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13 de nov. de 2007

Doutrina Católica sobre o Purgatório




Desde os primórdios a Igreja, assistida pelo Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 14,15.25; 16,12´13), acredita na purificação das almas após a morte, e chama este estado, não lugar, de Purgatório. Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo: "Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a morte, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu" (CIC, §1030). Logo, as almas do Purgatório "estão certas da sua salvação eterna", e isto lhes dá grande paz e alegria.


Falando sobre isso, disse o Papa João Paulo II: "Mesmo que a alma tenha de sujeitar´se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus."(Alocução de 03 de julho de 1991; LR n. 27 de 07/7/91)


O Catecismo da Igreja ensina que: "A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos, purificação esta que é totalmente diversa da punição dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório principalmente nos Concílios de Florença (1438´1445) e de Trento (1545´1563)" (§ 1031). "Este ensinamento baseia´se também sobre a prática da oração pelos defundos de que já fala a Escritura Sagrada: 'Eis porque Judas Macabeus mandou oferecer este sacrifício expiatório em prol dos mortos, a fim de que fossem purificados de seu pecado' (2 Mac 12,46).


Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em favor dos mesmos, particularmente o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos"(§1032). Devemos notar que o ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus, cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus.


Narra´se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados.


O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: "Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado". (2 Mac 12,44s) Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé.


Todo homem foi criado para participar da felicidade plena de Deus (cf. CIC, §1), e gozar de sua visão face´a´face. Mas, como Deus é "Três vezes Santo", como disse o Papa Paulo VI, e como viu o profeta Isaías (Is 6,8), não pode entrar em comunhão perfeita com Ele quem ainda tem resquícios de pecado na alma. A Carta aos Hebreus diz que: "sem a santidade ninguém pode ver a Deus" (Hb 12, 14). Então, a misericórdia de Deus dá´nos a oportunidade de purificação mesmo após a morte. Entenda, então, que o Purgatório, longe de ser castigo de Deus, é graça da sua misericórdia paterna.


O ser humano carrega consigo uma certa desordem interior, que deveria extirpar nesta vida; mas quando não consegue, isto leva´o a cair novamente nas mesmas faltas. Ao confessar recebemos o perdão dos pecados; mas, infelizmente, para a maioria, a contrição ainda encontra resistência em seu íntimo, de modo que a desordem, a verdadeira raíz do pecado, não é totalmente extirpada. No purgatório essa desordem interior é totalmente destruída, e a alma chega à santidade perfeita, podendo entrar na comunhão plena com Deus, pois, com amor intenso a Ele, rejeita todo pecado.


Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um.


Se a obra resistir, o seu autor "receberá uma recompensa"; mas, se não resistir, o seu autor "sofrerá detrimento", isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador "se salvará, mas como que através do fogo", isto é, com sofrimentos. O fogo neste texto tem sentido metafórico e representa o juízo de Deus (cf. Sl 78, 5; 88, 47; 96,3). O purgatório não é de fogo terreno, já que a alma, sendo espiritual, não pode ser atingida por esse fogo. No purgatório a alma vê com toda clareza a sua vida tíbia na terra, o seu amor insuficiente a Deus, e rejeita agora toda a incoerência a esse amor, vencendo assim as paixões que neste mundo se opuseram à vontade santa de Deus.


Neste estado, a alma se arrepende até o extremo de suas negligências durante esta vida; e o amor a Deus extingue nela os afetos desregrados, de modo que ela se purifica. Desta forma, a alma sofre por ter sido negligente, e por atrasar assim, por culpa própria, o seu encontro definitivo com Deus. É um sofrimento nobre e espontâneo, inspirado pelo amor de Deus e horror ao pecado.


Pensamentos Consoladores sobre o Purgatório

O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567´1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que "é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório".

Eis o que ele nos diz:

1. As almas alí vivem uma contínua união com Deus.

2. Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar´se no inferno a apresentar´se manchadas diante de Deus.

3. Purificam´se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.

4. Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.

5. São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.

6 Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.

7. São consoladas pelos anjos.

8. Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.

9. As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.

10. Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama´lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.

11. O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.



( Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981)

4 comentários:

simon disse...

