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7 de nov. de 2009

FUNDAMENTO BÁSICO: ABANDONO ABSOLUTO À PROVIDÊNCIA


FUNDAMENTO BÁSICO: ABANDONO ABSOLUTO À PROVIDÊNCIA

A medula do conselho da pobreza, dado por Cristo a seus Apóstolos, consiste em entregar-se incondicionalmente à Providência divina, sem inquietação e com absoluta confiança (Cf Mt 6, 25-33) Para Teresa, este texto do Evangelho fundamenta a sua maneira de entender a pobreza (Cf R 1,21; C2,2; CE 61,1 e Cons 2,1)


Fundamento da atitude de abandono


Tudo pertence a Deus e tudo vem dele. Ele é o Senhor das rendas e dos rendeiros; por isso, tudo o que recebemos, dele recebemos. Por isso também, a nossa gratidão aos nossos benfeitores, mas, sobretudo, a Ele que é o nosso Benfeitor por excelência.

. Deus nos dá tudo aquilo de que precisamos. Isto se fundamenta no que Santa Teresinha chamará com a maior simplicidade “a maneira de ser de Deus”.

Seu amor. Todo o pensamento da Santa está profundamente impregnado da idéia da solicitude infinita do Criador por todas as suas criaturas e muito particular por aquelas, que, como as carmelitas, não têm outro desejo que o “buscar o Reino de Deus e sua justiça” cumprindo em tudo a vontade de seu Filho. Teresa atribui a Cristo – o mesmo papel do Pai – . Não é Ele o seu Esposo por cujo serviço abandonaram tudo: pais, riquezas, honras, amigos? “Olhos em vosso esposo; Ele vos há de sustentar” (C 2, 1)


Sua sabedoria. Sendo Ele a “Sabedoria mesma” (V 27,14), sabe melhor que nós o ‘que nos é necessário (CV 17,7), e os meios mais convenientes para nos dar aquilo de que precisamos.


Sua onipotência. Basta que o servo se contente com fazer o que seu Senhor espera dele, sem se preocupar por nada do mundo para sua própria subsistência.


A fidelidade a sua promessa. No Sermão da montanha Jesus nos revelou o rosto de Seu Pai celestial, que se preocupa por seus filhos, atendendo as suas necessidades para viver. E Teresa continua: “Verdadeiras são suas palavras; não podem faltar; antes faltarão o céu e a terra‘ (C 2,2).


Verdadeiro significado da atitude de abandono


Dois textos da Santa mostrando como convém entender, e sobretudo viver, com clareza, esse abandono à Providência:

“Queria falar com quem me ajudasse a crer assim, e não ter preocupação com o que hei de comer e vestir, senão deixá-lo a Deus” (Primeira Relação, 1560). “Não se entenda que este deixar a Deus o que é necessário seja de maneira que não o procure, porém, que não seja com preocupação, … (R 1,21).

O outro texto, de sentido mais geral, se refere à essência mesma do que ela chama de “pobreza espiritual” (C 2, 3. 5) “Não digo eu que o deixe, senão que o procure, se for bem… Porque o verdadeiro pobre tem em tão pouco estas coisas, já que, algumas coisas as procura, jamais se inquieta, porque nunca pensa que há de faltar, e que o falte, … tendo-o por coisa acessória e não principal e, como tem pensamentos mais altos, a força dos braços a ocupa em algo mais elevado”. (CE 66,7).


Como entender o abandono?


Fazer tudo quanto depende de nós. O verdadeiro abandono não pode significar descuido, imprevisão, atitude irresponsável, passividade. “Ajuda-te e o céu te ajudará”. Isto significa que a Providência divina não nos dispensa de trabalhar nos seguintes pontos: previsão e esforço para ganharmos o nosso pão de cada dia.

Porém não devemos nos inquietar. Há uma inquietação boa e outra má. A boa é a que busca os “bens verdadeiros”, as “verdadeiras riquezas”, quer dizer, “O Reino de Deus e sua justiça”, em uma palavra, o mesmo Jesus: “Ó Riqueza dos pobres, e que admiravelmente sabeis sustentar as almas!” (v 38,21). Este é o tesouro escondido que temos de buscar com todas as nossas forças, sem cansar-nos nunca (5M 1,3), e que nos faz morrer de gozo quando chegarmos a descobri-lo (V 38,20). A inquietação má é a que busca com afã e perturbação interior as riquezas materiais, supérfluas. Esta provém da falta de fé, e de dois modos diferentes:

Em primeiro lugar, por dar importância ao que não deveria tê-la.
Em segundo lugar, por esquecer a promessa do Pai celestial de não abandonar jamais a seus filhos.


CONCLUSÃO:


O que as carmelitas têm que buscar a todo custo é a paz interior, tão necessária para a sua vida contemplativa.

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