, mas que, de qualquer forma, acabavam por cair na mendicidade; o sofrimento das famílias arruinadas em consequência das inundações do rio Tibre; o sofrimento dos que se curavam das suas doenças, mas que sofriam a solidão, a tristeza e o abandono. Da sua atenção a todos estes grupos constam exemplos maravilhosos na biografia do nosso Carmelita. O seu testemunho leva-nos pois a abrir os olhos do coração, a escutar os frémitos do nosso tempo e a responder generosa e solidariamente às novas formas de pobreza e de marginalização criadas pela nossa sociedade.</div><br />
<br />
O P. Ângelo também viveu intensamente a sua vocação carmelita. De facto, foi uma vocação bem meditada e discernida, uma vez que entrou no convento só depois de previamente ter recebido a tonsura e de ter pensado noutras formas possíveis de vida religiosa. Segundo os seus biógrafos, poderia ter sido a devoção mariana a incliná-lo para o Carmelo, a Ordem de Maria.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Tal como corresponde à piedade carmelita daquele tempo, o P. Ângelo viveu com zelo a vida conventual e os sinais que serviam para expressar o amor à Ordem e à sua espiritualidade e tradições. Amante do seu hábito (sinal, para ele, de pobreza e não de distinção), cumpridor fiel da observância religiosa, apesar das suas múltiplas ocupações, obediente aos superiores, fraterno e próximo dos irmãos da comunidade… o P. Ângelo foi um carmelita exemplar, um homem que viu na sua vocação Carmelita, não um impedimento ou um fardo, mas antes um incentivo e uma fonte de inspiração para o seu trabalho social com os pobres.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É realmente comovedora a cena das últimas horas do P. Ângelo. Ele, agonizando, rodeado pelos irmãos da sua comunidade, perfeitamente consciente e assumindo a sua morte com um verdadeiro espírito de fé e de piedade… Lá fora, na pequena praça em frente do convento, comparecem os pobres, os mendigos, os andrajosos, os necessitados, os doentes… para dar o último adeus àquele que tinha sido para eles um verdadeiro pai nesta terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o Beato Ângelo Paoli continue a acompanhar-nos na nossa tarefa em prol dos mais necessitados. Que nós saibamos aprender dele e da sua atitude para com os mais pobres. Que a Nossa Mãe do Carmelo, Estrela do Mar, nos ilumine e guie na hora de levar adiante tão admirável repto.</div><br />
<br />
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<br />
Fernando Millán Romeral, O.Carm.<br />
Prior Geral<br />
19 de Março de 2010 - Solenidade de São José <br />
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<div style="text-align: justify;"></div> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaM2TNIvy20BC1urdcGAV_FsODMfTEvdLfC_ZfDHfVUF4L-bdVIxtEuS8gA_mFySISZ5lUZIOnDmjluc48_0Azsdj3ZiUN5P_8vG5nmY-HJINjt4GNxDMp5vfrFjI6ZNrSmo36/s1600/pieta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaM2TNIvy20BC1urdcGAV_FsODMfTEvdLfC_ZfDHfVUF4L-bdVIxtEuS8gA_mFySISZ5lUZIOnDmjluc48_0Azsdj3ZiUN5P_8vG5nmY-HJINjt4GNxDMp5vfrFjI6ZNrSmo36/s200/pieta.jpg" width="190" /></a></div><div style="margin: 0px 6px 3px; text-align: justify;"></div><div style="margin: 0px 6px 3px; text-align: center;"><span style="color: #4c1130; font-family: Verdana;"><span style="font-size: x-small;"><span style="color: black;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;">Responsorio:</span></span></span></span><br />
<span style="color: #4c1130; font-family: Verdana;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-weight: bold;"><span style="color: black;">O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte:</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">(<span style="font-weight: bold;"></span>Oh vós todos que passais pela via, vinde e vede:)</span><br />
<span style="font-weight: bold;"><span style="color: black;">* Si est dolor similis sicut dolor meus.</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">(* Se há dor parecida com a minha dor. )</span><br />
<span style="font-weight: bold;"><span style="color: black;">V. Attendite, universi populi, et videte dolorem meum.</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">(V. Vinde, todas as pessoas, e vede a minha dor.)</span><br />
<span style="font-weight: bold;"><span style="color: black;">* Si est dolor similis sicut dolor meus.</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">(* Se há dor parecida com a minha dor. )</span><span style="color: black;"> </span></span></span></div><div style="margin: 0px 6px 3px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin: 0px 6px; text-align: center;"><h3 class="post-title entry-title" style="text-align: justify;"><span style="color: #006699;"></span></h3> </div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-21487369456443558852010-01-24T16:51:00.005-03:002010-01-24T17:21:11.115-03:00Espiritualidade Carmelitana - Introdução<div align="center"> <strong><span style="color:#993300;">Espiritualidade Carmelitana </span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#993300;"></span></strong></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"><strong><span style="color:#993300;"></span></strong></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430401776431972594" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 528px; CURSOR: hand; HEIGHT: 72px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg53KdzaXDJKCknCmUEO_wcLw2W8aeWYMF7FsyUTbPVUfNm2VIWgOEvsKp5bRWacbhrPXUPHuTifvrm-uJNxMYaclPrCZ35oDWofbsZM3ZPLGV9krYh8zmBZYFoPM3VAoD-lWTV/s320/banner+3.JPG" border="0" /><br /><div align="center"></div><div align="justify">O primeiro estilo de vida carmelita, nos anos em que surgiu e permaneceu na Terra Santa (Israel) foi eremita. Mas com a migração para a Europa teve de se adaptar às novas exigências. De eremítico-contemplativa a Ordem torna-se Mendicante com especial acento contemplativo. A espiritualidade da nova geração de carmelitas na Europa se encaminha a um equilíbrio entre contemplação e ação. Assim, o antigo eixo “contemplação-ação” vem a ser um fio condutor no desenvolvimento da espiritualidade carmelitana, e, ao mesmo tempo, oferece a possibilidade para captar a fisionomia própria. O ideal da vida carmelitana, especialmente o seu aspecto contemplativo, começa configurar-se em duas pessoas que, desde o início inspiraram a vida e a devoção dos carmelitas: o Profeta Elias, célebre em toda a literatura patrística-monástica como o protótipo e modelo dos solitários e contemplativos, e a Virgem Maria, venerada pelos carmelitas junto a fonte de Elias, como a “Domina loci” (Senhora do lugar), a padroeira. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">A espiritualidade do Carmelo é a espiritualidade da união com Deus ou a intimidade divina. A união com Deus é a maneira de ser e de atuar do Carmelo, tanto em seu interior como no apostolado externo. É a idéia central de seu programa de vida, que está organizado em função desse fim. Este é o carisma que herdamos desde o princípio da Ordem e que nossos santos místicos, Teresa e João da Cruz, souberam expressar tão bem. Contudo eles não fizeram mais que recolher e acentuar o que, desde as origens elianas, vinha constituindo como a síntese carmelitana. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Os elementos básicos do nosso ser Carmelita os encontramos na nossa Regra de vida. Na sua introdução está aquilo que é o básico de todas as Ordens e Congregações: “viver no obséquio de Cristo e a Ele servir com coração puro e em boa consciência”. Ser, pois, carmelita, é aspirar à intimidade com Deus, meta sublime que se alcança mediante uma ascensão progressiva. É a “subida do Monte Carmelo”, tão belissimamente descrita por São João da Cruz, onde no cimo se realiza o encontro transformante com Deus.</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O teor da vida carmelitana é centrado na busca da solicitude coletiva e individual para obter a união com Deus na oração: “Permaneça cada um na sua cela ou nas vizinhanças da mesma, meditando dia e noite a Lei do Senhor e vigiando na oração, a menos que esteja ocupado em outra justa ocupação”.<br /></div><br /><br /><div align="center"><br /><span style="color:#993300;"><strong>Para se chegar a esta união, o Carmelo nos oferece os meios.</strong></span></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O primeiro meio para esta união com Deus é a ascese. Ascese é uma palavra que significa purificação, libertação de tudo o que atrapalha na vivência desta intimidade, deste encontro com o Amado, de maneira que a pessoa possa chegar a Deus com um coração puro. Este trabalho purificador vai dispondo pouco a pouco a pessoa para uma progressiva ascensão, despojando-a do peso que impede de voar livremente. A pessoa vai se libertando das coisas materiais e terrenas, para que se adquira agilidade no caminhar (pobreza); libertação do peso do corpo, de maneira que fique livre das ataduras da sensualidade (castidade); libertação do egoísmo, de maneira que a pessoa se abra à orientação de outros mais experientes (obediência).</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O silêncio e a solidão vieram ser uma das notas características do Carmelo. É algo integrante da sua vida. A Regra do Carmelo nos ensina: “No silêncio e na esperança está vossa fortaleza”. Silêncio e solidão são duas armas iluminadoras do Carmelita. São os acumuladores onde a alma se eleva e se enriquece para cumprir sua dupla missão de ativo e contemplativo. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O fim do Carmelo é a intimidade divina na contemplação; e para isto toma como meio mais eficaz a oração, que vivifica os atos do carmelita. É sua principal ocupação. Com razão pode dizer o Papa Leão XIII: “Sem a oração nada é o Carmelo”. Um elemento fundamental do ser carmelita é o da fraternidade, mas uma fraternidade orante. Nossa atitude contemplativa faz descobrir Deus presente nas nossas experiências quotidianas, leva-nos a encontrá-lo especialmente nos nossos irmãos. Assim se expressam as atuais Constituições: “Como fraternidade contemplativa, buscamos o rosto de Deus e servimos a Igreja no coração do mundo ou, eventualmente, na solidão eremítica”.</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="color:#993300;"><strong>O CARISMA CARMELITA </strong></span></div><div align="center"><span style="color:#993300;"><strong></strong></span> </div><div align="center"><span style="color:#993300;"><strong>Volta a Fonte </strong></span></div><div align="center"><br /></div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430402934139264002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 182px; CURSOR: hand; HEIGHT: 247px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjitRxQJO5s387ZUW0Vs-KRLM39VOsRjWz2_5esmBRk2Pwqy91bRtF4Mj_l9_brNIiga7tq7eD4sE9ockLRUssbc7Rkk3NcgpLEFu_3cmD3NISam932skW6ikQdxKHmKO4isVvT/s320/anjo+acordando+o+profeta+Elias.jpg" border="0" /><br /><div align="justify">Um carisma é um dom de Deus para a Igreja e para o mundo. Uma vez que ninguém pode esgotar as riquezas de Cristo, que é a imagem perfeita de Deus (2 Cor. 4, 4), cada carisma existente na Igreja exprime um aspecto da missão de Cristo na proclamação da Boa Nova e, através da Sua morte e ressurreição, a missão de reconciliar a humanidade inteira com Deus. O carisma carmelita não é propriedade exclusiva da Família Carmelita; nós somos depositários e temos o sagrado dever de o transmitir às gerações frituras e de o partilhar com as pessoas com quem convivemos. Naturalmente, cada geração deixa a sua marca no carisma pela maneira como o entende e o vive. Que espécie de marca deixaremos nós?</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Nos anos sessenta, o Concílio Vaticano II exortou todas as Ordens Religiosas a reexaminar as suas origens e a compreender melhor o ímpeto inicial da sua fundação. Não se encontra, nos princípios da Ordem Carmelita, um fundador famoso, mas um grupo de homens que chegaram ao Monte Carmelo de várias partes da Europa e que procuraram viver em obséquio de Jesus Cristo na terra onde Ele próprio viveu e morreu. Mais tarde, este grupo, desejoso de uma estrutura formal e de um reconhecimento oficial por parte da Igreja, pediu a Alberto, Patriarca de Jerusalém, que lhe redigisse uma fórmula de vida adaptada a eles. Ele acolheu o pedido dos eremitas entre 1206 e 1214 e este documento foi aprovado como “Regra” pelo Papa Inocêncio IV, em 1247, com algumas pequenas modificações que permitiram aos eremitas carmelitas viver como frades no meio do povo.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Esta Regra é inspiração para muitas e variadas formas de vida carmelita no mundo de hoje. A Ordem do Carmo, como a maior parte dos grupos religiosos antigos, atravessou momentos escuros e momentos de luz na história da sua vida. Os Carmelitas Descalços formam outro grande ramo do mesmo tronco e, hoje, as duas Ordens mantêm excelentes relações e estão em diálogo contínuo.<br /></div><br /><div align="justify"><br />O Carmelo centra-se em Jesus Cristo, a quem nós seguimos e nos empenhamos em servir. Os grandes modelos da nossa forma de vida são a Virgem Maria e o profeta Elias. Com eles temos também a inspiração dos grandes santos do Carmelo: Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, Santa Maria Madalena de Pazzi, Santa Teresinha do Menino Jesus, o Beato Tito Brandsma e muitos outros. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">O valor central do carisma carmelita é a contemplação entendida como uma íntima relação com Deus em Jesus Cristo, que transborda numa vida de oração e fraternidade, na qual procuramos servir o nosso próximo conforme os nossos dons particulares e a nossa vocação. A contemplação não é somente algo para alguns cristãos; todos somos chamados a ser íntimos amigos de Deus e a nossa amizade com Deus produzirá efeitos notáveis na vida quotidiana. Não podemos amar a Deus, a quem não vemos, se não amamos o nosso próximo, que vemos (1 Jo. 4, 20). Por isso os Carmelitas exprimem o seu amor a Deus em qualquer tipo de serviço ao seu próximo e procuram seriamente viver em harmonia com os seus irmãos e irmãs. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">A Família Carmelita compreende religiosos e religiosas que se dedicam ao apostolado e vivem em comunidade, monjas de clausura que vivem a sua vocação em comunidade de vida, de oração e de sacrifício pelo bem do mundo, eremitas e muitos leigos que vivem em famílias ou sozi¬nhos. Tentamos viver os valores da oração, da fraternidade e do serviço, conforme a nossa vocação particular.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Quando iniciamos seriamente uma relação com Jesus Cristo, esta nos levará a um processo de transformação. Gradualmente, mudará o modo como percebemos a realidade e vivemos no mundo. As vezes, esta mudança pode ser dolorosa, porque nos vemos realmente como somos, não como pensamos que somos, mas este sofrimento transformar-se-á em alegria, quando, pouco a pouco, nos convertermos naquilo que Deus sabe que podemos ser.<br /></div><br /><div align="center"><br /><span style="color:#993300;"><strong>A Santíssima Virgem Maria e o profeta Elias</strong></span></div><br /><div align="justify"></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430402443945841266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 177px; CURSOR: hand; HEIGHT: 253px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPhswFO6Hrd82O-2P2PU1lrKOQSz4fGX3QVNASaCnuLVeggCHHpmek5KpGIOLpd1v2Em96rfU64Q0Xw_4Kck_RBPIZA3QXhYwTh2vdT3gylpNkZWNVHdWbAHBwWIWsXAFynpZL/s320/Mt+Carmel.jpg" border="0" /> <p align="justify"> Todos nós Carmelitas encontramos na Virgem Maria a nossa Mãe e Irmã, que nos acompanha ao longo de toda a vida e continuamente nos mostra, com o seu exemplo, como conservar tudo o que nos acontece, de modo que possamos discernir a presença e a ação de Deus na nossa vida (cfr. Lc. 2, 19). Ela teve e tem a mais íntima relação com Jesus e anima-nos a estar junto d’Ele e a fazer tudo o que Ele manda (Jo. 2, 5). Ela é o modelo da bem aventurança “felizes os puros de coração”, e ensina-nos a reconhecer as nossas motivações e a pô-las de acordo com os valores do Evangelho.<br /><br /><br /></p><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Também o profeta Elias, uma das grandes figuras do Antigo Testamento, é, na sua experiência de Deus e na sua atividade profética, uma inspiração para todos os Carmelitas; no monte Horeb encontrou a Deus no silêncio (1 Re. 19, 12), em Israel denunciou a injustiça e demonstrou o vazio da idolatria. Os Carmelitas procuram a presença de Deus neles mesmos e ajudam outros a descobrir esta mesma presença na própria vida e assim a fugir das redes dos numerosos ídolos modernos que escravizam o coração do homem.<br /><br /></div><br /><br /><br /><div align="center"><span style="color:#993300;"><strong>O futuro</strong></span></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O novo milênio orienta as nossas mentes para o futuro e para os desafios que enfrentaremos. Os Carmelitas continuarão a servir a Igreja e o mundo com vários tipos de apostolado. A fonte de toda a atividade deve ser o resultado de uma relação viva com Jesus Cristo, que se mos¬tra no desejo de servir o povo de Deus. Nossa Senhora do Carmo nos guie para a montanha santa, que é Cristo Senhor, porque só nEle encontraremos a nossa verdadeira felicidade. Desejo que todos os membros da Família Carmelita sejam fiéis ao carisma que Deus nos deu para o serviço da Igreja e do mundo.<br /><br /><strong></strong></div><div align="center"><strong>Pe. Joseph Chalmers - OC - Prior Geral do Carmelitas</strong> </div><br /><br /><div align="center"></div><div align="center"><em><span style="color:#993300;">*Retirado da Revista “Os Carmelitas” do Centro Internacional </span></em></div><br /><div align="center"><em><span style="color:#993300;">de Informação da Ordem do Carmo (CITOC) – Roma – Itália.</span></em></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-73016333157483626362009-11-07T14:34:00.002-03:002009-11-07T14:41:33.731-03:00A Santidade ao Alcançe de Todos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNvCMXkHHiToDKotVbl5pvL1pVz6s5LVd88uvECbhan3mFPgWExb_Fm1VMI7sfmx4KFFpEAEHBWvW2q2j_NKlTEbkSvCSnS3uRsj6-Ok4RO8PkEY5hTzeaVI6Kj6_Bx3IAUMQ/s1600-h/P1010197.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5401417860920435314" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 222px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNvCMXkHHiToDKotVbl5pvL1pVz6s5LVd88uvECbhan3mFPgWExb_Fm1VMI7sfmx4KFFpEAEHBWvW2q2j_NKlTEbkSvCSnS3uRsj6-Ok4RO8PkEY5hTzeaVI6Kj6_Bx3IAUMQ/s320/P1010197.JPG" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong>A SANTIDADE AO ALCANCE DE TODOS<br /></strong></div><div align="center">Heriberto Monroy, OCD </div><div align="center"> </div><br /><div align="justify">Atualmente fala-se muito sobre espiritualidade, formas e métodos de oração. Muitos segmentos de nossa sociedade, em meio ao consumismo e ao materialismo, buscam preencher o vazio existencial com métodos orientais de meditação e exercícios mentais. Trata-se de um impulso do homem moderno que busca “transcender-se”, “buscar Deus”, de forma nem sempre correta e simples.<br /><br />Santa Teresinha do Menino Jesus viveu a espiritualidade mais simples, aquela que nos ensina Nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos: “deixem que os pequenos venham a Mim e não se lhes proíbam, porque deles é o reino dos céus”(Mt 19,14). Ela viveu uma vida muito simples, mas de grande santidade. A palavra “santidade” nos soa hoje como algo do passado ou que interesse apenas às monjas. Dizer “eu quero ser santo” não agrada aos ouvidos, pode parecer loucura ou presunção. Mas, sem dúvida, todos somos chamados à ‘santidade’. Poderemos nos perguntar, mas como posso ser santo neste mundo, neste estado de vida que escolhemos, na vida matrimonial, na vida familiar, no trabalho, na vida cotidiana? Em que consiste a santidade?<br /><br />Santa Teresinha nasceu em Alençon, Franca, no dia 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Teresa Martin. Seus pais Luís Martin e Zélia Martin, quando jovens aspiraram ingressar na vida religiosa, mas Deus tinha outros planos para eles: formar uma família verdadeiramente cristã. De fato, suas cinco filhas ingressaram na vida religiosa: Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa. Leônia ingressou no Convento da Visitação e as outras no Carmelo Descalço.<br /><br />Teresinha ficou órfã de mãe aos três anos de idade. Suas irmãs se encarregaram de sua educação e formação cristã. Este é um exemplo de como a formação dos pais é tão importante na geração de bons cristãos.<br /><br />Teresinha viveu uma infância muito feliz, de modo especial por ser a “predileta” de seu pai. Teve também momentos difíceis, como a longa enfermidade que não pôde ser bem compreendida pelos médicos da época. Teresinha foi curada milagrosamente ao contemplar uma pequena imagem da Virgem Maria cujo semblante se transformou e resplandeceu uma surpreendente formosura. Teresinha nos conta que Nossa Senhora respirava bondade e ternura inefáveis. Mas o que atingiu o mais íntimo de sua alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. A partir de então foi curada de sua terrível enfermidade.<br /><br />Aos 14 anos, mergulhada num mar de escrúpulos, e depois de pedir insistentemente a Jesus que a curasse, recupera a saúde numa noite de Natal. Ela chamará esta graça de “a graça do Natal”.<br />Logo após esta cura recebe de Deus o chamado para o Carmelo. Ela não quer duvidar, mas pede a Deus que confirme o seu desejo. Deus lhe dá o sinal que é um pedido e confirmação de sua vocação. Ele a deseja na vida religiosa, para que ofereça suas orações e sofrimentos para a conversão dos pecadores.<br /><br />Teresinha pede a Deus a conversão para um criminoso condenado à morte que não apresentava nenhum sinal de arrependimento. Deus escuta e responde às preces de Teresinha. No último momento, prestes a ser executado, o homem se aproxima do crucifixo que antes havia repelido, beija-o e pede perdão a Deus.<br /><br />Através desta prova ela não mais duvidará que Deus a chama para o Carmelo, para onde vai, segundo seu próprio testemunho, “salvar almas e rezar especialmente pelos sacerdotes”. </div><div align="justify"><br /><br />Devido à sua pouca idade (quinze anos), negam-lhe a entrada no Convento. Porém, cheia de amor a Deus, visita o bispo que lhe nega o ingresso no Carmelo. Mas ela viaja a Roma com seu pai para falar com o Papa Leão XIII, que lhe diz: “Será feito o que Deus quiser”. Ao regressar a Lisieux encontra as permissões solicitadas e entra no Carmelo Descalço no dia 9 de abril de 1888.