Jesus muito repetiu sobre a existência real do Céu e do Inferno, mas jamais citou, nem por sonhos, a existência desse lugar fantasioso, o Purgatório só criado ao final do século sete, por decreto.
A crença no Purgatório leva os fiéis a pagarem por celebrações de missas por intenção das "almas penadas" e isso gera milhões de dólares mensais para sustentar o imenso Vaticano e toda a sua estrutura de milhares de empregados e residentes; a manutenção do palácio de verão dos papas, o Gandolfo e os dois observatórios, um no Arizona, EUA e outro na Itália, como também consegue pagar as centenas de milhões de dólares que o Vaticano paga de indenizações pelo mundo dos padres frescos, pedófilos e escandalizadores.
Por isso o Vaticano defende com unhas e dentes o fantasioso Purgatório, mesmo não sendo uma coisa do Evangelho.

simon disse...

O Purgatório jamais existiu. No meu site mantenho um arquivo completo sobre essa fantasia.
www.segundoasescrituras.com

Unknown disse...

Simon,
sobre sua frase "A crença no Purgatório leva os fiéis a pagarem por celebrações de missas por intenção das "almas penadas" e isso gera milhões de dólares mensais para sustentar o imenso Vaticano"
procure se informar direito. Rezar uma missa em intenção de uma alma é GRATUITO. É certo que a Igreja Católica ganhou e ganha muito dinheiro, mas esse papo de "palácio de verão do Papa", me desculpe, mas é totalmente fantasioso. Isso nunca foi noticiado. Quais suas fontes?
Se a Igreja Católica ganhou e ganha muito dinheiro, as vertentes protestantes não ficam atrás, sobretudo as pentecostais. Por fim, sobre inexistência do Purgatório, isso é uma questão de ponto de vista. "Há pecados que não serão perdoados nem neste mundo, nem no vindouro".

Janduí Alves disse...

Creio que esse SIMON é uma alienado no tocante à doutrina do purgatório e mais alienado ainda no que se refere à riqueza da Igreja, segundo ele, obtida com intenções de missas. Em primeiro lugar, meu caro Simon, o dinheiro das intenções de missas não vão para o Vaticano, pois as espórtulas, aquilo que os fiéis dão para a celebração de alguns sacramentos, uma parte fica para a manutenção dos serviçõs que as paróquias oferecem e outra parte é utilizada para a manutenção do sacerdote celebrante. Portanto, essa história de que o Vaticano é sustentado com dinheiro de intenções de missas é uma balela, conversa fiada. O Vaticano, para se manter, tem outros meios: museus, ofertas generosas de fiéis que recohecem o papel preponderante da Igreja no mundo e outros recursos advindos da generosidade do povo. Eu já morei em Roma e tive a oportunidade de conhecer os FAMOSOS PALÁCIOS DE VERÃO DO PAPA. Na verdade, creio que você SIMON é um analfabeto em história, um preconceituoso que sai por aí repetindo mediocramente o que ouviu da boca de algum pastorzinho medíocre e fanático. Um conselho: vá estudar e você verá que os palacios, os monumentos que pertencem à Igreja são patrimônio da humanidade. O Papa vive em edifício simples e leva uma vida muito simples. Com certeza, a maioria dos pastores levam uma vida muito mais abastada do que O SUMO PONTÍFICE. Não venha com essa de que a Igreja vive ganhando muito dinheiro, porque o que entra nos cofres da Igreja Católica ela usa para manter os serviços pastorais e espirituais, como também a manutenção de prédios e funcionários à disposição do povo. Ademais, a Igreja mantém um serviço de caridade exemplar, especialmente no atendimento aos pobres. Abra os olhos e você verá que a Igreja Católica, diferentemente de muitas igrejas evangélicas, não prega a riqueza fácil ou o enriquecimento como um sinal da bênção de Deus. Veja o caso de Edir Macedo que vive roubando o povo pobre afim de manter uma vida de luxo em grandes e ricas mansões. Ele sim deve ser cobrado por mal versação do diheiro doado pelos fiéis. O pior que ele não é o único. A maioria dos pastores e igrejolas de cunho evangélico vive enganando o povo e tornando medíocre pessoas como você, SIMON. Acorde, rapaz! Lave a boca quando resolver falar da Igreja. Além disso, procure estudar para saber o que você quer dizer, pois estudo não faz mal a niguém, especialmente a gente como você que vive coberto com o véu da ignorância.