<br /></div><div align="justify"><br />Sua vida no Carmelo foi de um imenso amor a Deus através de uma vida de grande simplicidade, humildade, amabilidade e capacidade de serviço para com suas companheiras, especialmente com aqueles que não a tratavam bem. Em seus escritos ela nos diz: “desde o princípio encontrei mais espinhos que rosas, o sofrimento me abriu os braços e eu o aceitei com amor”.<br /></div><div align="justify"><br />Sofreu diversas provações espirituais e começa o calvário de sua enfermidade (tuberculose) no dia 3 de abril de 1896, em uma Sexta-feira santa. Enfermidade que a irá aniquilando por um ano e meio, mas que a fortalecerá sua vontade e seu amor a Deus, levando-a a aceitar sua dor com paciência e amor, pela salvação das almas.<br /></div><div align="justify"><br />No dia 30 de setembro de 1897, pelas sete e vinte da noite, morre Santa Teresinha depois de uma agonia de dois dias. Suas últimas palavras, depois de aceitar prosseguir sofrendo pela salvação das almas, foram: “Eu vos amo, meu Deus, eu vos amo!” Depois de proferir estas palavras, tocaram-se os sinos e a comunidade se reuniu para testemunhar o êxtase da santa moribunda.<br /></div><div align="justify"><br />As “Últimas Palavras” nos relatam: “Seu rosto recobrou a cor que possuía quando gozava de plena saúde, seus olhos estavam fixos para o alto, refulgentes de paz e alegria. Fazia certos movimentos com a cabeça como se alguém a houvesse ferido com uma flecha de amor e logo retirava a flecha para voltar a feri-la de novo. Irmã Maria da Eucaristia aproximou uma vela para ver de perto seu sublime olhar. Suas pupilas, à luz da vela, não apresentavam nenhuma reação. Ela prosseguia olhando para o alto e sorrindo... e depois exalou o último suspiro conservando seu sorriso”.<br /><br /><br />Muitos poderão se perguntar: o que terá a nos ensinar uma monja que morreu aos vinte e quatro anos. Eu diria: muita coisa! Seus ensinamentos revolucionaram a Igreja de seu tempo e essa revolução continua ocorrendo. Muitos religiosos e sacerdotes devem-lhe a vocação; muitos jovens solteiros e casais encontram nela um exemplo para viver sua vida cristã com humildade, simplicidade e sobretudo com um imenso amor e confiança em Deus.<br /></div><div align="justify"><br />Como Santa Teresinha se tornou padroeira das Missões se nunca saiu do seu Convento? muitos poderão questionar. Porque ela valorizou a oração e o sacrifício oferecidos a Deus para o bem dos outros. Esta é a razão de ser da vocação à Vida Contemplativa: viver em amorosa e constante intimidade com Deus. Quero usar uma comparação para esclarecer o que é a Vida Contemplativa.<br /></div><div align="justify"><br />Ela é com uma boa mãe que por amor a seu filho enfermo fica em casa cuidando dele, não tendo para essa mãe nenhum valor as festas e compromissos sociais, porque o amor é mais forte. Na vida Contemplativa, a pessoa acompanha Jesus constantemente, se não abatido por alguma enfermidade, ao menos sedento de amor, pedindo-nos amor pelo muito que nos ama e a quem só retribuímos com desprezo e ingratidões. Esta foi a queixa de amor que Nosso Senhor Jesus Cristo fez a Santa Margarida Maria de Alacoque quando lhe mostrou seu Sagrado Coração. A mesma queixa de amor ele prossegue nos fazendo hoje.<br /></div><div align="justify"><br />Os pilares que sustentam a doutrina de Santa Teresinha são o Amor e a Confiança em Deus. A maior graça de sua vida foi compreender a Misericórdia de Deus para com os pequenos e pobres, porque são com os que mais acolhem a Deus. Ela nos dá exemplo de sua simplicidade na vida de oração, com confiança total e absoluta em Deus. Confiar e crer em Deus era para ela, esperar contra toda esperança sabendo que é Deus quem nos faz perfeitos não por nossas próprias obras ou méritos, mas porque nos deixamos guiar por Ele.<br /></div><div align="justify"><br />Ela encontrou e definiu sua missão na Igreja e nos diz: “minha vocação, finalmente a encontrei.... MINHA VOCAÇÃO É O AMOR. Sim, eu encontrei meu lugar na Igreja e foste tu, Deus, quem me deste este lugar. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o AMOR”.<br /></div><div align="justify"><br />Como Santa Teresinha, cada um tem uma missão na Igreja, no povo de Deus. Ele mesmo nos escolheu para tal missão e nos dotou de capacidades e aptidões para tanto. Deus não nos envia à guerra sem armas!<br /></div><div align="justify"><br />Santa Teresinha iniciou sua missão na terra oferecendo sua oração e sacrifício para salvar almas. Ela esta convicta que após sua morte continuaria trabalhando para a nossa salvação. Ela escreveu: “Quando eu morrer, minha missão começará. Farei cair sobre a terra uma chuva de rosas (de graças) sobre todas as almas, para que amem e façam amar a Deus”. </div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-28489941857035652002009-11-07T14:11:00.002-03:002009-11-07T14:20:49.575-03:00A chama Viva de Amor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-VwbIleqHkgda9mCIPdQQ23f9VVOfpbrQNrxINWga9sE9XvRlyKAcm9os_2CTS5eWqFo9zsViqln3QZANDzRC17EWw3hSvQKPxyDBiNOkm5HmUzL0LF_kVb9EusGV36SS-0Nf/s1600-h/DSC04653.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5401412450207249842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-VwbIleqHkgda9mCIPdQQ23f9VVOfpbrQNrxINWga9sE9XvRlyKAcm9os_2CTS5eWqFo9zsViqln3QZANDzRC17EWw3hSvQKPxyDBiNOkm5HmUzL0LF_kVb9EusGV36SS-0Nf/s320/DSC04653.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong>São João da Cruz </strong></div><div align="center">A chama Viva de Amor </div><br /><div align="center"><strong>1452 - 1591</strong></div><br /><div><strong></strong></div><br /><div></div><br /><div align="justify">Homem de pequena estatura, mas com um coração simplesmente imenso. Cantou a natureza, a fé, a eternidade e também o sofrimento sempre que permitiram a união com Deus. Ágil como pássaro solitário o seu voo foi sempre para Deus, num voo de peregrino convicto, de sábio humilde, de amigo do silêncio, que viveu desposando apaixonadamente a Cruz de Cristo na sua vida!</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Quanto mais o lemos, mais descobrimos neste homem pequenino um contemplativo de olhar sereno enamorado por Deus, como se já em vida saboreasse a glória dos eleitos.Que amável caminho nos propõe este místico! Um caminho interior no qual a alma se despoja de tudo, para se encontrar no infinito oceano de Deus. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Um caminho em que nos vamos calando diante do grande mistério de Deus, tocados e abraçados pela Presença que nos devolve confiança e serenidade.A vida de São João da Cruz é cristalina e luminosa, e por isso o seu conhecimento estimula o ritmo da nossa. A força que dela emana anima-nos a amar o Amor, ainda que tenhamos de confrontar-nos com as sombras, o medo, a noite, as renúncias e as subidas íngremes.A Chama de Amor guiou-o e inspirou-o, pelo que a sua doutrina permanece viva e actual! O seu mundo espiritual povoa e cativa quem se deixa enamorar por Deus, guiado pela sua mão de mestre. Pela sua mão vai-se para o centro, porque o Amor gosta de viver no centro do centro. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aí vive Deus Amor que habitou o Santo e quer fazer morada em nós.Conhecer São João da Cruz obriga a enraizarmo-nos nas suas palavras sempre belas e cheias de Deus, como estas: «Fomos criados para o amor»! É nesta máxima que muitas vezes me quero centrar, porque reconheço nela uma mola impulsionadora de vida, um caminho de luz que silencia corações caminhantes…A luz que brota desta frase desinstala e conforta em profunda e harmoniosa unidade com o mundo e com Deus. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Leva ao enamoramento de Deus, tal como se enamorou de nós. E obriga a aperfeiçoar e a limar a alma, tal como ele nos aconselha; e obriga a lavar todas as sujidades que encontrarmos no nosso caminho interior, para que o amor que amamos seja o amor de Deus em nós.Deixar-se guiar pelo mestre é um permanecer sólido e vibrante no encontro com os seus ensinamentos, é cavar o nosso interior em silêncios de inacabada procura.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> Tal busca só é possível se confiadamente deitarmos pés ao caminho, porque a subida é difícil. Porém, lermo-nos em São João da Cruz é fazer caminho com ele e só terminar na casa do olhar de Deus.Celebrar a memória de São João da Cruz é a possibilidade de apreender a procurar o caminho certo e estreito, pelo qual a alma se acerca mais directamente a Deus. A sua experiência e o seu caminho espiritual são dicionário fecundo para o nosso encontro com Deus pelo qual Ele se revela. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">É convite ao abandono a deixarmos que o Amor nos leve às alturas da contemplação, a buscar o encontro com o Amado. Quem melhor que ele fala da união com Deus? Uma união que tem de ser dolorosamente buscada na fé e na esperança? Mas no fim vence quem ama! É esta vitória que devemos querer nas nossas vidas!A vitória de São João da Cruz recorda-nos que a bagagem que trazemos, se não for divina deve ser rejeitada, num despojamento libertador de todas as dependências. Os estorvos devem ser rejeitados para que Deus possa preencher a nossa vida com a Sua presença feita de pequenos detalhes e de pequenos nadas que nem sempre sabemos ver. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não procures mais, perde-te n´Ele, que Ele está em ti! Faz como São João da Cruz, oferece‑Lhe os sofrimentos e os teus nadas, e não te vanglories… Na pequenez da vida está a plenitude de Deus.Neste homem o coração ardeu em fogo de amor, porque não arderia o teu? Hoje flamejam os seus deliciosos ensinamentos, que continuam a seduzir-nos porque são de Deus e nos atraem para o convívio do amor.Vai. Segue o caminho iniciado no Baptismo: Despoja-te de tudo para que Deus se agrade de ti, tal como se agradou e sentiu bem na vida de São João da Cruz! </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Ó que belo projeto!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">fonte: <a href="http://www.cot.org.br/">www.cot.org.br</a> </div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-51671742411224966442009-11-07T13:58:00.002-03:002009-11-07T14:04:02.121-03:00FUNDAMENTO BÁSICO: ABANDONO ABSOLUTO À PROVIDÊNCIA<strong></strong><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjsIDRvrbFPvatCo6e5sl3KBGU8uutGyy8lJDBhuj102qyUhmqJmxufPZ9bNq3M9g25CH3cXXJ_hzEuZrYSS6OI2ZsmJEwFO70CJZQTzD5-GTiJ8lP94PHZ7jubxivOgFzblsw/s1600-h/ATYAAACESuQsq8loczKTHIC2_FDkkDZ_m3cGX3jWo9jb88-lqJQ4i2HsG60OJ0pCVDRI2jsBuaMkuY0SJGpu_1_pSZFdAJtU9VCaIHZBqQKGINv7mI4ppI57KZQ2Gw.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5401408362411884034" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjsIDRvrbFPvatCo6e5sl3KBGU8uutGyy8lJDBhuj102qyUhmqJmxufPZ9bNq3M9g25CH3cXXJ_hzEuZrYSS6OI2ZsmJEwFO70CJZQTzD5-GTiJ8lP94PHZ7jubxivOgFzblsw/s320/ATYAAACESuQsq8loczKTHIC2_FDkkDZ_m3cGX3jWo9jb88-lqJQ4i2HsG60OJ0pCVDRI2jsBuaMkuY0SJGpu_1_pSZFdAJtU9VCaIHZBqQKGINv7mI4ppI57KZQ2Gw.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><strong>FUNDAMENTO BÁSICO: ABANDONO ABSOLUTO À PROVIDÊNCIA<br /></strong><br />A medula do conselho da pobreza, dado por Cristo a seus Apóstolos, consiste em entregar-se incondicionalmente à Providência divina, sem inquietação e com absoluta confiança (Cf Mt 6, 25-33) Para Teresa, este texto do Evangelho fundamenta a sua maneira de entender a pobreza (Cf R 1,21; C2,2; CE 61,1 e Cons 2,1) </div><br /><div align="center"><br /><strong>Fundamento da atitude de abandono</strong> </div><br /><div align="justify"><br />Tudo pertence a Deus e tudo vem dele. Ele é o Senhor das rendas e dos rendeiros; por isso, tudo o que recebemos, dele recebemos. Por isso também, a nossa gratidão aos nossos benfeitores, mas, sobretudo, a Ele que é o nosso Benfeitor por excelência.<br /><br />. Deus nos dá tudo aquilo de que precisamos. Isto se fundamenta no que Santa Teresinha chamará com a maior simplicidade “a maneira de ser de Deus”.<br /><br />Seu amor. Todo o pensamento da Santa está profundamente impregnado da idéia da solicitude infinita do Criador por todas as suas criaturas e muito particular por aquelas, que, como as carmelitas, não têm outro desejo que o “buscar o Reino de Deus e sua justiça” cumprindo em tudo a vontade de seu Filho. Teresa atribui a Cristo – o mesmo papel do Pai – . Não é Ele o seu Esposo por cujo serviço abandonaram tudo: pais, riquezas, honras, amigos? “Olhos em vosso esposo; Ele vos há de sustentar” (C 2, 1)<br /><br /><br />Sua sabedoria. Sendo Ele a “Sabedoria mesma” (V 27,14), sabe melhor que nós o ‘que nos é necessário (CV 17,7), e os meios mais convenientes para nos dar aquilo de que precisamos.<br /><br /><br />Sua onipotência. Basta que o servo se contente com fazer o que seu Senhor espera dele, sem se preocupar por nada do mundo para sua própria subsistência. </div><br /><div align="justify"><br />A fidelidade a sua promessa. No Sermão da montanha Jesus nos revelou o rosto de Seu Pai celestial, que se preocupa por seus filhos, atendendo as suas necessidades para viver. E Teresa continua: “Verdadeiras são suas palavras; não podem faltar; antes faltarão o céu e a terra‘ (C 2,2).<br /><br /></div><br /><div align="center"><strong>Verdadeiro significado da atitude de abandono<br /></strong></div><br /><div align="justify"><br />Dois textos da Santa mostrando como convém entender, e sobretudo viver, com clareza, esse abandono à Providência:<br /></div><br /><div align="justify">“Queria falar com quem me ajudasse a crer assim, e não ter preocupação com o que hei de comer e vestir, senão deixá-lo a Deus” (Primeira Relação, 1560). “Não se entenda que este deixar a Deus o que é necessário seja de maneira que não o procure, porém, que não seja com preocupação, … (R 1,21).<br /><br />O outro texto, de sentido mais geral, se refere à essência mesma do que ela chama de “pobreza espiritual” (C 2, 3. 5) “Não digo eu que o deixe, senão que o procure, se for bem… Porque o verdadeiro pobre tem em tão pouco estas coisas, já que, algumas coisas as procura, jamais se inquieta, porque nunca pensa que há de faltar, e que o falte, … tendo-o por coisa acessória e não principal e, como tem pensamentos mais altos, a força dos braços a ocupa em algo mais elevado”. (CE 66,7).<br /></div><br /><div align="center"><br /><strong>Como entender o abandono?<br /></strong><br /></div><br /><div align="justify">Fazer tudo quanto depende de nós. O verdadeiro abandono não pode significar descuido, imprevisão, atitude irresponsável, passividade. “Ajuda-te e o céu te ajudará”. Isto significa que a Providência divina não nos dispensa de trabalhar nos seguintes pontos: previsão e esforço para ganharmos o nosso pão de cada dia.<br /><br />Porém não devemos nos inquietar. Há uma inquietação boa e outra má. A boa é a que busca os “bens verdadeiros”, as “verdadeiras riquezas”, quer dizer, “O Reino de Deus e sua justiça”, em uma palavra, o mesmo Jesus: “Ó Riqueza dos pobres, e que admiravelmente sabeis sustentar as almas!” (v 38,21). Este é o tesouro escondido que temos de buscar com todas as nossas forças, sem cansar-nos nunca (5M 1,3), e que nos faz morrer de gozo quando chegarmos a descobri-lo (V 38,20). A inquietação má é a que busca com afã e perturbação interior as riquezas materiais, supérfluas. Esta provém da falta de fé, e de dois modos diferentes:<br /><br />Em primeiro lugar, por dar importância ao que não deveria tê-la.<br />Em segundo lugar, por esquecer a promessa do Pai celestial de não abandonar jamais a seus filhos.<br /><br /></div><br /><div align="center"><strong>CONCLUSÃO: </strong></div><br /><div align="center"><strong></strong></div><br /><div align="center"><strong>O que as carmelitas têm que buscar a todo custo é a paz interior, tão necessária para a sua vida contemplativa.</strong></div><div align="center"><strong></strong> </div><div align="left"> </div><div align="left">fonte : <a href="http://www.cot.org.br/">www.cot.org.br</a> </div><div align="left"> </div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-35577929299242031862008-12-04T11:30:00.007-03:002008-12-04T12:15:58.777-03:00Vocação à Santidade<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDC8vsZAKiXn8KO7Lp6hBgznlvojG-BeBa6g5rNM_mtEyTE2slNOZarmmr19IbZExA9Mv7hPOre9P7l2DgvdutRkNud-2PMkDc2U9KICnSJ3PngFi7dR1_eGb6g-Xh_AxDRTUI/s1600-h/joao+da+zruz++-+wStJohnCross.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5275952620272657906" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 162px; CURSOR: hand; HEIGHT: 203px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDC8vsZAKiXn8KO7Lp6hBgznlvojG-BeBa6g5rNM_mtEyTE2slNOZarmmr19IbZExA9Mv7hPOre9P7l2DgvdutRkNud-2PMkDc2U9KICnSJ3PngFi7dR1_eGb6g-Xh_AxDRTUI/s400/joao+da+zruz++-+wStJohnCross.jpg" border="0" /></a> <span style="color:#000066;"><strong>Comentário ao Evangelho do dia feito por : S. João da Cruz </strong></span><div align="center"><div align="center"><a onclick="window.open('popup-comments.php?language=PT&id=1866', '', 'width=500,height=450,top=120,left=120,scrollbars=yes,resizable=yes')" href="http://www.evangelhoquotidiano.org/www/main.php?language=PT&localTime=12/04/2008#"><span style="color:#000066;"><strong>Escutar para pôr em prática</strong></span></a></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#000066;">Evangelho segundo S. Mateus 7,21.24-27. «Nem todo o que me diz: 'Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu. «Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.» </span></div><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZMscwGHz1T938vIZ52GYXpKPsn5iYadxOk5ldzdRWDM8HnNVYDAEwNzScH-yUv9YOWh4UMAbr71oJloiRrEWO2Us_2_SPpvjWnCGntVXGwcU7AYDlXfXrTo3Sb5VaBswwRkrk/s1600-h/LetraV.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5275951111128601506" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 96px; CURSOR: hand; HEIGHT: 100px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZMscwGHz1T938vIZ52GYXpKPsn5iYadxOk5ldzdRWDM8HnNVYDAEwNzScH-yUv9YOWh4UMAbr71oJloiRrEWO2Us_2_SPpvjWnCGntVXGwcU7AYDlXfXrTo3Sb5VaBswwRkrk/s400/LetraV.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="left"><strong><em>ocação à Santidade </em></strong></div><br /><br /><div align="left"><strong><em></em></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify">"Para fazer de um homem um santo, só é necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o que é um santo, nem o que é um homem", observava Pascal com o seu esmero característico nos Pensamentos. Recorro a esta observação para indicar as duas perspectivas destas reflexões: no santo convergem a celebração de Deus (nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do homem, nas suas potencialidades, nos seus limites, nas suas aspirações e nas suas realizações. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />São conhecidas as inúmeras objecções que hoje se levantam contra o conceito de "santidade" e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus filhos mais exemplares. Na grande relevância, também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às beatificações e canonizações durante o seu Pontificado, houve quem insinuasse a existência de uma estratégia expansionista da Igreja católica.</div></div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Na Carta Apostólica <a href="http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_20010106_novo-millennio-ineunte_po.html">Novo millennio ineunte</a>, a Carta que o Papa João Paulo II entregou à Igreja no encerramento do Grande Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo realce do tema da santidade. No "grande exército de santos e de mártires", que inclui "Sumos Pontífices, bem conhecidos da história, ou humildes figuras de leigos e de religiosos, de um extremo ao outro do globo observou o Papa João Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu mais do que nunca a dimensão que melhor exprime o mistério da Igreja. Mensagem eloquente, que não tem necessidade de palavras, ela representa ao vivo o rosto de Cristo".<br /><br /><br /><br />Para compreender a Igreja, é necessário conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu fruto mais amadurecido e eloquente. Para contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e diversas situações do mundo contemporâneo, é preciso olhar para os santos que "representam profundamente o rosto de Cristo" (Ibidem), como nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar santos e há-de fazê-lo em nome daquele anúncio da santidade que a enche e a transforma precisamente em instrumento de santidade no mundo.<br /><br /><br /><br />"Deus manifesta de forma viva aos homens a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que, embora possuindo uma natureza igual à nossa, se transformam mais perfeitamente na imagem de Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf. Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho" (Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen gentium encontramos a profunda razão do culto aos beatos e santos.<br /><br /><br /><br />3. A Igreja realiza a missão que lhe foi confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento de santidade através dos caminhos da evangelização, dos sacramentos e da prática da caridade. Esta missão recebe uma notável contribuição de conteúdos e de estímulos espirituais, também da proclamação dos beatos e santos, porque eles mostram que a santidade é acessível às multidões, que a santidade pode ser imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida nova em Cristo não são uma utopia ou um mero sistema de valores, mas "fermento" e "sal", capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora das várias culturas, regiões geográficas e épocas históricas.<br /><br /><br /><br />"O futuro dos homens observava o saudoso Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos os seus pecados corroem todos os caminhos da história e levam a uma dialéctica cheia de causas e de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões e de interrupções. A certeza de que os santos continuarão a acompanhar os homens é uma das poucas garantias do futuro" (Il primato della verità, pág. 154.).<br /><br /><br /><br />4. O fenómeno dos santos e da santidade cristã cria um sentido de admiração que nunca esmoreceu na vida da Igreja e que não pode deixar de surpreender até um observador laico atento, sobretudo hoje, num mundo que muda contínua e rapidamente, num mundo fragmentado sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de valores como de costumes. É da admiração que deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé encarne em todas as latitudes, nos diversos contextos históricos, entre as mais variadas categorias e estados de vida? Como é possível que, sem dinamismos de poder, impositivos ou persuasivos que sejam, e sem dinamismos de uniformidade, existam tantos santos, tão diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo e com a sua Igreja? O que é que leva à livre assunção do núcleo germinativo cristão, que depois desenvolve tanta diversidade e beleza na unidade da santidade? Como é diferente a globalização, de que hoje se fala com tanta frequência, da catolicidade ou universalidade da fé cristã e da greja, que essa fé vive, conserva e difunde!<br /><br /><br /><br />5. Neste contexto de pensamentos, é interessante fazer uma observação sobre o modo como a Igreja católica reconhece e proclama os beatos e os santos. Refiro-me em particular ao trabalho da Congregação para as Causas dos Santos, chamada a estudar e reconhecer a santidade e os santos através de um procedimento minucioso e sábio, consolidado, renovado e renovável no tempo.<br /><br /><br /><br />Os santos e a santidade são reconhecidos com um movimento que parte de baixo para cima. Ainda hoje, é o próprio povo cristão que, reconhecendo por intuição da fé a "fama de santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira fase do processo de canonização os candidatos à canonização e, em seguida, à Congregação competente da Santa Sé. Nem a Congregação para as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou "fabricam" os santos. Como todos os cristãos sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde quer", é uma constatação a que estamos habituados desde há séculos, e hoje muito mais, uma vez que a Igreja está espalhada em todas as partes do mundo e em todas as camadas sociais.<br /><br /><br /><br /><br />Assim, deve reconhecer-se que o Papa João Paulo II fez da proclamação de novos beatos e santos uma autêntica e constante forma de evangelização e de magistério. Ele quis acompanhar a pregação das verdades e dos valores evangélicos com a apresentação de santos que viveram aquelas verdades e aqueles valores de modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais encontraram a morte no martírio. Os leigos elevados às honras dos altares são também muito mais do que geralmente se pensa: com efeito, trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no total.<br /><br /><div align="center"><br /><strong>Para alguns, eles são muitos; para outros, poucos.</strong></div><br />No que diz respeito ao número de santos, o Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem considera que eles são demasiados. Pelo contrário, fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há demasiadas beatificações. Mas isto, além de reflectir a realidade, que por graça de Deus é aquela que é, corresponde também ao desejo expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se de tal maneira no mundo e a sua mensagem mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, que o elevado número de beatificações reflecte precisamente de modo vivo a acção do Espírito Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais essencial para a Igreja, o da santidade. Com efeito, foi o Concílio que realçou de forma particular a vocação universal à santidade" (Discurso de abertura do Consistório, em preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, 13 de Junho de 1994).<br /><br /><br /><br />Na Carta Apostólica <a href="http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html">Tertio millennio adveniente,</a> o Papa João Paulo II escreveu: "Nestes anos, foram-se multiplicando as canonizações e as beatificações. Elas manifestam a vivacidade das Igrejas locais, muito mais numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no primeiro milénio. A maior homenagem que todas as Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro milénio, será a demonstração da presença omnipotente do Redentor, mediante os frutos de fé, esperança e caridade em homens e mulheres de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas várias formas da vocação cristã" (n. 37)...<br /></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Numa época de crise das utopias colectivas, num período de desconfiança e de incredulidade em relação ao que é teórico e ideológico, está a nascer uma nova atenção para com os santos, figuras singulares em que se encontra não uma nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral, mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir através do estudo, a amar com devoção e a realizar mediante a imitação.</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Só podemos alegrar-nos com este despertar de atenção para com os santos, porque eles são de todos, constituem um património da humanidade que progride para além de si mesma, num desenvolvimento que, enquanto honra o homem, também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião).</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><br />Quero ler tudo o que considerámos até aqui, à luz de uma mensagem, verdadeiramente fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na minha opinião, pode dar, a quem reflectir sobre este tema, pelo menos uma ideia da visão do Sumo Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente vinculada à dignidade baptismal de cada cristão e, por conseguinte, explicar melhor também o papel das beatificações e canonizações no caminho pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que foi enviada para o dia mundial de oração pelas vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja é acompanhar os cristãos pelos caminhos da santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a caridade de Cristo, derramada pelo Espírito Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5).</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><br />Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma das vocações em particular, está ao serviço da santidade! E é indubitavelmente neste sentido que, quando olhamos para a Igreja, jamais devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos santos", que gera santidade com fecundidade e generosidade superabundantes."<br /><br /></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:85%;">por : CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">Fonte: </span><a href="http://www.presbíteros.com.br/"><span style="font-size:85%;">http://www.presbíteros.com.br/</span></a></div><br /></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-42236193358480373222008-10-02T11:15:00.004-04:002008-10-02T11:48:02.384-04:00O Rosário Meditado<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgICn0DZeicimKPi82BuQWutiK_mv9EKSZkjMvzaBfTF-ZVJUeo81j9N8CEVruNPh8MJAPLH-ZjfVamNjn-QQ7agquvTNwZ0eUNPdO0688VZ9igEUVznJVcdB5d5kdelKG9y2tS/s1600-h/542401b_Woman_Praying_W_Rosary_Beads_Posters.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252583137549535218" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgICn0DZeicimKPi82BuQWutiK_mv9EKSZkjMvzaBfTF-ZVJUeo81j9N8CEVruNPh8MJAPLH-ZjfVamNjn-QQ7agquvTNwZ0eUNPdO0688VZ9igEUVznJVcdB5d5kdelKG9y2tS/s320/542401b_Woman_Praying_W_Rosary_Beads_Posters.jpg" border="0" /></a> <span style="font-size:180%;color:#336666;"><strong>O Rosário Meditado</strong></span><br /><span style="color:#336666;"><strong></strong></span><br /><span style="color:#336666;"><strong>por Dom Fernando Arêas Rifan.</strong></span><br /><strong><span style="font-size:85%;color:#336666;">Bispo Administrador Apostólico - </span></strong><strong><span style="font-size:85%;color:#336666;">Adm Apost. São João Maria Vianey </span></strong><br /><br /><br /><div align="center"><span style="color:#339999;"><strong>Introdução</strong></span></div><div align="center"><strong><span style="color:#339999;"></span></strong> </div><div align="justify">Atendendo ao novo incentivo dado pelo Santo Padre o Papa à oração do Rosário, na sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, que comemora os cento e vinte anos da Encíclica Supremi Apostolatus Officio de SS. Leão XIII, o papa do Rosário, apresentamos este Rosário Meditado, como método para melhor "contemplar com Maria o rosto de Cristo" </div><div align="justify"><br /> </div><div align="center"><span style="font-size:85%;">(n.3)*.Nota: Os números entre parênteses são da Carta Apostólica do Papa.</span></div><br /><br /><div align="justify">Com efeito, a contemplação ou meditação é a alma do Rosário, "oração marcadamente contemplativa" (n. 12) e sem ela, ele seria um corpo sem alma. E como, hoje sobretudo, temos "necessidade de um cristianismo que se destaque principalmente pela arte da oração", o Santo Rosário meditado servirá para transformar cada vez mais nossas comunidades em "autênticas escolas de oração" (n. 5).</div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O Rosário "concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica da qual é quase um compêndio... Com ele, o povo cristão freqüenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor" (n.1).Seguindo as sugestões do Santo Padre, neste Rosário Meditado, além da inserção dos Mistérios Luminosos, já contemplados também por São Luiz Maria Grignion de Montfort, incrementaremos os seguintes pontos:1) </div><div align="justify"><br /> </div><div align="justify">A enunciação clara e viva do mistério, procurando seguir o método de Santo Inácio de Loiola da "composição de lugar", recorrendo ao elemento visível e figurativo como grande ajuda para facilitar a concentração do espírito no mistério (n. 29). A fim de dar fundamentação bíblica e maior profundidade à meditação, é útil que a enunciação do mistério seja acompanhada pela proclamação de uma passagem bíblica alusiva, que, segundo as circunstâncias, pode ser mais ou menos longa, para que ouçamos assim a Palavra de Deus, com a eficácia própria da palavra inspirada, que se dirige a cada um de nós (n. 30).2) </div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="center"><span style="color:#336666;"><strong><span style="font-size:130%;color:#339999;">O silêncio</span>:</strong></span></div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">uma pausa silenciosa após a enunciação do mistério para fixar o olhar sobre o mistério meditado, antes de começar a oração vocal (n. 31).3) O Pai-Nosso: elevação do nosso espírito ao Pai Eterno, em cuja intimidade Jesus nos quer introduzir e no qual todos nos tornamos irmãos. O Pai-Nosso é como que o alicerce da meditação cristológico-mariana que se desenrola através da repetição da Ave-Maria (n. 32).4) </div><div align="justify"><br /> </div><div align="justify">A acentuação dada ao nome de JESUS, centro de gravidade da Ave-Maria, dobradiça entre a sua primeira parte e a segunda. "É precisamente pela acentuação dada ao nome de Jesus e ao seu mistério que se caracteriza a recitação expressiva e frutuosa do Rosário". Por isso, seguindo um costume tradicional em alguns países, recomendado também por São Luis Maria Grignion de Montfort para diminuir as distrações da imaginação, procuramos dar realce ao nome de Jesus, acrescentando-lhe uma cláusula invocativa do mistério que se está meditando. "É um louvável costume, sobretudo na recitação pública" (n. 33). </div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">As cláusulas podem variar para cada Ave-Maria, conforme indicamos, ou ser única para todo o mistério; neste caso, repete-se a que está assinalada em negrito. A cláusula será normalmente acrescentada, na oração em particular, após o nome de Jesus. Na oração em público, sugerimos colocá-la antes do nome de Jesus, logo após as palavras "do vosso ventre", para facilitar a resposta da comunidade.5) O Glória ao Pai, a doxologia trinitária, é a meta da contemplação cristã. Ele deve ter uma importância ressaltada no Rosário, já que ele é o apogeu da contemplação. Na recitação pública é aconselhável cantá-lo. </div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">O Glória ao Pai deve ser o ápice da meditação do mistério, elevando-nos ao Paraíso, como no Monte Tabor, antecipando a contemplação futura: "Que bom é estarmos aqui" (Lc 9,33) (n. 34).6) A jaculatória final, "uma oração para obter os frutos específicos da meditação de cada mistério". E o Papa acena para "uma bela oração litúrgica que nos convida a pedir para, através da meditação dos mistérios do Rosário, chegarmos a ‘imitar o que contêm e a alcançar o que prometem’" (Oração da Festa de Nossa Senhora do Rosário, no Missal Romano de São Pio V, conforme a nota da Carta Apostólica) (n. 35).7) </div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">Oração a São José: No espírito da Pia União de São José da Boa Morte, acrescentamos, no final do mistério, a oração a São José pelos agonizantes do dia.8) Pelas almas do Purgatório: Imitando a Liturgia da Igreja e a devoção do Santo Padre o Papa, rezamos, no final de cada mistério, pelos nossos falecidos, implorando da misericórdia de Deus o seu descanso eterno.Na oração pública ou privada, o fiel poderá usar todas ou selecionar uma ou outra entre as várias sugestões para meditar o Rosário, como, por exemplo, escolher um dos modos da enunciação do mistério, rezar ou não a oração a São José e pelas Almas, escolher a seu gosto uma das cláusulas acrescentadas ao nome de Jesus, etc.</div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">Com esse modo de rezar e meditar, o Santo Rosário será verdadeiramente redescoberto e valorizado pela comunidade cristã neste ANO DO ROSÁRIO (n.3 e n. 43).Assim atenderemos ao apelo insistente do Santo Padre o Papa.</div><div align="center"><br /><span style="font-size:130%;color:#339999;"><strong>Cum Maria contemplemur Christi vultum </strong></span></div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252582509444497794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 149px; CURSOR: hand; HEIGHT: 185px; TEXT-ALIGN: center" height="239" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1UhjsxySO2mHEsl6Y2OeaxPcXAtRo_F7BK4nKCVySEKCLF2TmXzLirhDOlxBmlL5hutqyNaz8iv5M95iAf77AnWHzaGJLTTqrx_wJyziKAKi1LC_fMP720l3ZRdgR4JM1DjKS/s320/holy_woman_blue.jpg" width="206" border="0" /> <div align="center">Joannes Paulus II </div><div align="center">Ipso Rosarii Anno </div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-37687936035786857782008-10-02T11:10:00.000-04:002008-10-02T12:24:22.637-04:00Método de rezar o Rosário<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYJfavFhRAwRoE02HeaZMR2q5WUqDwuzW_Nc2WmETD6Ln6ByFuHpYNYs120UrroJ682AnU8JC7ToHxuHnYtMVQAK9ExPiU0OCL30Z8j5mg9DBXgONd2Wdn9_9Eu-t_ARFJ7j7P/s1600-h/nossa+sra+rosario..JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252587092481774722" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 450px; CURSOR: hand; HEIGHT: 503px; TEXT-ALIGN: center" height="472" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYJfavFhRAwRoE02HeaZMR2q5WUqDwuzW_Nc2WmETD6Ln6ByFuHpYNYs120UrroJ682AnU8JC7ToHxuHnYtMVQAK9ExPiU0OCL30Z8j5mg9DBXgONd2Wdn9_9Eu-t_ARFJ7j7P/s400/nossa+sra+rosario..JPG" width="386" border="0" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDIKbJCD11WzLIaeZIXDggmBwOSM9Z1yMxV6gSbDPnGxbblUyeHff6jDGOo8xi-f3MCmEBWj4a4FEmm0F-Ptvan3I-qCyxU2zDzn1jZrIn24Ydyzgji0aLUKoqSsAgaoT4idME/s1600-h/nossa+sra+rosario..JPG"></a><div align="center"><br /><span style="font-size:180%;color:#00cccc;"><strong>Modo de rezar o Rosário</strong></span></div><div><br />Para recitar o Rosário com verdadeiro proveito deve-se estar em estado de graça ou pelo menos ter a firme resolução de renunciar o pecado mortal.</div><div><br />1. Segurando o Crucifixo, fazer o Sinal da Cruz e em seguida rezar o Credo.<br /></div><div>2. Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso.<br /></div><div>3. Em cada uma das três contas pequenas, recitar um Ave Maria.<br /></div><div>4. Recitar um Glória antes da seguinte conta grande.<br /></div><div>5. Anunciar o primeiro Mistério do Rosário do dia e recitar um Pai Nosso na seguinte conta grande.<br /></div><div>6. Em cada uma das dez seguintes contas pequenas (uma dezena) recitar um Ave Maria enquanto se faz uma reflexão sobre o mistério.<br /></div><div>7. Recitar um Glória depois das dez Ave Marias. Também se pode rezar a oração de Fátima.<br /></div><div>8. Cada uma das seguintes dezenas é recitada da mesma forma: anunciando o correspondente mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Marias e um Glória enquanto se medita o mistério.<br /></div><div>9. Ao se terminar o quinto mistério o Rosário costuma ser concluído com a oração da Salve Rainha.<br /></div><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;color:#339999;">Orações do Santo Rosário - O Terço</span></strong></div><div align="center"><strong></strong><br /></div><div align="center">Sinal da cruz - Em nome do Pai + do Filho + e do Espírito Santo + Amém.</div><div align="center"><br /></div><div align="justify">Oferecimento : Divino Jesus, nós Vos oferecemos este terço que vamos rezar, contemplando os mistérios da Vossa Redenção. Concedei-nos, por intercessão de vossa Mãe Santíssima as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências anexas a esta santa devoção.</div><div></div><div align="justify"><br />Creio em Deus Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, um só seu Filho, nosso Senhor; o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu de Maria Virgem, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu aos infernos; ressurgiu dos mortos; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="font-size:130%;color:#339999;">Pai-Nosso</span></div><div align="justify"></div><div align="justify">Pai-Nosso que estais nos céus, santificado seja vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossa dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="font-size:130%;color:#339999;">Ave Maria </span></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.</div><div align="justify"><br /></div><div align="center"><span style="color:#339999;"><strong>Glória ao Pai</strong></span></div><div align="justify"></div><div align="justify">Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="color:#339999;"><strong>Jaculatória </strong></span></div><div align="justify"></div><div align="justify">: Óh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><strong><span style="color:#339999;">Agradecimento</span></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify">Infinitas graças vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-vos agora e para sempre tomar-nos debaixo de vosso poderoso amparo e para mais nos obrigar vos saudamos com uma Salve Rainha….</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Salve RainhaSalve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><strong><span style="font-size:85%;">ROGAI POR NÓS SANTA MÃE DE DEUS PARA QUE SEJAMOS DIGNOS DAS PROMESSAS DE </span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:85%;">CRISTO! AMÉM.</span></strong></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"><br /><span style="font-size:180%;color:#339999;">Mistérios Gozosos</span> </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><strong><span style="color:#000000;">1º MISTÉRIO: ANUNCIAÇÃO – O ANJO ANUNCIA A MARIA QUE ELA SERÁ MÃE DO FILHO DE DEUS </span></strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos a anunciação do anjo Gabriel à Nossa Senhora e a encarnação do verbo de Deus em seu ventre. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” - aqui vemos em Maria o despojamento, a humildade, o amor a Deus e a entrega de si mesma.<br />Meditação: Hoje o Senhor nos chama dar o sim para Jesus; nascer em nosso coração em nossa vida, dar sentido à nossa vida terrena e acolher o plano de Deus para nossa salvação</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>2º MISTÉRIO: MARIA VISITA SUA PRIMA IZABEL IDOSA QUE ESTAVA GRÁVIDA DE JOÃO BATISTA</strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos a visitação de Nossa Senhora à Santa Isabel. “E partindo às pressas foi às montanhas ficar com sua prima que já de idade avançada estava grávida”…. Isabel a saúda: Tu és bendita.. como posso merecer que a MÃE do meu Senhor venha me visitar, quando adentrastes pela porta a criança saltou em meu ventre. Maria responde: “Minha Alma glorifica o Senhor… Meu espírito exulta em Deus Meu Salvador!”</div><div align="justify"><br />A humildade e a entrega de si mesma em favor dos mais necessitados; hoje Deus nos chama a trabalhar em sua vinha, sair de nosso conforto e procurar os que estão necessitados; não só de pão, mas de amor, apoio e do conhecimento da palavra do Senhor.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>3º MISTÉRIO: JESUS NASCE EM UMA GRUTA, EM BELÉM.</strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo em Belém. Um Deus tão grande e poderoso vem até nós… o verbo de Deus se faz carne, sai da sua divindade e se torna um pobre mortal semelhante a nós em tudo, menos no pecado.</div><div align="justify"><br />Jesus nos mostra que nada que temos ou possuímos, nesse mundo importa, comparado àquilo que há de vir… o mais importante: a vida eterna. O orgulho de um anjo que queria ser Deus gerou o pecado. E o salário do pecado é a morte… …a humildade é a chave de toda a nossa salvação, a pureza de coração, a entrega sincera a Deus é a obediência, e o salário da obediência é a vida eterna. Pois todo aquele que crer em mim mesmo que morra eu o ressuscitarei.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><strong>4º MISTÉRIO: APRESENTAÇÃO DE JESUS AO TEMPLO<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a apresentação do Menino Jesus no Templo e a Purificação de Nossa Senhora. Uma espada de dor transpassará o vosso Coração. Apresentando o nosso coração ao Senhor para que ele faça a circuncisão e tire aquela pele que impede a ação do Espírito Santo em nossa vida. E mesmo que em nossa caminhada junto ao Senhor uma espada penetre nossa alma, possamos pela força de seu Espírito Santo ver a salvação que vem de Jesus.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>5º MISTÉRIO: A PERDA E O REENCONTRO DE JESUS EM JERUSALÉM<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a perda e o reencontro de Jesus no templo de Jerusalém. Maria e José perderam Jesus ainda menino aos 12 anos em Jerusalém e após três dias de dor e sofrimento o encontram no templo no meio de doutores da lei ensinando a doutrina do Pai. A Escritura Sagrada, é o caminho para encontrarmos Jesus, quando nos perdemos ou desviamos desse caminho, a conseqüência é a dor o sofrimento. Na procura diária pela leitura, estudo e reflexão da Bíblia, podemos buscar o encontro ou o reencontro com Nosso Senhor e depois viver essas palavras e ensinamentos o quanto mais cedo. E, assim como Jesus, crescer na obediência e cuidar das coisaS do Pai.</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="font-size:180%;color:#339999;">MISTÉRIOS DOLOROSOS</span><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>1º MISTÉRIO: A AGONIA DE JESUS</strong><br /></div><div align="justify">Contemplamos a agonia Mortal de Nosso Senhor, quando suou sangue no Horto das Oliveiras. “Minha alma está triste a ponto de morrer, ficai aqui e vigiai. “Vigiai e orai para não cairdes em tentação, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”</div><div align="justify"><br />A oração e vigilância nos livra de cairmos nas armadilhas do demônio. Ele está sempre esperando uma oportunidade para nos fazer cair no pecado. Só com a força da oração constante podemos vencê-lo. Jesus mesmo sabendo tudo o que iria lhe acontecer, suportou toda tristeza e foi obediente ao Pai. Seguir o seu exemplo e em todas as coisas que nos acontecer, seja boa ou má …sempre seja feito a vontade de Deus e não a nossa, pois Ele sabe o que é melhor para cada um de nós.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>2º MISTÉRIO: A FLAGELAÇÃO DE JESUS ATADO A UMA COLUNA<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a flagelação de Nosso Senhor. O sofrimento – a humilhação o escárnio- a violência de um inocente. Toda essa humilhação e dor por cada um de nós, pecadores. O amor que sente por cada ser humano é impossível de se imaginar. E todas as vezes que pecamos e ofendemos um irmão estamos sendo os carrascos que torturaram Jesus.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>3º MISTÉRIO: A COROAÇÃO DE ESPINHOS<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a coroação de espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cada ponta de espinho… um pecado – em cada gota de sangue derramado o perdão.<br />Sua sagrada face coberta de sangue… o sangue que nos lavou e limpou de nossos pecados; na dor provocada pelos espinhos resgatou-nos da morte. O mesmo sangue que hoje derrama em cada Santa Missa Celebrada; poderoso sangue redentor, que nos cura e liberta de toda escravidão do pecado.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>4º MISTÉRIO: JESUS CARREGA A CRUZ ATÉ O CALVÁRIO<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a subida dolorosa de Jesus carregando a Cruz para o Calvário. O peso dos pecados do mundo nos ombros abriram chagas que chegavam até os ossos.<br />Todo aquele que quiser vir após mim, renegue a si mesmo toma sua cruz e siga-me. As cruzes diárias é caminho de redenção e salvação. Aceitar as cruzes é amar a Jesus e imitá-lo. O servo fiel que segue seu mestre e também dá a vida por outro irmão.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>5º MISTÉRIO: JESUS MORRE NA CRUZ</strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Contemplamos a crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cruz, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, consolo e sinal de fé para os cristãos. A cruz Sagrada seja a nossa luz… todo sofrimento na terra não tem comparação ao da cruz do Senhor. Por amor ao ser humano e ao pecador suportou dores incalculáveis, humilhou-se, foi insultado e desprezado, tratado como o pior dos criminosos. O maior dos tesouro de um cristão ..honrar a Santa Cruz!<br /></div><div align="justify"></div><div align="center"><span style="font-size:180%;"><span style="color:#339999;">MISTÉRIOS GLORIOSOS</span><br /></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>1º MISTÉRIO: A RESSURREIÇÃO DE JESUS</strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos a ressurreição de Jesus. A morte não é o fim para aqueles que crêem em Jesus. A vitória sobre a morte, a esperança na vida eterna, o envio a anunciar a boa-nova, a remissão dos pecados. A paz de Jesus àqueles que O seguem.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>2º MISTÉRIO: A ASCENÇÃO DO SENHOR<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu. A volta ao Pai para preparar–nos um lugar e para cuidar de cada um de nós intercedendo junto a Deus pelo perdão de nossos pecados.<br /></div><div align="justify"><br /><strong>3º MISTÉRIO: A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE OS APÓSTOLOS<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com a Virgem Maria em Jerusalém. A vinda do Prometido, o Espírito Santo Paráclito: o advogado-defensor. O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo os que vos disse.</div><div align="justify"><br />O Espírito Santo que recebemos no Batismo é nosso condutor, defende-nos diante do Pai, pois temos um acusador dia e noite que nos acusa diante de Deus… satanás; mas o Espírito Santo que habita em nós, ora em nós com gemidos inefáveis, pois não sabemos o que pedir a Deus.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><strong>4º MISTÉRIO: A ASSUNÇÃO DE MARIA AO CÉU<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a assunção de Nossa Senhora ao Céu: o encontro da Mãe com o Filho no céu. Concebida sem pecado Virgem Santa merecedora de todas as graças. A filha predileta do Pai sempre fiel a Deus, guardou tudo sempre em seu coração, virgem do silêncio, seu corpo templo do Espírito Santo, Sacrário Vivo, não poderia ser corrompido pela terra como simples pecadora.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>5º MISTÉRIO: A COROAÇÃO DE MARIA POR JESUS E OS ANJOS</strong> </div><div align="justify"></div><div align="justify">(A serva fiel de Deus tornou-se Rainha)Contemplamos a coroação de Nossa Senhora como Rainha de todos os anjos e santos. Rainha dos Anjos: Uma mulher vestida de Sol, sobre a cabeça uma coroa de estrelas e sobre o os pés a lua. Rainha da Terra, Rainha da Igreja intercessora poderosa junto a Jesus, tem poder de esmagar a cabeça do dragão infernal, na hora de nossa morte nos defenderá junto a Jesus, e a todos aqueles que por amor a ela e a seu filho forem fiéis na oração do Santo Rosário. ….a cada Ave-Maria depositamos uma rosa a seus pés…..</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><span style="font-size:180%;color:#339999;">MISTÉRIOS LUMINOSOS<br /></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>1º MISTÉRIO: O BATISMO DE JESUS</strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos o Batismo de Jesus Cristo no rio Jordão. Com atitude humilde ele nos mostra o caminho inicial da Salvação: a aceitação de Deus como nosso único Senhor. Cristo é a luz do mundo, Luz é o atributo da divindade. “Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina”(Jo 1,9). “Quem me segue…”- disse Jesus - terá a luz da vida”(Jo 8,12). Nós, cristãos, somos “filhos da luz” (cf. Ef 5,8). A luz de Cristo é levada a todo o mundo pelos seus discípulos.<br />Batismo de Jesus - Enquanto Cristo desce à água do rio Jordão, como inocente que se faz pecado por nós (cf 2Cor 5,21), o céu se abre e a voz do Pai proclama-o Filho amado (cf Mt 3,17), ao mesmo tempo em que o Espírito o investe na missão que o esperava.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>2º MISTÉRIO: A AUTO-REVELAÇÃO DE JESUS NAS BODAS DE CANÁ</strong></div><div align="justify"><br />Contemplamos sua auto-revelação nas bodas de Caná, quando transformou água em vinho. Atendendo o pedido de Maria, Jesus inicia seu caminho em direção à Salvação dos Homens fazendo seu primeiro milagre.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná - Mistério de luz é o inicio dos sinais em Caná (cf Jo 2, 1-12), quando Cristo, transformando a água em vinho, abre a fé o coração dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira entre os que crêem.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>3º MISTÉRIO: O ANÚNCIO DO REINO DE DEUS<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos o anúncio do Reino de Deus com o convite à conversão. Jesus nos convida a nos </div><div align="justify">convertermos plenamente às leis de Deus em busca da felicidade eterna. O anúncio da Boa-Nova traz a esperança de um mundo melhor para todos os homens.</div><div align="justify"><br />Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão - Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf Mc 1,15), perdoando os pecados de quem a ele se dirige com humilde confiança (cf Mc 2,3-1; Lc 7,47s), início do mistério de misericórdia que ele prosseguirá exercendo até o fim do mundo, especialmente da reconciliação confiado à sua Igreja (cf Jo 20,22s)<br /></div><div align="justify"><strong>4º MISTÉRIO: A TRANSFIGURAÇÃO<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim Ele mostra aos Apóstolos e a todos os seres humanos a Sua verdadeira essência divina. Sua Luz nos orienta a seguir os caminhos do bem. Transfiguração de Jesus - Mistério da luz por excelência é a transfiguração que, segundo a tradição, se deu no monte Tabor. A glória da divindade reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai o apresenta aos apóstolos extasiados para que o “escutem” (cf Lc 9,35) e se disponham a viver com ele o momento doloroso da paixão, a fim de chegarem com ele à glória da ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><strong>5º MISTÉRIO: A INSTITUIÇÃO DA ESUCARISTIA<br /></strong></div><div align="justify">Contemplamos a instituição da Eucaristia. Jesus nos dá seu próprio corpo e sangue como alimento espiritual para nossas almas. É a entrega total e a maior prova de Seu Amor por toda a humanidade. Mesmo sabendo que ia ser traído e entregue ao sacrifício Ele nos deu uma mostra suprema de Sua divindade.</div><div align="justify"><br />Instituição da Eucaristia - Mistério da luz é, enfim, a instituição da Eucaristia, na qual Cristo se faz alimento com o seu corpo e o seu sangue sob os sinais do pão e do vinho, testemunhando “até o extremo” o seu amor pela humanidade (Jo 13,1), por cuja salvação se oferecerá em sacrifício.<br /></div><div align="justify"></div><div align="center"></div><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#339999;">As Quinze Promessas da Santíssima Vírgem aos que rezarem o Rosário</span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">1. Aqueles que rezarem com enorme fé o Rosário receberão graças especiais.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">2. Prometo minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o Rosário.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">3. O Rosário é uma arma poderosa para não ir ao inferno: destrói os vícios, diminui os pecados e nos defende das heresias.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">4. Receberá a virtude e as boas obras abundarão, receberá a piedade de Deus para as almas, resgatará os corações das pessoas de seu amor terreno e vaidades, e os elevará em seu desejo pelas coisas eternas. As almas se santificarão por meio do Rosário.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">5. A alma que se encomendar a mim no Rosário não perecerá.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">6. Quem rezar o Rosário devotamente, e tiver os mistérios como testemunho de vida, não conhecerá a desgraça. Deus não o castigará em sua justiça, não terá uma morte violenta, e se for justo, permanecerá na graça de Deus, e terá a recompensa da vida eterna.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">7. Aquele que for verdadeiro devoto do Rosário não perecerá sem os Sagrados Sacramentos.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">8. Aqueles que rezarem com muita fé o Santo Rosário em vida e na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude de sua graça, na hora da morte participarão do paraíso pelos méritos dos Santos.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">9. Livrarei do purgatório àqueles que rezarem o Rosário devotamente.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">10. As crianças devotas ao Rosário merecerão um alto grau de Glória no céu.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">11. Obterão tudo o que me pedirem mediante o Rosário.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">12. Aqueles que propagarem meu Rosário serão assistidos por mim em suas necessidades.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">13. Meu filho concedeu-me que todo aqueles que se encomendar a mim ao rezar o Rosário terá como intercessores toda a corte celestial em vida e na hora da morte.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">14. São meus filhinhos aqueles que recitam o Rosário, e irmãos e irmãs de meu único filho, Jesus Cristo.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">15. A devoção a meu Rosário é um grande sinal de profecia.<br /></div><div></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-41497627082241502192008-09-11T12:23:00.005-04:002008-09-11T12:35:16.451-04:00Mês da Bíblia com Santa Terezinha<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4ib2YPWgJhxFPY_aXfW5HUDs4HyBtSxh7F3_MLuiwLRKhyphenhyphenxUMo7FGYodTBJ0145KglZIzdD9tc4kH8PCbt3MH4Zz-ozJcAhlbXHb5XSTGBHgWxfUAK6jUEXMNOGte2lYmYzE/s1600-h/V_22,5anos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5244801117904083922" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4ib2YPWgJhxFPY_aXfW5HUDs4HyBtSxh7F3_MLuiwLRKhyphenhyphenxUMo7FGYodTBJ0145KglZIzdD9tc4kH8PCbt3MH4Zz-ozJcAhlbXHb5XSTGBHgWxfUAK6jUEXMNOGte2lYmYzE/s320/V_22,5anos.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong><span style="color:#663300;">SANTA TERESINHA E O MENINO JESUS</span></strong></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Desde muito cedo Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos seis anos e meio, começa a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã Paulina. Graças a esta catequese, o amor ao Menino Jesus vai aumentando em seu coração. Ao falar deste período, nossa santa afirma que "amava-o muito" (A 31v). </span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;">Não é, pois, de se estranhar que à época de seu primeiro chamado à vida carmelitana, tenha aceitado com entusiasmo a proposta de Madre Gonzaga de se chamar "Teresa do Menino Jesus" quando ingressasse no Carmelo. Após prepará-la para a primeira comunhão, Paulina, já Irmã Inês de Jesus no Carmelo de Lisieux, convida a menina a considerar sua alma como um jardim de delícias no qual é preciso cultivar as flores de virtudes que Jesus virá colher em sua primeira visita. </span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">No ano de 1887 se oferece ao Menino Jesus para ser seu brinquedo (A 64r), desejando abandonar-se sem reservas à sua misericórdia. Isto ocorre por ocasião da célebre audiência com o papa Leão XIII. Teresa esperava que o papa autorizasse sua entrada imediata no Carmelo, apesar da pouca idade. Enorme decepção! Recebe palavras ternas e não a resposta desejada. Por isso não fica perturbada. Não havia se oferecido para ser a "bolinha" de Jesus e não dissera que ele poderia fazer o que quisesse com ela?</span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">A partir do dia 9 de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pode, finalmente, realizar seu sonho de menina: assina suas cartas durante todo o postulantado como "Teresa do Menino Jesus" (Ct 46-79). No dia 10 de janeiro de 1889, dia em que recebe o hábito, assinará pela primeira vez "Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face", que será seu nome definitivo de Carmelita (Ct 80). </span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;">Quando entra na clausura, a primeira coisa que lhe chama a atenção é o sorriso de seu "Menino cor de rosa" (A 72v), que a acolhe. Ela se encarregará de colocar-lhe flores desde a Natividade de Maria: "era a Virgenzinha recém-nascida que apresentava sua florzinha ao Menino Jesus". (A 77r).</span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Teresa dedica muitas poesias, recreações piedosas e orações ao Menino Jesus, ao mistério do Natal e aos primeiros anos da infância de Cristo. No dia 21 de janeiro de 1894 cria e oferece à Madre Inês, em sua primeira festa como priora, uma pintura a óleo do Menino Jesus, a que intitula como "O sonho do Menino Jesus". Este quadro mostra o Menino Jesus de olhos abaixados, brincando com as flores que lhe são oferecidas. Ao fundo aparece sob a claridade da lua a Sagrada Face debaixo da cruz e cerca dos instrumentos da paixão.</span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;">Em uma carta enviada no mesmo dia (Ct 156), Teresa comenta seu quadro: longe de temer os sofrimentos futuros, o Menino Jesus conserva um olhar sereno e até sorri, pois sabe que sua esposa (Irmã Inês) permanecerá sempre ao seu lado para amá-lo e consolá-lo. Quanto aos olhos baixos, estes mostram sua atitude quanto à própria Teresa: "Ele está quase sempre dormindo". Neste último detalhe já vislumbramos uma prefiguração da grande prova de fé que irá acompanhá-la em seus últimos dias.</span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Nos finais de 1894, a jovem carmelita descobre sua "Pequena Via". A infância espiritual do cristão, feita de confiança e abandono, deverá se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter de Filho, tão particularmente representado nos traços de sua infância. No dia 7 de junho de 1897, Teresa se deixa fotografar, tendo nas mãos as estampas do Menino Jesus e da Sagrada Face. Sobre a imagem do Menino Jesus, conhecido como "de Messina", Teresa copia o versículo de Pr 9,4: "Quem for pequenino, venha a mim". </span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><strong><span style="color:#663300;">SANTA TEREZINHA E A SAGRADA ESCRITURA </span></strong></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Santa Teresinha viveu numa época em que era difícil o acesso à Bíblia. Os meios para conhecê-la eram limitados e as traduções muito imperfeitas. Superado o racionalismo frio que dominou os estudos bíblicos a partir do século XVII, na época de Teresinha se desenvolveram, especialmente no campo protestante e em alguns círculos católicos, diversos métodos de análise literária que representaram grandes avanços na crítica literária e textual. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">A aceitação pouco crítica do sistema filosófico e científico da época (idealismo hegeliano, positivismo, historicismo...) levou a uma série de hipóteses e interpretações intermináveis e, por fim, à inevitável separação entre exegese e teologia. Isto resultou no distanciamento cada vez maior entre exegetas, teólogos e o povo cristão. A Igreja Católica reagiu a este movimento, rejeitando todo método crítico de leitura da Bíblia. O Pe. Lagrange tentou coadunar a visão católica da Bíblia com a crítica racional, em 1903, mas seus projetos foram tolhidos pela Encíclica Pascendi, de Pio X, frente à crise modernista. Foi preciso esperar muitos anos para a Igreja assumir uma postura menos radical e apologética. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Neste contexto histórico, cheio de apreensões frente ao estudo crítico da Bíblia, no qual se tornava cada vez mais contundente a separação entre Bíblia e teologia ou entre Bíblia e vida espiritual, Teresa viverá uma experiência bíblica inédita: pela leitura e meditação freqüente da Escritura descobre a vontade de Deus em sua vida e a Palavra de Deus vai se transformando na fonte primeira de sua experiência espiritual. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Poucos anos após sua morte, os dominicanos abriram em Jerusalém, sob os auspícios do governo francês, a "École Biblique". Este foi o primeiro grande esforço da Igreja Católica do século XX para levar adiante um projeto científico de estudo e investigação de arqueologia e exegese bíblicas. Assim, outro sonho se acrescentava aos desejos de Santa Teresinha: ser exegeta: "Não é triste ver tantas diferenças de traduções da Sagrada Escritura? Se eu fosse sacerdote, não me contentaria com o latim, mas teria aprendido o hebraico e o grego, para assim conhecer o texto verdadeiro ditado pelo Espírito Santo". (CA 4.8.5). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Teresinha não foi uma exegeta, no sentido com o qual este termo é usado atualmente nos ambientes de estudos bíblicos, mas uma ouvinte privilegiada da Palavra, graças à atitude espiritual com a qual dela se aproximou. Em Teresa se cumpre a palavra de Jesus: as coisas escondidas aos sábios e entendidos são reveladas aos simples (Mt 11,25; Lc 10,21). O Reino de Deus pertence àqueles que se tornam semelhantes às crianças (Mc 10,4). Ela é verdadeira mestra da vida espiritual na leitura da Bíblia para a comunidade cristã. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Com sua ajuda, o evangelho se transforma, de livro escrito em livro de vida, de um relato do passado a evento que compromete e transforma hoje. Teresinha nos ensina a sintonizar nossa própria história com a história de Cristo. Soube interpretar a Escritura com sabedoria, originalidade, frescor e surpreendente claridade. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">1. Três dimensões da Bíblia </span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Santa Teresinha lê a Bíblia em três dimensões: a) como luz que orienta; b) um acontecimento para o hoje; c) força que nos faz experimentar a presença de Deus. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">a) A Bíblia é Luz </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Teresa se aproxima do evangelho, a partir das diversas situações da vida, certa de que nele vai encontrar a luz necessária: "Acima de tudo, o que me sustenta durante a oração é o evangelho. Nele encontro tudo o que necessita minha pobre alma. Nele continuamente descubro novas luzes e sentidos ocultos e misteriosos". (Ms A 83v). Ela não inventou o evangelho e nos recorda que ele é tudo, que ele nos basta. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">À medida que vai amadurecendo em sua vida espiritual e em seu horizonte vão surgindo novas situações e exigências, Teresa vai descobrindo no único evangelho, "novas luzes e sentidos ocultos". E confidencia: "Jesus me conduz a cada passo e me inspira o que devo dizer ou fazer.. Exatamente no momento em que preciso, descubro luzes onde até então havia me fixado". (Ms A 83v). </span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Para nossa santa, a Bíblia é luz, como afirma o Salmo 119,105: "tua palavra é lâmpada para meus passos, uma luz em meu caminho". No evangelho descobre continuamente "novas luzes" (Ms A 83 v); nele encontra um caminho seguro para conhecer e seguir a Jesus. Pensa no evangelho como "pegadas luminosas" que iluminam a vida para saber onde ir (cf. Ms C 26v). A Bíblia, para Teresinha, é uma luz tão forte que ilumina todas as dimensões da existência cristã: "Tomo nas mãos a Sagrada Escritura e então tudo fica claro para mim, uma única palavra abre minha alma a horizontes infinitos". </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">A Bíblia a ilumina em algo de capital importância: a possibilidade e a gratuidade da santidade: "Abro a Sagrada Escritura... e a perfeição me parece fácil" (Ct. 226). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Para Teresinha, a vida vem em primeiro lugar. Determinada situação lembra-lhe espontaneamente uma cena evangélica ou uma expressão de Jesus. Desta forma Teresa capta o sentido dos acontecimentos e os interpreta à luz da Palavra de Deus. No início de sua autobiografia justifica toda sua vida à luz de um versículo do evangelho de Marcos (Mc 3,13), quando afirma: "Eis o mistério de minha vocação, de toda minha vida, sobretudo o mistério dos privilégios com os quais Jesus dispensou a minha alma" (Ms A 2r). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Ela não se aproxima da Bíblia a partir do texto, mas a partir do que está vivendo concretamente. Quer interpretar e iluminar a vida com a ajuda da Bíblia, adquirindo assim uma atitude verdadeiramente contemplativa. Quando busca sua vocação, em meio ao combate entre desejos que se entrechocam, busca a resposta em uma carta de São Paulo (Ms B 3r). Quando deseja encontrar um elevador que a conduza a Jesus, nos diz: "busquei nos Livros Sagrados algum indício do ascensor" (Ms C 3r). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Teresinha interpreta a vida antes da Bíblia. Em muitas oportunidades a vemos buscando textos apropriados que possam iluminar situações bem concretas. Vejamos alguns exemplos. Escreve a Celina e diz: "Abrindo o evangelho, pedi a Jesus que eu encontrasse alguma passagem para ti. Veja o que encontrei..." (Ct 143); ao Pe. Roulland escreve: "Esta noite, na oração, meditei algumas passagens de Isaías que me parecem muito apropriadas para você. Não posso deixar de transcrevê-las" (Ct 193). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Alguns meses antes de sua morte, sabendo que no convento havia irmãs que a julgavam com severidade e outras que gostavam dela, deseja saber o que Jesus pensa a seu respeito. Vêem-lhe à mente alguns trechos do evangelho de João: "Quando voltava à minha cela, eu me perguntava sobre o que Jesus pensaria de mim. No mesmo instante me lembrei das palavras que um dia ele dirigiu à mulher adúltera: ´Ninguém te condenou´? E, com lágrimas nos olhos, respondi: ´Ninguém, Senhor´." (Ct 230). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Teresa busca o evangelho e compreende sua vida a partir de um novo prisma. Um método espontâneo, baseado no dinamismo da fé, da esperança e do amor, aproximando-se sempre do texto sagrado a partir de questões vitais. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">b) A Bíblia não é livro do passado</span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Para Teresa o evangelho não é uma história do passado, mas evento que se atualiza em sua vida e na vida das outras pessoas. Contemplando Jesus no evangelho descobre que se repetem misteriosamente em sua história pessoal as situações por ele vividas, suas palavras e sentimentos. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Tem convicção de que Jesus está presente em sua vida. Tudo que ele disse ou fez é uma realidade permanentemente revivida pelos cristãos. A leitura teresiana do evangelho atinge seu auge quando Teresinha, através de sua resposta de fé, deixa que a história de Jesus se atualize na sua vida. As duas histórias se fundem e se identificam. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Ela se apropria das palavras de Jesus, citando-as na primeira pessoa. Transcreve o capítulo 17 do evangelho de João, como se lhe pertencesse, com liberdade e audácia surpreendentes, adaptando-o à sua situação: salta versículos, reorganiza-os, muda palavras, etc. Depois, comenta: "Estou assombrada com o que acabo de escrever, pois não tinha intenção de fazê-lo. Mas, como está escrito, tem de ficar" (MC 35r). Escreveu impelida pelo amor que a une a Jesus. Sua audácia é a de uma criança que sente como seu o que pertence ao pai. Por isso repete as palavras do pai como se fossem suas. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Teresa deixa-se arder com os mesmos sentimentos de amor que arderam em Jesus. Isto se torna claro em seus comentários a respeito da sede de Jesus na cruz (Jo 19,28) e sobre o pedido de Jesus à samaritana em Jo 4,7: "dá-me de beber". Com relação à sede de Jesus na cruz, ela comenta: "Continuamente ressoava em meu coração o grito de Jesus na cruz: ´Tenho sede´. Estas palavras acendiam em mim um ardor desconhecido e muito vivo... Queria dar de beber a meu Amado, e eu me sentia devorada pela sede de almas". (M A 45v; cf. M A 46v; PN 24,10).<br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">c) A Bíblia é força</span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Para santa Teresinha a Bíblia tem uma terceira dimensão: é força que nos leva a experimentar Deus. A Bíblia não traz apenas uma mensagem que se capta pela razão. É também força, consolação, boa notícia, que se acolhe no coração. Na Bíblia se revela a presença libertadora e consoladora de Deus. Esta convicção de fé é fonte de fortaleza e consolo em meio às lutas cotidianas. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Santa Teresinha confessa que o evangelho "a sustenta durante a oração" e, quando se vê impotente, a Sagrada Escritura "vem em seu socorro" (Ms A 83v). Quando descobre "o ascensor" em dois textos do Antigo Testamento, confidencia: "nunca palavras tão formosas e melodiosas alegraram minha alma" (Ms C 3r); e, quando encontra num texto da 1a. carta aos Coríntios, que completa seus desejos e responde à sua busca, exclama: "Podia, enfim, descansar" (Ms B 3v). A terminologia usada pela santa nos ajuda a perceber sua experiência da Bíblia enquanto força. A Palavra a sustenta, ajuda, provoca-lhe uma alegria indizível, oferece-lhe descanso. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">2. Um método simples para ler e orar a Bíblia</span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">O método bíblico-teresiano é muito simples: parte da vida, chega diretamente ao texto e o faz em atitude orante para encontrar uma nova luz onde antes não havia. um exemplo concreto, tirado dos Cadernos Amarelos, mostra como Teresinha lê a Bíblia. (CA 21/26.5.11). Madre Inês lhe dissera algumas palavras carinhosas, afirmando que tudo em Teresinha lhe agradava. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">As palavras de Madre Inês a deixam perturbada: "Eu já estava comovida, mas, continuando a pensar que o seu amor fazia-a ver o que não é, eu não conseguia saborear plenamente". Teresinha está tomada de desarmonia e incerteza. Diante deste impasse, vai ao Evangelho: "aí, peguei meu pequeno evangelho". Este é o segundo momento: o contato direto com o texto bíblico a partir de uma experiência de vida. Teresa acrescenta um terceiro momento à sua leitura: "pedindo ao bom Deus que me consolasse, respondendo ele mesmo..." Ela lê a Bíblia orando. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Lembra-nos que a escuta de Deus não depende de nós, mas exclusivamente dele, de sua decisão gratuita e soberana em se comunicar conosco e possibilitar que escutemos sua voz. Sem a graça do Espírito a Bíblia é um livro fechado. Após orar, Teresa pousou os olhos num trecho "que nunca me havia chamado a atenção e então derramei lágrimas de alegria". Havia encontrado a resposta (Jo 3,34): "Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; o dom do Espírito é, na verdade, sem medida". Ela compreende que Madre Inês havia sido enviada por Deus e que dizia a verdade. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Resumindo, então. São três momentos: experiência de vida, contato direto com o texto, oração e descoberta de uma nova luz. As situações que impulsionam Teresa a buscar luz na Bíblia são muitas. Basta folhear seus escritos para encontrá-las: incerteza, desejos não realizados, escuridão, novas experiências, etc. Ela confessa seu contato direto com a Bíblia em diversas ocasiões. São conhecidas suas expressões: "Abrindo o evangelho, meus olhos se depararam com estas palavras" (A 2r); "pegando o evangelho" (Ct 143); "deparei com esta passagem" (Ct 193); "tomo em minhas mãos a Sagrada Escritura" (Ct. 226); etc. </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;">Sabe deter-se no texto e ler atentamente. Bastaria que citássemos seu comentário sobre a passagem de Zaqueu (Ct 137), onde o verbo "descer" lhe dá a chave de leitura de todo o texto; mesmo quando fala do novo mandamento do amor (MC 12r), sua insistência na expressão "como Jesus" dá unidade à sua leitura. Isto demonstra uma delicada capacidade de leitura e uma atenção especial aos detalhes e termos mais significativos do texto. Quando pega o texto bíblico, "pede a Jesus encontrar uma passagem" apropriada à sua situação ou à de outras pessoas (Ct 143). Isto é, termina orando e dialogando com Jesus depois de ler a Bíblia, fundindo sua palavra de oração com a palavra bíblica(cf. Ct 230). </span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#663300;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Vida, texto, oração e nova luz. Passos de uma forma de leitura bíblica simples e pessoal. Primeiro passo: escutar a vida. Segundo passo: pegar a Bíblia e lê-la atentamente para encontrar luz e força. Terceiro passo: fazê-lo em oração, pedindo a graça da escuta. Quarto passo: viver a experiência da transformação que opera a Palavra e viver obedientemente o que Deus nela revela. </span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663300;">Traduzido de http://members.tripod.com/debarim/teresitbibl<br /></span></div><div align="justify"></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-80323150756302782532008-07-31T16:58:00.002-04:002008-07-31T17:09:10.407-04:00Espiritualidade de Santo Inácio de Loyola<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDSEMgGPBdQRwobX_KauyyveMGlRxKyExrYNi8hJGIgCZXGRjTmydfZOTDOrMYZag8DCIArOB8KjknZ4-zahltXbCUZBAeMXBb5ExywtiPe9A6n5EWQJBVmmxR8QtbmOBbbhzd/s1600-h/jesus+02.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229286648812138802" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDSEMgGPBdQRwobX_KauyyveMGlRxKyExrYNi8hJGIgCZXGRjTmydfZOTDOrMYZag8DCIArOB8KjknZ4-zahltXbCUZBAeMXBb5ExywtiPe9A6n5EWQJBVmmxR8QtbmOBbbhzd/s320/jesus+02.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong>MOÇÕES, CONSOLAÇÕES E DESOLAÇÕES ESPIRITUAIS</strong> </div><br /><div align="justify"><br />"Moções", "consolações" e "desolações" são nomes dados por Santo Inácio de Loyola a diversos sentimentos experimentados por ele no seu leito de convalescente e depois, em momentos dedicados à oração e mesmo no decorrer do seu cotidiano. Ele costumava anotar estas observações num caderninho de apontamentos. Daí se originou o seu livrinho dos "Exercícios Espirituais". O desejo de Santo Inácio era o de auxiliar outras pessoas a caminharem na sua própria vida reagindo corretamente a estes diversos sentimentos produzidos pelos diversos espíritos, ou seja, a caminharem na sua vida de cada dia atentos à dimensão tão importante da espiritualidade do ser humano. </div><br /><br /><br /><br />Lembremo-nos que para Sto. Inácio "os Exercícios Espirituais (EE) são o melhor que nesta vida eu posso pensar, sentir e entender, tanto para a pessoa poder aproveitar para si própria, como para poder frutificar, ajudar e aproveitar para muitos outros" (Carta a Manuel Miona, Veneza, 16 de novembro de 1536).<br /><br /><br />"Os EE têm transformado muitos corações e muitas vidas... Pessoalmente estou convencido de que não podemos oferecer coisa melhor". Carta do P. Peter-Hans Kolvenbach, Superior Geral da Companhia de Jesus, a todas as pessoas relacionadas com a mesma Companhia de Jesus, aos 27/09/91, Coleção Ignatiana, n.37, pg.19.<br /><div align="center"> </div><div align="center"><br /><strong>Moções Espirituais</strong> </div><div align="center"> </div><br />As célebres "moções espirituais" dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola são pensamentos que vêm de fora, não têm origem no próprio querer e liberdade da pessoa, movem a pessoa a agir e deixam ou produzem, também, uma repercussão afetiva. Originam-se do próprio Deus e dos seus bons espíritos ou, ao contrário, dos instintos egoístas, do mal ou dos maus espíritos.<br /><br /><br />A atuação dos espíritos (Deus e os seus anjos, o mal em todas suas manifestações) acontece no âmago da pessoa humana, por essa realidade que Santo Inácio chamou de "moções espirituais". Perceptíveis, sobretudo, quando a pessoa está fazendo Exercícios Espirituais (EE), mas que também acontecem e podem ser detectadas no cotidiano da vida.<br /><br /><br />É importante esclarecer a noção de "moção espiritual", suas espécies, como atuam na pessoa humana, seus efeitos e como administrá-las ou nos comportar diante delas. São fatos, fenômenos, que ele, o leigo Inácio, como já foi dito, teve a graça de perceber acontecendo nele mesmo, inicialmente, no seu leito de convalescente, depois, quando se dedicava à oração; e mesmo, no cotidiano de sua vida.<br /><br /><br />Inácio observou que brotavam nele pensamentos que não provinham simplesmente de seu querer e liberdade. Estes pensamentos o moviam à ação, num sentido profundo da existência humana: contra Deus ou a favor de Deus. Percebeu que alguns pensamentos o levavam para Deus e para as coisas de Deus. Outros, ao contrário, o levavam a se afastar de Deus e das coisas de Deus. Uns o levavam a uma maior qualidade de vida. Outros, ao contrário, o conduziam a uma vida fugaz e enganosa.<br /><br /><br />Santo Inácio notou também que estes pensamentos deixavam uma marca afetiva no seu íntimo, no seu coração. Ora de arrependimento, de desejo de mudança, de paz, de alegria. Ele se sentia com muita fé, esperança, amor, esquecido de si mesmo e aberto para os outros, em profunda e serena paz. Em outras ocasiões, pelo contrário, percebia a si mesmo com sentimentos opostos: de falta de fé, de desesperança, sem amor, fechado em si mesmo e esquecido dos outros, perturbado.<br /><br /><br />O leigo Inácio constatava tudo isso na sua experiência. Não estava filosofando nem teorizando sobre o assunto. Somente teve a graça de notar o que estava acontecendo em si mesmo, na sua experiência. Observava apuradamente a influência destes pensamentos em sua vida e os efeitos produzidos e chegou com segurança a descobrir suas origens, sua natureza e a definir que atitudes adequadas caberiam ser tomadas diante de cada um deles.<br /><br /><div align="center"><br /><strong>Moções com causa precedente e moções sem causa precedente. </strong></div><br />Estas moções espirituais geralmente são ocasionadas com base em algum pensamento, lembrança ou sentimento. Santo Inácio no seu livrinho dos EE dá o nome genérico de "causa precedente" a estes pensamentos, lembranças, sentimentos, ou qualquer acontecimento, que de alguma maneira ocasionaram as moções espirituais.<br /><br /><br />Estas "causas precedentes" podem ser utilizadas tanto pelo bom como pelo mau espírito. A mesma lembrança, o mesmo pensamento ou sentimento, pode ser base ou ocasião para uma moção do bom ou do mau espírito.<br /><br />Por exemplo: a lembrança de uma marca negativa do passado pode ser causa precedente para o mau espírito dar uma moção de desesperança, de falta de fé e de desânimo na caminhada: "Eu sou ruim mesmo, veja o que já aconteceu comigo! Não tenho mais jeito". A mesma lembrança pode também, ser causa precedente, dar base ou ocasião para o bom espírito dar uma boa moção infundindo ânimo e coragem, agradecendo a Deus que me escolheu apesar destes fatos negativos do passado que me vieram à mente: "Como Deus é bom! Ele tem um amor privilegiado para comigo. Apesar de tudo que comigo já aconteceu ele me escolheu para ser mais intimamente dele! Que beleza! Vou empenhar-me na minha missão".<br /><br /><br />Ao acolher a boa moção não estou somente acolhendo a lembrança do passado, mas a interpretação dada pelo bom espírito. Ao afastar a má moção não estou reprimindo e abafando o pensamento da lembrança do acontecido, mas descartando a interpretação dada pelo mau espírito.<br /><br /><br />Com base, portanto, numa lembrança, num sentimento, e até numa palavra bíblica, como "causa precedente", diria Santo Inácio, pode brotar uma moção tanto do bom como do mau espírito. "Tanto o bom anjo quanto o mau podem consolar com causa precedente". EE 331. Será preciso então examinar o contexto da moção: os sentimentos ou o estado de paz ou de perturbação em que me encontrava quando ela se originou, sua repercussão afetiva me levando à paz e alegria profunda ou, pelo contrário, à perturbação e desassossego. Só assim poderei discerni-la se do bom ou do mau espírito.<br /><br /><br />Sem causa precedente, ou sem nenhum pensamento ou sentimento que desse origem a uma moção, somente Deus, o Senhor, pode atuar. Toda moção sem causa precedente é, portanto, sempre de Deus. "Somente Deus nosso Senhor dá consolação a uma pessoa sem causa precedente" EE 330.<br /><br /><br />Resumindo e esquematizando a noção de moções espirituais<br /><br /><br />S. Inácio, ao falar do Exame Geral de Consciência no livrinho dos EE (EE 32), pressupõe existir em nós três espécies de pensamentos.<br /><br /><div align="center"><br /><strong>"Pressuponho haver em mim três pensamentos, a saber: </strong></div><div align="center"><br /><strong>um meu próprio, que provém simplesmente de minha liberdade e querer,<br />e outros dois que vêm de fora: um proveniente do bom espírito e outro do mau." (EE32) </strong></div><br />As moções espirituais são, pois, justamente estes pensamentos que vêm de fora e nos atraem ou nos movem a agir segundo Deus (o nosso fim último) ou em oposição a ele.<br />Destaquemos os quatro elementos que constituem as moções:<br /><br />- São pensamentos<br /><br />- Que brotam ou vêm de fora<br /><br />- Levam-nos a agir<br /><br />- No nível da orientação profunda do homem, qualificando nossas ações como intencionadas por<br />Deus e para Deus ou em oposição a ele.<br /><br /><br />Numa terminologia técnica (aproveitando o pensamento do Pe. João A.Mac Dowell em: "Nota sobre as noções de "moção", "consolação" e "desolação" nos Exercícios Espirituais", em Itaici Cadernos de Espiritualidade Inaciana, 1, pág. 23-53) poderíamos dizer que as moções espirituais são pensamentos considerados no nível fenomenológico-existencial, que chamamos "espiritual". No âmbito em que as coisas são qualificadas não pelo que são abstratamente, mas como são na realidade existencial, inclusive no seu aspecto subjetivo, intencional.<br /><br /><br />As moções podem ter origem com uma "causa precedente" ou acontecerem sem "causa precedente". Com causa precedente podem ser provocadas pelo bom ou pelo mau espírito. Sem causa precedente somente por Deus!<br /><br /><br /><div align="center"><strong>"Consolação" e "desolação" espirituais </strong></div><div align="center"><strong><br /> </div></strong>As moções de Deus ou do inimigo, embora sejam pensamentos que surgem na mente humana, quando acolhidas ou rejeitadas pela liberdade humana, têm uma repercussão no âmbito afetivo. Quando provenientes de Deus e seus anjos produzem no fundo da consciência, (poderíamos dizer também do coração), sentimentos profundos de paz, de alegria, de unificação da personalidade, de encontro consigo mesmo e com Deus. Porém, pelo contrário, quando originadas do inimigo, produzem sentimentos opostos, de perturbação, de tristeza, de desesperança, de intranqüilidade, de afastamento de Deus e de falta de fé. Santo Inácio designa estes sentimentos como "sentimentos espirituais", ou, já, qualificando-os, chama-os de "consolação" quando produzidos pelas boas moções e de "desolação", quando fruto das más moções.<br /><br /><br />Notemos que há níveis de maior ou menor profundidade nos sentimentos espirituais, ou nas experiências espirituais, e conseqüentemente, níveis de maior ou menor consolação ou desolação espiritual. São fenômenos no âmbito da mística, de diversas intensidades. Sempre gratuitos; não originados pura e exclusivamente da liberdade humana, mas que por ela podem ser acolhidos ou rejeitados, com resultados opostos.<br /><br /><div align="center"><br /><strong>Importância da atenção às moções e da correta atuação diante delas </strong></div><br /><br />A atenção às moções e a atuação correta diante delas é fundamental no agir da pessoa humana para garantir qualidade de vida. Uma vida humana que se desenvolvesse sem a consciência explícita da existência das moções dos bons e dos maus espíritos, embora muitas vezes tenha sido influenciada pelas mesmas, estaria fadada ao fracasso profundo no uso da sua liberdade. Ignorando a atenção aos apelos que lhe vêm de fora a pessoa humana vai construir sua vida jogando sua liberdade e querer ao encontro de projetos, fruto de suas criações intelectuais, emotivas ou imaginativas, ou fruto de propostas ideológicas. Em ambos os casos, correndo claro risco de não responder às tendências profundas de seu ser e ao caminho único de sua liberdade. A pessoa humana não seria realmente livre, pois, ou seguiria cegamente, sem discernir com sabedoria as propostas que lhe são apresentadas por outros seres humanos, os gurus da vida, ou suas próprias elucubrações intelectuais, imaginativas ou frutos de seus impulsos desordenados.<br />Ora, a pessoa humana é chamada a se superar a si mesma. É um ser relacionado, um ser-resposta, heterônomo.<br /><br /><br />Sua realização acontece não quando busca cegamente exclusivamente valores ou se entrega alucinadamente à procura de sensações, mas somente quando, discernindo e descartando prontamente as propostas falazes do inimigo, responde reta e generosamente à proposta de Quem, e do Único, que, gratuita e amorosamente, pode e lhe quer oferecer a vida em plenitude. Cabe, contudo, à própria pessoa perceber estes "movimentos", distingui-los se do bom ou mau espírito, acolher os do bom, repelir ou descartar os do mau espírito.<br /><div align="center"><br /><strong>Importância dos estados de consolação e desolação para o discernimento orante.<br /></strong></div><br />A boa moção e a consolação verdadeira são sempre de Deus.<br /><br />A má moção, a desolação e a consolação enganosa (que principia aparentemente boa, mas depois se manifesta como do mau espírito) são sempre do mau espírito.<br /><br />A verdadeira consolação espiritual é sempre graça, abundância de graças, dom de Deus.<br /><br />Manifesta uma significativa presença de Deus em nós.<br />A desolação espiritual manifesta a presença do inimigo. Nunca é provocada diretamente por Deus.<br /><br />Na consolação, estando Deus mais presente em nós, somos mais influenciados por ele. Ele nos move e nos atrai, nos aconselha delicadamente para realizarmos os seus desejos, os seus planos a nosso respeito. Podemos, assim, discernir a sua vontade.<br /><br />Na desolação, pelo contrário, é mais o mau espírito que nos envolve, nos aconselha, nos atrai e nos leva a realizar os seus planos a nosso respeito.<br /><br />No discernimento orante, pois, quando pela oração percebemos mais intensamente a presença do bom ou do mau espírito, podemos perceber as atrações, as moções, os conselhos de um ou do outro. Vamos ficar atentos a quem nos aconselha, de onde provem o conselho ou a atração.<br /><br /><br />Se provem do bom espírito, presente abundantemente na consolação, a acolhemos, mesmo sem examinar o seu conteúdo. Pois provém do bom espírito, é de Deus que não nos engana. De Deus só pode vir coisa boa! Seria uma ofensa querer examinar o que ele está nos propondo para vermos se vale a pena. Com Deus não se regateia. Vamos segui-lo e acolhê-lo mesmo loucamente. Podemos, sim, verificar e confirmar se brotou mesmo quando da presença do bom espírito.<br /><br /><br />Se provier do mau espírito, nem examinamos o seu conteúdo, a afastamos. Do mau espírito não pode vir coisa boa. Não se conversa, não se dá atenção ao mau espírito. Descarta-se. Ele é mentiroso e está embriagadamente nos desejando o mal.<br /><br /><br />Na anotação 15ª Santo Inácio indica que o que dá os exercícios não deve induzir o exercitante mais a uma parte que a outra das possibilidades, como, por exemplo, à vida religiosa ou ao matrimônio, porque é melhor que o "mesmo Criador e Senhor se comunique à sua alma devota, abrasando-a em seu amor e louvor e dispondo-a para o caminho em que melhor poderá servi-lo depois" (EE 15).<br /><br /><br />A missão, o papel ou a função de quem dá os exercícios não é dar conselhos ou receitas e sim ajudar para que o encontro entre o Senhor e o exercitante aconteça. Neste encontro íntimo o Senhor vai indicar ao exercitante a sua missão manifestando os seus desejos a seu respeito.<br />No discernimento orante, é pois, muito importante perceber de onde provêm os pensamentos, os desejos, os apelos. Se de um estado de maior ou menor consolação ou, ao contrário, de um estado de maior ou menor desolação. Não é o caso de se examinar o conteúdo, ou a proposição dos apelos ou desejos. Não estamos fazendo um discernimento racional, mas orante.<br /><br /><br /><br />_________________________________________<br /><br />Vamos também distinguir a verdadeira consolação espiritual da consolação meramente sensível ou de uma consolação voluntaristicamente fabricada. Hoje, com a enorme pressão exercida pelos meios de comunicação social (especialmente TV e rádio) esta tarefa se torna duplamente delicada... . "Tudo se fabrica" e esta é uma tentação de "espiritualidade barata" presente hoje até em grupos da Igreja!<br /><br /><br />Muitas pessoas são orientadas para fazerem a Revisão da Oração destacando as frases que mais tocaram, os sentimentos, os apelos e as resistências. Julgamos imprescindível relacionar os apelos com os sentimentos ou estados de consolação ou desolação. O mesmo apelo, ou a mesma proposição, dependendo da sua origem (se origina num estado de consolação ou de desolação) poderá ser do bom ou do mau espírito. Julgamos também mais inaciano procurar perceber para onde o Senhor está atraindo ou movendo, do que falar de apelos do Senhor.<br /><br /><br />Vamos discernir a vontade de Deus, que certamente é racional, embora muitas vezes não a possamos captar ou entender totalmente.<br /><br /><div align="center"><br /><strong>A oposição ou contrariedade entre os espíritos bom e mau. </strong></div><br /><br />Inácio de Loyola atentamente observando suas experiências espirituais notou que o mau espírito atrai ou move a pessoa justamente na direção oposta à que o bom espírito a está movendo ou atraindo. Se o bom espírito está atraindo a pessoa para a direção sul, o mau espírito vai atraí-la justamente para a direção norte. Se o bom espírito está movendo a pessoa para entrar na vida religiosa o mau espírito vai colocar obstáculos justamente para a realização deste desejo e atraí-la para a vida matrimonial. Há, pois, uma contradição entre o modo de agir dos espíritos.<br /><br /><br />Neste contexto podemos entender o célebre axioma inaciano: "agir contra". Trata-se de agir na direção oposta à indicada pela tentação; assim agindo, você estará indo ao encontro do Senhor. Se você é tentado e sente preguiça e corpo mole para ir a um ofício religioso, procure agir contra a tentação, na direção oposta à tentação, procurando ir logo ao ofício religioso, chegando até um pouco antes, colocando-se nos primeiros bancos e se oferecendo, se houver oportunidade, para participar mais ativamente. Certamente você sentirá uma consolação especial, você agindo contra a tentação está caminhando na direção ao encontro com o Senhor Jesus.<br /><br /><br />fonte : Jesuitas<br /></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-45198155869664984932008-07-10T08:35:00.005-04:002008-07-10T08:58:56.412-04:00A coerência entre oração e vida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSNAI_Gxvxf7JfwfbVDPCXn20-65AbH7KbzsqnGt3apD7vRU16hCsCQO8XPXxWAdnU5_3Um1bESyiYQkNJ0NCKxrxKqJoI2Qy9FXiE5a4ovGvX0XmtCdkJgV9yhozO3_YqOJSE/s1600-h/santateresa2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSNAI_Gxvxf7JfwfbVDPCXn20-65AbH7KbzsqnGt3apD7vRU16hCsCQO8XPXxWAdnU5_3Um1bESyiYQkNJ0NCKxrxKqJoI2Qy9FXiE5a4ovGvX0XmtCdkJgV9yhozO3_YqOJSE/s320/santateresa2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5221367604817808594" border="0" /></a> <p class="MsoNormal" style="margin-left: -91.2pt; text-align: center;"> </p><div class="Section1"> <div style="text-align: center;"><span style="color: rgb(0, 51, 0);font-size:130%;" >Autor: Pe. Valdo Bartolomeu de Santana</span><br /></div><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(0, 51, 0);font-size:13;" > </span></p><div style="text-align: center;"><b><span style="color: rgb(0, 51, 0);"> “<span style="font-size:85%;">TUA VIDA FALA TÃO ALTO QUE NÃO CONSIGO OUVIR TUAS PALAVRAS”</span></span></b></div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="color:black;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="color:black;">É certo que, quanto mais limpa e comprometidamente se viva a vocação cristã, tanto mais fácil se tornará o exercício da oração àqueles que não têm capacidade para discorrer sobre os mistérios da fé. Mas, em linha de verdade, cada dificuldade afeta profundamente a todos, porque surge da própria essência da oração, concebida como amizade. Ser amigo para tornar praticável o fazer<br />amizade.</span><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 5.7pt;"><span style="color:black;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;"> Nos dez primeiros capítulos da Autobiografia de<span style="font-weight: bold;"> Santa Teresa de Ávila</span>, sobressai uma afirmação clara: a oração, a que se entregou, sem dúvida, com decisão, não consegue conquistar a sua vida. Pelo menos, na medida das exigências mais elementares da amizade: doação totalitária, não pactuar com a mediocridade.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;"> A oração reduzia-se a uns tempos, mais ou menos longos, e até mais ou menos intensos, de trato amistoso com Deus. Reconhece com simplicidade que “as suas determinações e desejos – por aquele momento, digo – estavam firmes”. Determinações de ser, de corresponder ao amor com amor. Mas não tinha continuidade.</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;">“Não bastavam determinações”para não voltar a cair quando me punha na ocasião. Conclui, com razão: “Pareciam-me ser lágrimas enganosas”. Por quê? Dá no alvo quando escreve: “todo o mal vinha de eu não cortar pela raiz as ocasiões”. Concretamente, em guardar todo o seu amor para Deus. “Com isto se remediava tudo.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><span style="color:black;">” Porque andava escrava. Sobre isto não faltava luz à sua consciência. “E quão atada me via para não me determinar a dar-me de todo a Deus”. Optou pelo caminho da “maioria”: rebaixar o nível de exigências, contemporizando com os pedidos da natureza. Exprime-se assim: “Parecia-me melhor ainda andar com os demais - ... – e rezar o que estava obrigada, e vocalmente, e não ter oração mental e tanto trato com Deus.</span><span style="color:black;">”</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><br /><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;">Quando exortar os seus discípulos a darem-se incondicionalmente e com totalidade, se querem chegar à contemplação, isto é, a uma verdadeira e íntima união com Deus, apresentará o seu testemunho: “Assim, pois, filhas, se quereis que vos diga o caminho para chegar à contemplação...” empenhai-vos na reforma da vossa vida – “prática de virtudes”- , caso contrário, “eu vos asseguro e a todas as pessoas que pretendem este bem ( e bem pode ser que me engane, porque julgo por mim que o procurei vinte anos), que não chegareis à verdadeira<br />contemplação”. Fecha o caminho da oração quem não se conforma às exigências do amor.</span></p><p class="MsoNormal"><br /><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;">Teresa de Jesus fazia oração. Muita. As monjas viam-na apartar-se “muitas vezes à solidão a rezar e ler muito”.Mas não vivia a oração. Consagrava-lhes tempos, mas não era orante. Não há motivos para continuar a descrever do que se trata e até onde chegou Teresa pelo “caminho da maioria”.<br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color:black;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color:black;">O que importa é saber que se trata de presenças não integradas na Presença. Ainda mais: presenças rivais que a dividem e põem em tensão, que não lhe deixam o coração inteiro<br />para o Amigo, livre para Ele.<br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color:black;"><br /></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;">Fala-nos de experiência de “ataduras”, “escravidão”, “cegueira”. De querer “tratar com Deus e com o mundo”. Empresa impossível, a luta titânica por “juntar estes dois contrários, tão inimigos um do outro, como são vida espiritual e contentos e gostos e passatempos sensíveis”. Com frase insuperável: “Procurava... ter oração e viver a meu bel-prazer”. Exercício de oração não sustentado pela vida. O resultado era desolador: “Nem gozava de Deus nem achava contentamento no mundo”. Uma situação assim não pode sustentar-se por muito tempo. A oração não ganha a vida.</span><br /></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color:black;">E a vida começa a minar a oração. A corda sempre se quebra pelo lado mais fraco. E, no caso de Teresa, o lado mais fraco era a oração. E por aí se quebrou. O abandono da oração arrastou consigo toda a vida. É a altura em que a vida espiritual de Teresa atinge o nível mais baixo.</span></p> <p class="MsoNormal"><br /><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;">A vida é sempre o termômetro da oração que existe e da oração que falta. O abandono da oração precipita o desmoronamento espiritual de Teresa, como edifício em ruínas a que se tiram as escoras que o sustenta. Confessará humilde e assustada: “Este foi o mais terrível engano”; “julgo não ter passado perigo tão perigoso”. A sua confissão é uma advertência: que ninguém a siga por este caminho. Que ninguém abandone a oração por ruim e pecador que seja. “Deixar a oração é perder o caminho”. A vida ruim não deve levar ao abandono da oração mas à sua intensificação.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;"><br /></span><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="color:black;">Argumento de muitos para o não orar: Amo a Deus mas não tenho tempo para orar. É como se um esposo dissesse à esposa: eu a amo, trabalho o dia todo por ti, mas não tenho tempo para escuta-la, para olha-la, para abraça-la, para estar com você...” É preciso para estar a sós com Deus.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.7pt;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhApAijzTdwyHI_JV17iLMXHKDQkaKEPC9AX6Xz8HegI0AP48mqYXQw0WLLWr6kLT5Fek8zlP8AXSULvdIsLD9XZdraNyAOsBtxqytxWHiS2gdG_aBzePuoODiDlzc81zU7Bn3A/s1600-h/47947586.P8113111_small.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhApAijzTdwyHI_JV17iLMXHKDQkaKEPC9AX6Xz8HegI0AP48mqYXQw0WLLWr6kLT5Fek8zlP8AXSULvdIsLD9XZdraNyAOsBtxqytxWHiS2gdG_aBzePuoODiDlzc81zU7Bn3A/s320/47947586.P8113111_small.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5221363198031480898" border="0" /></a></p> <p class="MsoNormal"><br /><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p> </div><div style="text-align: center;"><span style=""></span> <span style="font-weight: bold;color:black;" >Em uma vida de oração é necessário momentos de oração. Dar algumas </span></div><div style="text-align: center; font-weight: bold;" class="Section2"> </div><div style="text-align: center; font-weight: bold;"><span style=""></span> <span style="color:black;">paradas com flashes de oração.</span><br /><span style="color:black;"></span><br /><span style="color:black;"></span><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></div><div class="Section3"><div style="text-align: center; font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="font-weight: bold;color:black;" >A espiritualidade do trabalho é imprescindível numa vida de oração. Faze tudo com amor é estar em comunhão com Deus.</span><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></p></div><div class="Section4"><p class="MsoNormal"><span lang="EN-US" style="color:black;"><br /></span><span lang="EN-US" style="color:black;"><o:p></o:p></span></p><span style=""><o:p></o:p></span><span style="font-size:8;"><o:p> </o:p></span> <p style="margin: 0cm 51pt 0.0001pt 0cm; text-align: justify;"><span style=""> </span><span style=""><o:p></o:p></span></p> </div> <span style=""> </span><div style="text-align: center;"><span style=";font-size:85%;color:black;" >Extraído do livro “oração, uma história de amizade”, de Maximiliano Herraz Garcia, ed. Loyola.pp 35- 42</span><br /></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-61617351657076645532008-07-10T08:00:00.000-04:002008-07-10T09:19:57.019-04:00Pensamentos sobre Nossa Senhora<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0B8BoCbuR9LtpE8sFvJrozYe-k43kTcktpQlOZYwHnxJfUgwpud5UteKWvK5tLQFGi5k16G6Is2RKpEd5cjYIEtfjyuxIhOJO3moglqUALDOHIHw7GVwDWxgd6kXQyHf4bfP6/s1600-h/C%C3%B3pia+de+mary-angels-fade.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 199px; height: 299px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0B8BoCbuR9LtpE8sFvJrozYe-k43kTcktpQlOZYwHnxJfUgwpud5UteKWvK5tLQFGi5k16G6Is2RKpEd5cjYIEtfjyuxIhOJO3moglqUALDOHIHw7GVwDWxgd6kXQyHf4bfP6/s320/C%C3%B3pia+de+mary-angels-fade.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5221373705168041058" border="0" /></a><span style="font-size:130%;"><b style=""><i style=""><span style=""><br /><o:p></o:p></span></i></b></span> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-size:100%;"><b style=""><i style=""><span style=""><span style="font-size:130%;">(por São José Maria Escrivá)</span> </span></i></b><b style=""><i style=""><span style=""><o:p></o:p></span></i></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 88.35pt; text-indent: -2.85pt;"><span style="color: rgb(255, 153, 0);font-size:100%;" ><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 122.55pt; text-align: center; text-indent: -105.45pt;" align="center"><span style="font-size:100%;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600" spt="75" preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f" stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"> <v:f eqn="sum @0 1 0"> <v:f eqn="sum 0 0 @1"> <v:f eqn="prod @2 1 2"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @0 0 1"> <v:f eqn="prod @6 1 2"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="sum @8 21600 0"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @10 21600 0"> </v:formulas> <v:path extrusionok="f" gradientshapeok="t" connecttype="rect"> <o:lock ext="edit" aspectratio="t"> </v:shapetype><v:shape id="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75" style="'width:127.5pt;"> <v:imagedata src="file:///C:\DOCUME~1\Nareba\CONFIG~1\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.gif" title="M1508e"> </v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><br /><!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 122.55pt; text-indent: -105.45pt;"><span style="font-size:100%;"><o:p> </o:p></span></p> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;">Como gostam os homens de que Ihe<st1:personname st="on">s r</st1:personname>ecordem o seu parentesco com personagens da literatura, da política, do exército, da Igreja!... – Canta diante da Virgem Imaculada, recordando-Lhe: Ave, Maria, Filha de Deus Pai; Ave, Maria, Mãe de Deus Filho; Ave, Maria, Esposa de Deus Espírito Santo... Mais do que tu, só Deus! (Caminho, 496 )<br /><br /><br /></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> De uma maneira espontânea, natural, surge em nós o desejo de conviver com a Mãe de Deus, que é também nossa mãe; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, porque sobre Ela não triunfou a morte; está em corpo e alma junto a Deus Pai, junto a seu Filho, junto ao Espírito Santo.<br /><br /><br /></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejar a sua amável companhia com filial afeto, não são precisas grandes especulações, embora o mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo sobre a qual nunca refletiremos bastante.<br /><br /><br /></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> A fé católica soube reconhecer em Maria um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus chama-nos, já agora, seus amigos; a sua graça atua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, entre as fraquezas próprias de quem é pó e miséria, possamo<st1:personname st="on">s r</st1:personname>efletir de algum modo o rosto de Cristo. Não somos apenas náufragos que Deus prometeu salvar; essa salvação já atua em nós. A nossa relação com Deus não é a de um cego que anseia pela luz mas que geme entre as angústias da obscuridade; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai.<br /><br /><br /></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> Dessa cordialidade, dessa confiança, dessa segurança, nos fala Maria. Por isso o seu nome vai tão direito aos nossos corações. A relação de cada um de nós com a nossa própria mãe pode servir-nos de modelo e de pauta para a nossa intimidade com a Senhora do Doce Nome, Maria. Temos de amar a Deus com o mesmo coração com que amamos os nossos pais, os nossos irmãos, os outros membros da nossa família, os nossos amigos ou amigas. Não temos outro coração. E com esse mesmo coração havemos de querer a Maria.<br /><br /><br /></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua Mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que se manifestará em cada caso de determinadas formas, nascidas da própria vida, e que nunca são algo de frio, mas costumes muito íntimos de família, pequenos pormenores diários que o filho precisa de ter com a sua mãe e de que a mãe sente falta, se o filho alguma vez os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair ou ao voltar a casa, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...<br /><br /><br /><br /></span></span><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> Nas nossa<st1:personname st="on">s r</st1:personname>elações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial, que são modelo do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos tornam seu o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar (não são precisas palavras; o pensamento basta) as imagens de Maria que há em qualquer lar cristão ou que adornam a<st1:personname st="on">s r</st1:personname>uas de tantas cidades; ou dão vida a essa oração maravilhosa que é o Terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os enamorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então habituam-se a dedicar à Senhora um dia da semana – precisamente este em que estamo<st1:personname st="on">s r</st1:personname>eunidos: o sábado – oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais specialmente na sua maternidade. (Cristo que passa, 142 )<br /><br /><br /></span></span><span style=""> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--> <!--[endif]--></span></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-83098324854047618202008-03-20T12:33:00.003-04:002008-03-20T12:50:41.838-04:00A PAIXÃO DOLOROSA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO<div align="center"><span style="font-size:130%;color:#993399;"><strong>MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DOLOROSA </strong></span></div><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#993399;"><strong>DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO<br /></div></strong></span><div align="center"><span style="color:#003333;"><span style="color:#993399;"><strong>Por São Pio de Pietrelcina - Padre Pio</strong></span><br /></span></div><div align="justify"><strong><span style="color:#003333;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-size:85%;color:#663366;">Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito Santo.Amém.</span></strong></div><div align="center"><span style="font-size:85%;color:#663366;">(por-se na presença de Deus...fazer um ato de detestação dos pecados) </span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#663366;"></span></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:85%;color:#663366;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="color:#663366;">Oração Preparatória </span></strong></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663366;">Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus. Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.<br /></span></div><div align="justify"><strong><span style="color:#663366;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="color:#663366;">Meditação : </span></strong></div><div align="justify"><br /><span style="color:#663366;">Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.<br /><br />O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!...<br /></span></div><span style="color:#663366;"><div align="justify"><br />Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus. Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono. Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!<br /></div><div align="justify"><br />Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!<br /></div><div align="justify"><br />Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam... No termo da sua vida terrestre, depois de se nos ter inteiramente entregue no Sacramento do seu amor, o Senhor dirige-se ao Jardim das Oliveiras, conhecido dos discípulos, mas de Judas também. Pelo caminho ensina-os e prepara-os para a sua Paixão iminente convida-os, por Seu amor, a sofrer calúnias, perseguições até à morte, para os transfigurar à semelhança dele, modelo divino. No momento de começar a sua Paixão amaríssima, não é nele que pensa; pensa em ti.<br /></div><div align="justify"><br />Que abismos de amor não contém o seu Coração! A sua Santa Face é toda tristeza, toda ternura. As suas palavras jorram da profundidade mais íntima do seu coração, e são todas palpitação de amor.<br /></div><div align="justify"><br />— Ó Jesus, o meu coração perturba-se quando penso no amor que vos obriga a correr ao encontro da vossa Paixão. Ensinastes-nos que não há amor maior que dar a vida por aqueles a quem se ama. Eis que estáis prestes a selar estas palavras com o vosso exemplo.<br /></div><div align="justify"><br />No Jardim da Oliveiras, o Mestre afasta-se dos discípulos e só leva três testemunhas da sua Agonia: Pedro, Tiago e João. Eles, que o viram transfigurado sobre o Tabor, terão força para reconhecer o Homem-Deus neste ser, esmagado pela angústia da morte?<br /></div><div align="justify"><br />Ao entrar no Jardim disse-lhes: “Ficai aqui! Velai e rezai para não cairdes em tentação. Acautelai-vos, porque o inimigo não dorme. Armai-vos antecipadamente com as armas da oração para não serdes surpreendidos e arrastados para o pecado. É a hora das trevas”. Tendo-os exortado, afastou-se à distância de uma pedrada e prostrou-se com a face em terra. A sua alma está mergulhada num mar de amargura e extrema aflição. É tarde. Na lividez da noite agitam-se sombras sinistras. A Lua parece injetada de sangue. O vento agita as árvores e penetra até aos ossos. Toda a natureza como que estremece de secreto pavor!<br /></div><div align="justify"><br />Ó noite, como nunca houve outra semelhante.<br /></div><div align="justify"><br />Eis o lugar onde Jesus vem orar. Ele despoja a sua santa Humanidade da força à qual tem direito pela sua união com a Divina Pessoa, e mergulha-a num abismo de tristeza, de angústia, de abjeção. O seu espírito parece submergir-se...<br /></div><div align="justify"><br />Via antecipadamente toda a sua Paixão.<br /></div><div align="justify"><br />Vê Judas, seu apóstolo tão amado, que o vende por alguns dinheiros. Ei-lo a caminho de Getsêmani, para o trair e entregar! Todavia, ainda há pouco não o alimentou com a sua carne, não lhe deu a beber o seu sangue? Prostrado diante dele, lavou-lhe os pés, apertou-os contra o coração, beijou-os com os seus lábios. Que não fez ele para o reter à beira do sacrilégio, ou pelo menos para o levar a arrepender-se! Não! Ei-lo que corre para a perdição... Jesus chora. Vê-se arrastado pelas ruas de Jerusalém onde ainda há alguns dias o aclamavam como Messias. Vê-se esbofeteado diante do sumo-sacerdote. Ouve os gritos: À morte! Ele, o autor da vida, é arrastado como um farrapo de um para outro tribunal. O povo, o seu povo tão amado, tão cumulado de bênçãos, vocifera contra Ele, insulta-o, reclama aos gritos a sua morte, e que morte, a morte sobre a cruz. Ouve as suas falsa acusações. Vê-se flagelado, coroado de espinhos, escarnecido, apupado como falso rei.<br /></div><div align="justify"><br />Vê-se condenado à cruz, subindo ao Calvário, sucumbindo ao peso do madeiro, trêmulo, exausto...<br /></div><div align="justify"><br />Ei-lo chegado ao Calvário, despojado das roupas, estendido sobre a cruz, impiedosamente trespassado pelos pregos, ofegante entre indizíveis torturas... Meu Deus! Que longa agonia de três horas, até sucumbir no meio dos apupos da gentalha, ébria de cólera!<br /><br />Ei-lo com a garganta e as entranhas, devoradas por sede ardente. Para estancar essa sede, dão-lhe vinagre e fel.<br /></div><div align="justify"><br />Vê o Pai que o abandona, e a Mãe, aniquilada pela dor.<br /></div><div align="justify"><br />Para acabar, a morte ignominiosa no meio de dois ladrões. Um reconhece-o, e pôde salvar-se; o outro blasfema e morre réprobo.<br /><br />Vê Longuinhos, que se aproxima para lhe trespassar o coração.<br /><br />Ei-la, consumada, a extrema humilhação do corpo e da alma, que separam...<br /><br />Tudo isto, cena após cena, passa diante dos seus olhos, apavora-o, acabrunha-o<br /><br />Recusará?<br /><br />Desde o primeiro instante tudo avaliou, tudo aceitou. Porque, pois, este terror extremo? É que expôs a sua santa humanidade como escudo, captando os ataques da Justiça, ultrajada pelo pecado.<br /><br />Sente vivamente no espírito, mergulhado na maior solidão, tudo o que vai sofrer.<br /><br />Para tal pecado, tal pena... Está aniquilado, porque se entregou, ele próprio, ao pavor, à fraqueza, à angústia.</span></div><div align="justify"><span style="color:#663366;"></span></div><div align="justify"><strong><span style="color:#663366;"></span></strong> </div><div align="justify"><br /><span style="color:#663366;">Parece ter chegado ao auge da dor. Está de rastos, com a face em terra, diante da Majestade do Pai. Jaz no pó, irreconhecível, a santa Face do Homem-Deus, que goza da visão beatífica. Meu Jesus! Não sois Deus? Não sois o Senhor do Céu e da Terra, igual ao Pai? Para que haveis de abaixar-vos até perder todo o aspecto humano?<br /><br />Ah, sim... Compreendo! Quereis ensinar-me, a mim, orgulhoso, que para entender o Céu devo abismar-me até ao fundo da Terra. É para expiar a minha arrogância que vos deixais afundar no mar da agonia. É para reconciliar o Céu com a Terra que vos abaixais até à terra como se quisesseis dar-lhe o beijo da paz...<br /><br />Jesus ergue-se, volve para o céu um olhar suplicante, ergue os braços, reza. Cobre-lhe o rosto mortal palidez! Implora o Pai que se desviou dele. Reza com confiança filial, mas sabe bem qual o lugar que lhe foi marcado. Sabe-se vítima a favor de toda a raça humana, exposta à cólera de Deus ultrajado. Sabe que só ele pode satisfazer a Justiça infinita e conciliar o Criador com a criatura. Quer, reclama que seja assim. A sua natureza, porém, está literalmente esmagada. Insurge-se contra tal sacrifício. Todavia, o seu espírito está pronto à imolação e o duro combate continua. Jesus, como podemos pedir-vos para sermos fortes, quando vos vemos tão fraco e acabrunhado?<br /><br />Sim, compreendo! Tomastes sobre vós a nossa fraqueza. Para nos dardes a vossa força, vos tornastes a vítima expiatória. Quereis ensinar-nos como só em vós devemos depositar confiança, até quando o céu nos parece de bronze.<br /><br />Na sua Agonia, Jesus clama ao Pai: “Se é possível, afasta de mim este cálix”. É o grito da natureza que, prostrada, recorre cheia de confiança ao Céu. Embora saiba que não será atendido, porque não deseja sê-lo, contudo ora. Meu Jesus, por que pedis o que não podeis obter? Que mistério vertiginoso! A mágoa que vos dilacera vos faz mendigar a ajuda e conforto, mas o vosso amor por nós e o desejo de nos levar a Deus vos faz dizer: “Não se faça a minha vontade, mas a tua”.<br /><br />O seu coração desolado tem sede de ser confortado, tem sede de consolação. Docemente, Ele levanta-se, dá alguns passos vacilantes; aproxima-se dos discípulos; eles, pelo menos, os amigos de confiança, hão de compreender e partilhar da sua mágoa...<br /><br />Encontra-os mergulhados no sono. De súbito sente-se só, abandonado! “Simão, dormes?” pergunta docemente a Pedro. Tu, que há pouco me dizias que querias seguir-me até à morte!<br /><br />Vira-se para os outros. “Não podeis velar uma hora comigo?”. Uma vez mais, esquece os sofrimentos, não pensa senão nos discípulos: “Velai e orai para não cairdes em tentação!”. Parece dizer “Se me esquecestes tão depressa, a mim, que luto e sofro, pelo menos no vosso próprio interesse, velai e orai!”.<br /><br />Mas eles, tontos de sono, mal o ouvem.<br /><br />Ó meu Jesus, quantas almas generosas, tocadas pelos vossos lamentos, vos fazem companhia no Jardim da Oliveiras, compartilhando da vossa amargura e da vossa angústia moral. Quantos corações têm respondido generosamente ao vosso apelo através dos séculos! Possam eles vos consolar e, comparticipando do vosso sofrimento, possam eles cooperar na obra da salvação! Possa eu próprio ser desse número e vos consolar um pouco, ó meu Jesus!<br /><br />Jesus volta ao local da oração e apresenta-se-lhe diante dos olhos um outro quadro bem mais terrível. Desfilam diante dele todos os nossos pecados, nos seus mais ínfimos pormenores. Vê a extrema vulgaridade dos que os cometem. Sabe a que ponto ultrajam a divina Majestade. Vê todas as infâmias, todas as obscenidades, todas as blasfêmias que mancham os corações e os lábios, criados para cantar a glória de Deus. Vê os sacrilégios que desonram padres e fiéis. Vê o abuso monstruoso dos sacramentos, instituídos por Ele para nossa salvação, e que facilmente podem ser causa de nos perdermos.<br /><br />Tem de cobrir-se com toda a lama fétida da corrupção humana. Tem de expiar cada pecado à parte, e restituir ao Pai toda a glória roubada. Para salvar o pecador, tem de descer a esta cloaca. Mas, isto não o detém. Vaga monstruosa, essa lama rodeia-o, submerge-o, oprime-o. Ei-lo em frente do Pai, Deus da Justiça, Ele, Santo dos Santos, vergado ao peso dos nossos pecados, tornando-se igual aos pecadores. Quem poderá sondar o seu horror e a sua extrema repugnância? Quem compreenderá a extensão da horrível náusea, do soluço de desgosto? Tendo tomado todo o peso sobre ele, sem exceção alguma sente-se esmagado por monstruoso fardo, e geme sob o peso da Justiça divina, em face do Pai que permitiu ao Seu filho se oferecesse como vítima pelos pecados do mundo, e se transformasse numa espécie de maldito.<br /><br />A sua pureza estremece diante desta massa infame mas ao mesmo tempo vê a Justiça ultrajada, o pecador condenado... No seu coração defrontam-se duas forças, dois amores. Vence a Justiça ultrajada. Mas, que espetáculo infinitamente lamentável! Este homem, carregado com todos os nossos crimes. Ele, essencialmente Santidade, confundido, embora exteriormente, com os criminosos... Treme como um folha.<br /><br />Para poder afrontar esta terrível agonia abisma-se na oração. Prostrado diante da Majestade do Pai, diz: “Pai, afasta de mim este cálice”. É como se dissesse: “Pai, quero a tua glória! Quero o cumprimento da tua justiça. Quero a reconciliação do gênero humano. Mas não por este preço! Que eu, santidade essencial, seja assim salpicado pelo pecado, ah! não... isso não! Ó pai, a quem tudo é possível, afasta de mim este cálice e encontra outro meio de salvação nos tesouros insondáveis da tua sabedoria. Porém, se não quiseres, que a tua vontade, e não a minha, se faça!<br /><br /><br />Desta vez ainda, fica sem efeito a prece do Salvador. Sente a angústia mortal, ergue-se a custo em busca de consolação. Sente como as forças o abandonam. Arrasta-se penosamente até junto dos discípulos. Uma vez mais, encontra-os a dormir. A sua tristeza torna-se mais profunda. E contenta-se simplesmente em os acordar. Sentiram-se confusos? Sobre isto nada sabemos. Só vemos Jesus indizivelmente triste. Guarda para ele toda a amargura deste abandono.<br /></span></div><span style="color:#663366;"><div align="justify"><br />Mas Jesus, como é grande a dor que leio no teu coração, transbordante de tristeza. Vos vejo afastando-vos dos vossos discípulos, ferido, todo magoado! Pudesse eu dar-vos algum reconforto, consolar-vos um pouco... mas, incapaz de mais nada, choro aos vossos pés. Unem-se às vossas as lágrimas do meu amor e da minha compunção. E elevam-se até ao trono do Pai, suplicando que tenha piedade de nós, que tenha piedade de tantas almas, mergulhadas no sono do pecado e da morte.<br /></div><div align="justify"><br />Jesus volta ao lugar onde rezara, extenuado e em extrema aflição. Cai, sim, mas não se prostra. Cai sobre a terra. Sente-se despedaçado por angústia mortal e a sua prece torna-se mais intensa.<br /><br />O Pai desvia o olhar, como se Ele fosse o mais abjeto dos homens.<br /><br />Parece-me ouvir os lamentos do Salvador:<br /><br />Se, ao menos as criaturas por causa de quem eu tanto sofro quisessem aproveitar-se das graças obtidas através de tantas dores! Se, ao menos reconhecessem pelo seu justo valor, o preço pago por mim para resgatar e dar-lhes a vida de filhos de Deus! Ah! este amor despedaça-me o coração, bem mais cruelmente do que os carrascos que irão, em breve, despedaçar-me a carne...<br /><br />Vê o homem que não sabe, porque não quer saber; e blasfema do Sangue Divino e, o que é bem mais irreparável, serve-se desse Sangue para sua condenação.<br /><br />Quão poucos o hão de aproveitar, quantos outros correrão ao encontro do próprio extermínio!<br /><br />Na grande amargura do Seu coração, continua a repetir: “Quæ utilitas in sanguine meo? Quão poucos aproveitaram o meu Sangue!<br /><br />O pensamento, porém, deste pequeno número basta para afrontar a Paixão e morte.<br /><br />Nada existe, não há ninguém que possa dar-lhe sombra de consolação. O Céu fechou-se para Ele. O homem, embora esmagado ao peso dos pecados, é ingrato e ignora o seu amor. Sente-se submerso num mar de dor e grita no estertor da agonia: “A minha alma está triste até a morte”.<br /><br />Sangue Divino, que jorras, irresistivelmente do Coração de Jesus, corres por todos os seus poros para lavar a pobre Terra ingrata. Permite-me que eu te recolha, Sangue tão precioso, sobretudo estas primeiras gotas. Quero guardar-te no cálice do meu coração.<br /><br />És prova irrefutável deste Amor, única causa de teres sido vertido. Quero purificar-me através de ti, Sangue preciosíssimo! Quero com ele purificar todas as almas, manchadas pelo pecado. Quero oferecer-te ao Pai.<br /><br />É o sangue do seu Filho Bem-Amado que caiu sobre a Terra para a purificar. É o Sangue do seu Filho que ascende ao Seu trono para reconciliar a Justiça ultrajada. A alegria é na verdade muito mais veemente do que a dor.<br /><br />Jesus chegou então ao fim do caminho doloroso?<br /><br />Não. Ele não quer limitar a torrente do seu amor! É preciso que o homem saiba quanto ama o Homem-Deus. É preciso que o homem saiba até que abismos de abjeção pode levar amor tão completo. Embora a Justiça do Pai esteja satisfeita com o suor do Sangue preciosíssimo, o homem carece de provas palpáveis deste amor.<br /><br />Jesus seguirá pois até ao fim: até à morte ignominiosa sobre a cruz. O contemplativo conseguirá talvez intuir um reflexo desse amor que o reduz aos tormentos da santa agonia no Jardim das Oliveiras. Aquele, porém, que vive, entorpecido pelos negócios materiais, procurando muito mais o mundo do que o Céu, deve vê-lo também pelo aspecto externo, pregado à cruz, para que, ao menos, o comova a visão do seu Sangue e a Sua cruel agonia.<br /><br />Não. o Seu coração, transbordante de amor, não está ainda contente! Domina-o a aflição, e ora de novo: “Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que eu bebe, faça-se a Tua vontade”.<br /><br />A partir deste instante, Jesus responde do fundo do seu coração abrasado de amor, ao grito da humanidade que reclama a sua morte como preço da Redenção. À sentença de morte que seu Pai pronuncia no Céu, responde a Terra reclamando a sua morte. Jesus inclina a sua adorável cabeça: “Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que eu o beba, faça-se a Tua vontade”.<br /><br />E eis que o Pai lhe envia um anjo de consolação. Que alívio pode um anjo oferecer ao Deus da força, ao Deus invencível, ao Deus Todo-Poderoso? Mas este Deus quis tornar-se inerme. Tomou sobre os ombros toda a nossa fraqueza. É o Homem das Dores, em luta com a agonia.<br /><br />Ora ao Pai por Si e por nós. O Pai recusa atendê-lo, pois deve morrer por nós. Penso que o anjo se prostra profundamente diante da Beleza eterna, manchada de pó e sangue, e com indizível respeito suplica a Jesus que beba o cálice, pela glória do Pai e pelo resgate dos pecadores.<br /><br />Rezou assim, para nos ensinar a recorrer ao Céu, unicamente quando as nossas almas estão desoladas como a Sua.<br /><br />Ele, a nossa força, virá ajudar-nos, pois que consentiu em tomar sobre os ombros todas as nossas angústias.<br /><br />Sim, meu Jesus, é preciso que bebais o cálice até ao fundo! Estais votado à morte mais cruel. Jesus, que nada possa separar-me de vós, nem a vida nem a morte! Se, ao longo da vida, só desejo unir-me ao vosso sofrimento, com infinito amor, ser-me-á dado morrer convosco no Calvário e convosco subir à Glória. Se vos sigo nos tormentos e nas perseguições tornar-me-eis digno de vos amar um dia, no Céu, face a face, convosco, cantando eternamente o vosso louvor em ação de graças pela cruel Paixão.<br /><br />Vede! Forte, invencível, Jesus ergue-se do pó! Não desejou Ele o banquete de sangue com o mais forte desejo? Sacode a perturbação que o invadira, enxuga o suor sangrento da face, e, em passo firme dirige-se para a entrada do Jardim.<br /><br />Onde ides, Jesus? Ainda há instantes, não estavas empolgado pela angústia e pela dor? Não vos vi eu, trêmulo, e como que esmagado sob o peso cruel das provações que vão tombar sobre vós? Aonde ides nesse passo intrépido e ousado? A quem vais entregar-vos?<br /><br />— Escuta, meu filho. As armas da oração ajudaram-me a vencer; o espírito dominou a fraqueza da carne. A força foi-me transmitida, enquanto orava, e agora eis-me pronto a tudo desafiar. Segue o meu exemplo e arranja-te com o Céu, como eu fiz. Jesus aproxima-se dos apóstolos. Continuam a dormir! A emoção, a hora tardia, o pressentimento de alguma coisa horrível e irreparável, a fadiga — e ei-los mergulhados em sono de chumbo. Jesus tem piedade de tanta fraqueza. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”.<br /><br />Jesus exclama. “Dormi agora e repousai”. Detém-se por instante. Ouvem que Jesus se vai aproximando, e entreabrem os olhos...<br /><br />Jesus continua a falar: “Basta. É chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que me há de entregar”. Jesus vê todas as coisas com os seus olhos divinos. Parece dizer: Meus amigos e discípulos, vós dormis, enquanto que os meus inimigos velam e se aproximam para virem prender-me! Tu, Pedro, que há pouco te julgavas bastante forte para me seguir até na morte, também tu dormes agora! Desde o princípio tens-me dado provas da tua fraqueza! Está, porém, tranqüilo. Aceitei sobre mim a tua fraqueza e rezei por ti. Depois de confessares a tua falta, serei a tua força e apascentará os meus rebanhos...<br /><br />E tu, João, também tu dormes? Tu, que acabavas de sentir as pulsações do meu coração, não pudeste velar uma hora comigo!<br /><br />Levantai-vos, vamos partir, já não há tempo para dormir. O inimigo está à porta! É a hora do poder das trevas! Partamos. De livre vontade, vou ao encontro da morte. Judas acorre para trair-me, e eu vou ao seu encontro. Não impedirei que se cumpram à risca as profecias. Chegou a minha hora: a hora da misericórdia infinita.<br /><br />Ressoam os passos; archotes acesos enchem o jardim de sombras e púrpura. Intrépido e calmo, Jesus avança seguido pelos discípulos.<br /><br />— Ó meu Jesus, dai-me a vossa força quando a minha pobre natureza se revolta diante dos males que a ameaçam, para que possa aceitar com amor as penas e aflições desta vida de exílio. Uno-me com toda a veemência aos vossos méritos, às vossas dores, à vossa expiação, às vossas lágrimas, para poder trabalhar convosco na obra da salvação. Possa eu ter a força de fugir ao pecado, causa única da vossa agonia, do vosso suor de sangue, e da vossa morte.<br /><br />Afasteis de mim o que vos desagrada, e imprimi no meu coração com o fogo do vosso santo amor todos os vossos sofrimentos. Abraçai-me tão intimamente, em abraço tão forte e tão doce, que nunca eu possa deixar-vos sozinho no meio dos vossos cruéis sofrimentos.<br /><br />Só desejo um único alívio: repousar sobre o vosso coração. Só desejo uma única coisa: partilhar da vossa Santa Agonia. Possa a minha alma inebriar-se com o vosso Sangue e alimentar-se com o pão da vossa dor!<br /><br />Amém.</span></div><div align="justify"><span style="color:#663366;"></span> </div><div align="justify"><span style="color:#663366;"><strong>Paixão de Cristo, confortai-me ! </strong><br /></span></div>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32387809.post-53661844033632400732008-02-18T12:24:00.008-04:002008-02-21T06:26:56.078-04:00Estamos no Tempo da Quaresma - Tempo de conversão !<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilIVLKEQWb1a63PXJwk5FaJ_HNaeFfPM_awNKI0DCNlmMmx9ETRgq95_hcjAkgrLEtHFihuvHJuf5xId6I5j8MHyMDORFfC3zckhY2H0YVeA1qbTV1bW6LN0iKzareRvI4zZdS/s1600-h/banner.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5168722361985344546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 532px; CURSOR: hand; HEIGHT: 143px; TEXT-ALIGN: center" height="133" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilIVLKEQWb1a63PXJwk5FaJ_HNaeFfPM_awNKI0DCNlmMmx9ETRgq95_hcjAkgrLEtHFihuvHJuf5xId6I5j8MHyMDORFfC3zckhY2H0YVeA1qbTV1bW6LN0iKzareRvI4zZdS/s320/banner.JPG" width="398" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#990000;"><strong>Preparação para a Páscoa </strong></span></div><br /><div align="justify"><br />"Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração. "</div><br /><div align="justify"><br />"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3.</div><br /><div align="justify"><br />Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento.</div><br /><div align="justify"><br />É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, e deixar que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31)</div><br /><div align="justify"><br />O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência.<br />Preparação para a confissão</div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#990000;">Preparação remota</span>: Educamo-nos na fé, pelo estudo do Santos Evangelhos, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência. </div><br /><div align="justify"><br /><span style="color:#990000;">Preparação imediata</span>: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário... Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça. </div><br /><div align="justify"><br />Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado. </div><br /><div align="justify"><br />Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com DOR POR NOSSOS PECADOS, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS. </div><br /><div align="justify">Confissão é o meio certo de eu receber o perdão de meus pecados. Foi Jesus quem deu aos sacredotes o poder de perdoar os nossos pecados. Jesus falou: "A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados" (Jo 20,19-23). </div><br /><div align="justify"><br />Só a confissão bem feita é que perdoa os pecados. Para a confissão ser bem feita, eu preciso:<br /><br />do EXAME para eu achar os meus pecados;<br /></div><br /><div align="justify">do ARREPENDIMENTO para eu ter mágoa de ter desobedecido a Deus (Lc 18,13; Mt 26,75; Lc 15,21);<br /></div><br /><div align="justify">do PROPÓSITO e da vontade séria de não querer pecar mais;<br /></div><br /><div align="justify">da CONFISSÃO para eu contar meus pecados ao padre;<br /></div><br /><div align="justify">da SATISFAÇÃO para eu rezar aquilo que o padre mandar.<br /></div><br /><div align="justify">PECADO ESQUECIDO na confissão fica perdoado se eu fiz bem o Exame de Consciência.<br /></div><br /><div align="justify">PECADO ESCONDIDO na confissão não fica perdoado, eu não posso comungar e tenho de fazer outra confissão. A confissão é nula e comete-se sacrilégio. </div><br /><div align="justify"><br />Está errado pôr comida limpa em prato sujo. Está errado receber Jesus num coração sujo de pecado grande. Primeiro a gente lava o prato e depois põe a comida. Primeiro eu tenho de lavar minha alma com uma confissão bem feita e depois ir receber a Jesus na Sagrada Hóstia (São Paulo, 1ª Ep. aos Corínthios, cap. 11, 23-29, nos lembra disso).<br /><br />Reconhecer-se Pecador : </div><div align="justify"><br />"Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa" (1Jo 1,8-9). </div><div align="justify"></div><div align="center"><strong><span style="color:#990000;"></span></strong></div><br /><div align="center"><strong><span style="color:#990000;">Exame de Consciência para Antes da Confissão<br /></span></strong></div><br /><div align="left">Examinemos cuidadosamente a nossa consciência, sem ansiedade nem escrúpulo, procurando conhecer a espécie e o número dos pecados cometidos.<br /></div><div align="left">Sobre a Confissão precedente:<br /></div><div align="left">* Quando foi minha última Confissão?<br />* Esqueci ou escondi alguma falta grave?<br />* Deixei de cumprir a penitência imposta?<br /></div><br /><div align="center"><strong><span style="color:#990000;">Mandamentos da Lei de Deus:<br /></div></span></strong><span style="color:#990000;"></span><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">1° Mandamento:<br /></span>* Falei com desprezo ou leviandade de Deus, das coisas santas ou das pessoas consagradas a Deus?<br />* Li escritos, livros e jornais contrários à religião?<br />* Tive vergonha de minha fé ou omiti os meus deveres por simples respeito humano?<br />* Faltei com o devido respeito na igreja, comportando-me mal, conversando sem necessidade, rindo, olhando para todos os lados?<br />* Comunguei sabendo que estava em pecado mortal?<br />* Murmurei contra a Divina Providência?<br />* Assisti a alguma sessão espírita ou reunião herética?<br />* Consultei cartomantes, feiticeiras ou astrólogos? </div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">2° Mandamento:<br /></span>* Pronunciei o nome de Deus irreverentemente?<br />* Blasfemei, isto é, disse palavras injuriosas contra Deus ou os Seus Santos?<br />* Jurei falso ou sem necessidade?<br />* Fiz promessas ou votos que não cumpri?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">3° Mandamento (1° e 2° da Igreja):<br /></span>* Deixei de assistir a Missa inteira em Domingo ou festa de guarda?<br />* Cheguei atrasado à Missa?<br />* Em que ponto?<br />* Saí da igreja antes do fim da Missa?<br />* Em que momento?<br />* Trabalhei em dia de Domingo ou santificado?<br />* Por quanto tempo?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">4° Mandamento:<br /></span>* Deveres dos pais:<br />* Tenho faltado com a atenção e solicitude devida aos meus filhos?<br />* Deixei de corrigi-los?<br />* Corrigi-los em excesso ou injustamente?<br />* Negligenciei dar a eles uma boa educação cristã, ensinando-os a rezar e conhecer os elementos da religião e mandando-os para uma boa escola?<br />* Confiei-os a pessoa cuja influência possa ser prejudicial?<br />* Opus-me injustamente a que seguissem sua vocação?<br />* Dei a eles mau exemplo?<br />* Deixei de vigiar suas leituras (maus livros, maus jornais e revistas) ou programas assistidos (contrários à Fé e à Moral)?<br />* Deixei que frequentassem locais (casas, oficinas, teatros, cinemas, reuniões, festas...) onde corresse perigo sua fé e virtude?<br />Deveres dos filhos:<br />* Faltei com o respeito e a veneração devidos aos meus pais e avós?<br />* Desejei-lhes mal?<br />* Fui causa de tristeza para eles?<br />* Quis ameaçá-los?<br />* Quis bater neles?<br />* Maltratei meus irmãos e irmãs?<br />* Tenho ciúmes deles?<br />* Fiz queixa deles para que fossem castigados?<br />* Faltei com o respeito a meus pais, por palavras, ares de pouco caso, injúrias ou envergonhando-me deles?<br />* Desobedeci a eles?<br />* Deixei-os zangados?<br />* Deixei de assistir a suas necessidades, de rezar ou mandar rezar em sua intenção, tanto em vida quanto depois da morte?<br />* Fui respeitoso e obediente com os meus professores?<br />* Fui educado para com meus empregados?<br />Deveres dos superiores (patrões, oficiais das Forças Armadas, executivos, etc.):<br />* Faltei com a justiça, não pagando o salário devido ou castigando injustamente?<br />* Recusei a meus subalternos a liberdade de cumprirem seus deveres com a Igreja Católica Apostólica Romana?<br />* Deixei de instruí-los na verdadeira Fé?<br />* Deixei de vigiar a fé e os costumes de meus subalternos?<br />* Dei a eles maus exemplos?<br />* Fui áspero, desconfiado, caprichoso, altivo, desdenhoso?<br />Deveres dos inferiores (empregados, operários, soldados):<br />* Faltei com a justiça, não cumprindo as obrigações de meu ofício?<br />* Faltei com o respeito a meus superiores?<br />* Causei-lhes dano com críticas injustas?<br />* Abusei da confiança deles?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">5° Mandamento:<br /></span>* Tive ódio do meu próximo ou desprezei-o?<br />* Desejei-lhe mal?<br />* Que mal?<br />* Fui áspero com os infelizes, os fracos, os pequenos?<br />* Recusei o perdão das injúrias, dos danos e dos aborrecimentos que me causaram?<br />* Existe alguém a quem, por ódio ou por rancor, eu recuse a palavra ou o serviço?<br />* Maltratei alguém ou lhe causei dano na vida ou na saúde?<br />* Semeei discórdias, espalhando boatos falsos ou verdadeiros?<br />* Induzi o próximo ao mal?<br />* De que maneira?<br />* Escandalizei alguém com maus conselhos e maus exemplos?<br />* Desviei alguém dos seus deveres?<br />* Emprestei maus livros, maus jornais ou revistas, más fitas de vídeo, que facilitem e induzam ao pecado?<br />* Deixei de impedir o mal, podendo fazê-lo?<br />* Expus a minha vida por imprudência, vaidade ou falta dos devidos cuidados?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">6° e 9° Mandamentos:<br /></span>* Consenti em pensamentos ou desejos contrários à pureza?<br />* Falei, li, vi ou escutei, de propósito, indecências?<br />* Cantei ou ouvi cantar músicas obscenas?<br />* Consenti em olhares ou ações indecentes?<br />* Usei roupas indecentes?<br />* Fiz leituras ou assisti a filmes indecentes, levianos ou maus?<br />* Expus-me a ocasiões das quais deveria fugir?<br />* Frequentei festas, bailes, espetáculos ou cinemas perigosos ou imorais?<br />* Pratiquei atos que não devem ser praticados fora do casamento?<br />* Namorei com alguém, sem vistas ao casamento?<br />* Cometi atos imorais comigo mesmo ?<br />* Cometi atos imorais com o próximo ? </div><br /><div align="left"><span style="color:#cc0000;"><span style="color:#990000;">7° e 10° Mandamentos</span>:</span><br />* Causei dano aos bens do próximo?<br />* Retive o que não me pertencia ou aproveitei-me disso?<br />* Deixei de reparar o dano causado aos bens do próximo?<br />* Negligenciei pagar minhas dívidas?<br />* Guardei objetos encontrados, sem procurar o legítimo dono?<br />* Desejei apossar-me injustamente dos bens alheios?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">8° Mandamento:<br /></span>* Suspeitei ou pensei mal do próximo sem motivo?<br />* Falei mal do próximo, tendo ou não razão, de modo a causar-lhe dano à reputação ou aos bens?<br />* Induzi os outros à calúnia (dizer que alguém cometeu um mal que na verdade não cometeu) ou à maledicência (dizer que alguém cometeu um mal realmente cometido)?<br />* Ultrajei o meu próximo com injúrias, ares desdenhosos ou zombarias?<br />* Menti e com isso causei dano?<br />* Fui indiscreto, descobrindo coisas que devia calar, lendo ou abusando de cartas dirigidas aos outros?<br />* Reparei o dano causado?<br />Mandamentos da Santa Igreja:<br />* Deixei de me confessar ou de comungar na Páscoa?<br />* Deixei de jejuar conforme manda a Igreja?<br /><br /><span style="color:#990000;">Pecados capitais:<br /></span></div><br /><div align="left">Orgulho:<br />* Desprezei gravemente meu próximo por orgulho?<br />* Fiquei ofendido por pouca coisa ou me deixei dominar pelo mau humor?<br />* Tive pensamentos vaidosos?<br />* Afastei o próximo, os pobres, os indefesos, falando com eles de cima para baixo e sem consideração?<br />* Passei tempo demais escolhendo roupas, penteados ou maquiagens?<br />* Me preocupei demais com o que os outros pensariam de minha aparência?<br /></div><br /><div align="left">Avareza:<br />* Tenho muito apego ao dinheiro?<br />* Deixei de dar uma esmola que eu tinha condições de dar?<br /></div><br /><div align="left">Inveja:<br />* Fiquei feliz com a desgraça dos outros?<br />* Fiquei triste ao ver o bem que acontece aos outros?<br />* Invejei o meu próximo?<br /></div><br /><div align="left">Gula:<br />* Comi ou bebi mais que a minha fome real?<br /></div><br /><div align="left">Cólera:<br />* Fui impaciente ou violento?<br />* Encolerizei-me?<br />* Guardo rancor?<br /></div><br /><div align="left">Preguiça:<br />* Deixei de cumprir os meus deveres religiosos?<br />* Deixei de cumprir as minhas obrigações de estudo ou trabalho?<br />* Deixei de ajudar a quem me pediu, por preguiça apenas?<br />* Tenho sido vadio ou desocupado?<br /></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">Obras de Misericórdia</span></div><span style="color:#990000;"></span><br /><div align="left"><br />-Corporais: caridade com doentes/famintos/sedentos/presos/nus/forasteiros Enterrar os mortos. Vejo estes como irmãos pelos quais me entrego?.</div><br /><div align="left"></div><br /><div align="left">-Espirituais: dar bom conselho/ corrigir/ perdoar (guardo algum ressentimento?)/ consolar/ sofrer com paciência as moléstias do próximo/ rezar pelos vivos e os mortos.</div><br /><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">-Estou atento à dor alheia?; Faço a acepção de pessoas segundo sua aparência? -Vivo em simplicidade?; -Imito a Cristo que foi pobre?, sou livre de apegos materiais?-Isto se reflete em minha atitude nas compras?; deixo-me levar por desejos?; quais?-Coopero com as obras da Igreja com verdadeiro sacrifício e amor, tenho caridade com os pobres doando ou ajudando-os em suas necessidades ?</div><div align="left"></div><br /><div align="left"></div><div align="left">-Me esforço de todo coração para que Cristo seja conhecido e amado por todos?-Estou em comunhão com o espírito missionário da Igreja?-Levo a minhas amizades ao Senhor ou deixo que elas me arrastem ao mundo?</div><br /><div align="left"></div><div align="left"></div><br /><div align="left"><span style="color:#990000;">Bem-aventuranças (Mateus 5, 1-2)<br /></span>-Fui pobre de espírito, livre de apegos?,-Fui manso, paciente, edificando com os meios Santos?-Chorei diante dos pecados que ofendem a Deus?-Ttive fome e sede de justiça?-Fui misericordioso?-Fui limpo de coração, puro de pensamento?-Trabalho pela paz, em minha pessoa, lar, grupo, mundo?-Sofro com alegria ao ser perseguido por causa da justiça (como reajo diante das critica "injustas" ou incompreensões?</div><br /><div align="left"><strong></strong></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="center"><span style="color:#990000;"><strong>Ato de Contrição:</strong> </span></div><br /><div align="justify">Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas e porque Vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de Vos Ter ofendido e merecido o Inferno; e proponho firmemente, ajudado com os auxílios de Vossa Divina Graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender; e espero alcançar o perdão de minhas culpas por Vossa infinita misericórdia. Amém.</div><div align="left"><br />Fontes :</div><div align="left">1 - Aci Digital </div><div align="left">2 -<span style="color:#666666;"> </span><a href="http://www.filhoddedeus.hpg.com.br/"><span style="color:#666666;">filhoddedeus.hpg.</span></a><span style="color:#666666;"> </span></div><br /><br /><br /><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#990000;"><strong>Jejum não dói!</strong></span></div><div align="justify"><br />“Penitência! Penitência! Se não fizerdes penitência, todos vós perecereis”. Assim pregou o Divino Mestre, e a Igreja o repete aos fiéis, agora, no tempo santo da Quaresma. Na quarta-feira de cinzas, o sacerdote, deitando sobre nossas cabeças o pó, lembra-nos o que somos e o que seremos. “Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris. Lembra-te, homem, que és pó e em pó te hás de tornar”.</div><div align="justify"><br />É o pensamento da morte eficaz para nos ajudar a fazer penitência. Que valemos? Que somos? Oh! Se soubéssemos meditar tão grande verdade, não seríamos tão insensatos!<br /></div><div align="justify">O pensamento da morte converteu Santa Margarida de Cortona, São Francisco Borja e os fez grandes heróis da santidade.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Duas vezes a Liturgia da Igreja nos convida à meditação da morte — na quarta-feira de Cinzas e em Finados.</div><div align="justify"></div><div align="justify">O mundo ri-se da penitência, porque não a compreende. É insensato, não pensa e despreza o que é eterno. O homem animal, diz São Paulo, não percebe as coisas do espírito e de Deus. É de se estranhar que despreze e odeie a penitência?</div><div align="justify"></div><div align="justify">Para a conquista do céu não há outro meio a nós, pobres pecadores. Há só dois caminhos para a salvação eterna. Inocência ou penitência. Somos inocentes? Então? Resta-nos a tábua da penitência para que nos salvemos neste naufrágio de tantas e tamanhas misérias e pecados.</div><div align="justify"></div><div align="justify">A Igreja reserva-nos o tempo da Quaresma para a reparação de nossos pecados na oração e no jejum. Jejum não mata a ninguém. Estas meninas de regime para emagrecimento elegante jejuam rigorosamente por vaidade, por tolice mundana. E por amor de Deus, e para a salvação? Não admitem uma simples abstinência de carne.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Ai de vós! Diz lá o Evangelho que perecereis. Omnes vos similiter peribitis. Todos perecereis. E a vossa perdição será eterna. Cuidado! O jejum é penitência eficaz, abranda as revoltas da carne, purifica nossa alma, enche-nos de graças. Na Quaresma se há de jejuar. É preceito da Igreja.<br /></div><div align="justify">Sem penitência o pecador não se salva. E não é tão grande penitência o jejum preceituado pela Igreja! Um leve sacrifício para reparação de enormes pecados!<br /></div><div align="justify">Muita gente delicada e mole se horroriza com o jejum. É a legião dos inimigos da cruz de Jesus Cristo no expressivo dizer de São Paulo. E quando não insultam a Igreja e combatem o jejum, certos cristãos, de idéias pagãs e gozadores da vida, arranjam a desculpa de que é prejudicial à saúde.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Está o cemitério povoado de gulosos e dos que passaram para a eternidade após os excessos de banquetes e bebedeiras. Pouca gente morre de fome, e muita de indigestão. Que o digam os médicos e os coveiros. Vida de jejuns e penitências levam os monges, e morrem velhinhos e de cabelos brancos.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Os cartuxos, por exemplo, não comem carne nem quando enfermos. Durante oito meses do ano comem uma só vez ao dia. Toda sexta-feira jejuam a pão e água. Apesar disto gozam ótima saúde. E dizem os médicos, e está provado com fatos: “Na Cartuxa as enfermidades são raras e a longevidade freqüente”. Urbano V quis mitigar os rigores da Regra cartuxa, por julgá-la excessiva em austeridades e talvez insuportável. Os monges pediram a Sua Santidade que não suavizasse a velha regra de São Bruno. E para provar que não prejudicavam a saúde, nem abreviavam a vida os jejuns de Cartuxa, mandaram a Roma uma comissão de vinte e sete cartuxos, dos quais o mais jovem contava apenas... oitenta e oito anos... Diante disto, o Papa cedeu.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Ó delicados cristãos, inimigos da cruz e do jejum; não haverá perigo: o jejum da Quaresma não vos matará! O jejum é medicinal, evita muita moléstia, descansa o estômago, faz bem à alma.<br /></div><div align="justify">Não vos assuste a ligeira penitência da Quaresma. Outrora, nos tempos de mais heroísmo e de fé, jejuava-se na Quaresma a pão e água nas sextas-feiras.<br />Hoje está o jejum mitigado e tão suave! Pois, ainda assim, não o querem fazer! Ressoe aos vossos ouvidos delicados a voz do Evangelho: Se não fizerdes penitência... perecereis. E... todos... todos...<br /></div><span style="font-size:85%;"></span><span style="font-size:85%;">Do livro Variações do ‘Meu Cantinho’</span><br /><span style="font-size:85%;">Monsenhor Ascânio Brandãopágs. 212-214 - Ed. Vozes, 1951</span><br /><br /><br /><p align="center"></p><p align="center"><span style="font-size:180%;color:#990000;"><strong>O Valor da Santa Missa </strong></span></p><p>Autor: Pe. Martinho de Cochem - (Rito Tridentino)</p><p>Fonte: Agnus Dei </p><p align="justify">Entre todos os mistérios do Senhor, a meditação que nos é mais útil e merece de nossa parte mais reconhecimento e veneração, é a Paixão dolorosa, pela qual fomos resgatados. Os santos Padres dizem, a este respeito, coisas sublimes e garantem, da parte de Deus, grande recompensa às almas que nela meditam com fervor.</p><p align="justify"></p><p align="justify">Há muitos modos para bem honrar a Paixão: contudo, nenhum parece mais perfeito do que a piedosa assistência à santa Missa, visto que a Paixão e a Morte do Salvador se renovam no altar. Com efeito, na Missa, tudo recorda, tudo simboliza a Paixão. </p><p align="justify"></p><p align="justify">A Cruz encima o altar. Por toda a parte, vê-se o sinal da Cruz; é marcado cinco vezes sobre a pedra sagrada. Impresso sobre a Hóstia. Desenhado no missal, na página que precede o cânon. Bordado sobre o amicto, o manípulo, a estola, a casula.Gravado na patena, no pé do cálice.O sacerdote o faz dezesseis vezes sobre si mesmo, e vinte e nove vezes, sobre a oferenda. Quantos indícios do renovamento do Sacrifício da Cruz! §1. </p><p align="justify"></p><p align="justify">De que maneira Jesus Cristo renova sua Paixão? Embora Nosso Senhor tenha dito na última Ceia: "Fazei isto em memória de mim", contudo o Sacrifício da Missa não é uma simples memória, porém a renovação da Paixão. A Igreja ensina: "Se alguém disser que o Sacrifício da Missa é apenas a lembrança do Sacrifício consumado na Cruz, seja anatematizado". E noutra parte: "No divino Sacrifício está presente e imolado, de modo incruento, o mesmo Cristo que se ofereceu uma vez, de modo cruento, sobre o altar da Cruz". </p><p align="justify"></p><p align="justify">Este testemunho, por si, deveria bastar, pois que somos obrigados a crer tudo o que a Santa Igreja nos ensina. Entretanto, a Igreja explica-se da forma seguinte:"A vítima que se oferece pelo ministério do sacerdote, é a mesma que foi oferecida na Cruz; somente difere a forma de oferece-la". Sobre a Cruz, Jesus Cristo foi imolado, de modo cruento, pelas mãos sacrílegas dos carrascos; no altar, imola-se pelo ministério dos sacerdotes, de modo místico. A Igreja emprega muitas vezes, no missal, a palavra "imolar". </p><p align="justify"></p><p align="justify">Santo Agostinho serve-se dela igualmente:"Jesus Cristo foi imolado, uma vez, de maneira cruenta, sobre a Cruz; é agora imolado cada dia, sacramentalmente, pela salvação do povo" (Epist. Ad Bonifac). </p><p align="justify"></p><p align="justify">Esta expressão é notável e acha-se, mais de cem vezes, na Escritura Sagrada para designar a oblação dos animais. Se a Igreja se serve dela a respeito da santa Missa, é para indicar que o Santo Sacrifício não consiste somente na pronunciação das palavras da consagração nem na elevação das espécies sacramentais, mas na imolação verdadeira, embora mística, do divino Cordeiro. "A Paixão de Cristo é o próprio sacrifício que oferecemos" diz São Cipriano (Epist. Ad Caeciliam). Em outros termos: "Quando celebramos a santa Missa, renovamos todas as cenas da Paixão de Cristo". </p><p align="justify"></p><p align="justify">São Gregório é ainda mais explícito: "Aquele que ressuscitou dentre os mortos, diz ele, não morre mais; entretanto, sofre ainda por nós, de maneira misteriosa, no santo Sancrifício da Missa" (Homilia 137). Teodoreto não é menos claro: "Não oferecemos outro sacrifício senão o que foi oferecido sobre a Cruz" (In cap. 8 Hebr.). </p><p align="justify"></p><p align="justify"></p><p align="justify"><strong></strong></p><br /><br /><p align="center"><span style="font-size:180%;color:#990000;"><strong>Vida de Oração </strong></span></p><p align="center"><strong>Senhor, ensina-nos a orar! (Lc 11,1)<br /><br />Um mestre convence mais pela vida do que pelas palavras.Os discípulos de Jesus estavam convencidos que valia a pena orar como o seu Mestre.</strong></p><p align="justify"><br />Foi na mais bela oração do cristianismo - o Pai Nosso - que muitos místicos e mestres de oração beberam a essência desta arte incomparável que se chama ORAÇÃO. Arte que não depende da habilidade humana, mas do auxílio sobrenatural do Espírito Santo que ora em nós com gemidos inefáveis: "Abbá, ó Pai".</p><p align="justify"><br />Santa Teresa de Jesus, considerada uma grande mestra de oração, disse um dia às suas carmelitas que lhe pediram que as ensinasse a orar: "Chegai-vos para junto deste Mestre,<br />muito determinadas a aprender o que vos ensina e Ele fará com que sejais boas discípulas.<br /></p><p align="center"><strong>Olhai as palavras que diz aquela boca divina: logo à primeira (Pai nosso)<br />entendereis o amor que nos tem." (CP 26,11)<br /></strong></p><strong><p align="justify"></strong></p><br />Noutro texto, para mostrar que nenhuma limitação poderá impedi-las de orar, Santa Teresa sintetizou numa pequena frase imortal um tratado de oração:<p align="justify"></p><p align="center"><strong>"Orar não consiste em pensar muito, mas sim em amar muito."</strong></p><p align="center"><strong></strong></p><p align="justify">"Falar do Carmelo é falar de "oração", e oração silenciosa, em solidão com Deus só. Para que esta vida de oração e contemplação do Deus vivo seja possível e plena, Santa Teresa organizou a vida das carmelitas firmada em alguns pontos essenciais. No seu livro "Caminho de Perfeição" a Santa apresenta a humildade, o esquecimento de si ou desapego como elementos básicos para uma vida de oração. Formando pequenas comunidades orantes, onde todas "devem se amar, se querer, se ajudar", Teresa apresentou à Igreja de seu tempo e de todos os tempos uma forma de vida contemplativa capaz de renovar o interior e assim renovar toda a Igreja.</p><p align="justify"></p><p align="justify">" O carmelita secular deve ser um apaixonado por Deus, desejoso de buscar o seu rosto e contemplá-lo no silêncio da oração; alimentar sua vida espiritual na fonte genuína da Palavra de Deus, que, segundo a Regra, deve ser meditada dia e noite. Um conhecedor profundo dos escritos dos místicos do Carmelo para poder difundir, com conhecimento, amor e competência, a espiritualidade carmelitana."</p><p align="justify"></p><p align="justify">" O carmelita descalço secular é aquele que, como Elias, “revoltado com as novas idolatrias”, destrói os ídolos e toma o caminho do deserto, até chegar à montanha de Deus, o Horeb, para buscar ao Senhor. (Frei Patrício Schiadini - " O mundo é meu Carmelo - Ed Loyola)</p><p align="justify"></p>Flos Carmelihttp://www.blogger.com/profile/00294861809303931262noreply@blogger.com1